quarta-feira, 30 de março de 2011

Apito agora é rei em São Paulo

Em São Paulo, o árbitro não é entregue aos “leões” como sucede na maioria absoluta das nossas entidades



No nosso cotidiano, temos adotado uma política que sempre teve por fim dar ao árbitro de futebol a importância que é merecedor neste âmbito esportivo. Apesar disso, das críticas bem dirigidas, tanto de natureza jurídica como técnica, muito pouco se conseguiu, salvo agora numa iniciativa da Federação Paulista de Futebol, que demonstrou o seu propósito de conceituá-los no plano devido e justificado.
Lá em São Paulo, o árbitro não é entregue aos “leões” como sucede na maioria absoluta das nossas entidades de direção esportiva de futebol. Embora seja questão quase fechada da impossibilidade de gerar a profissionalismo nessa categoria, os paulistas já começaram a implementar critérios paralelos e talvez tenham lançado a mais efetiva das condições de reconhecimento do famoso homem de preto.
Doravante, os apitos da Federação Paulista de Futebol terão que se submeter a um regime rigoroso ou até revolucionário nessa área de atividade. De logo, como ponto impressionante, os árbitros escalados na Série A ficarão em regime de retiro – ou como é denominado no futebol, em concentração 48 horas antes das partidas.

Sálvio Spínola,árbitro da Federação Paulista de Futebol (Foto: MHD)


Eles também terão a companhia na concentração de um psicólogo, que terá como mister cadenciar o ensinamento da moral e fundamentalmente da ética e as vicissitudes que podem ocorrer numa partida de futebol, o que se configura na educação continuada. Isto é, terão aulas didáticas e científicas sobre as Regras do Jogo de Futebol, para assim abrir os caminhos da “sepultura” da corrupção, que quer queiram ou não, de quando em quando essa “coisa” é questionada em torno do desempenho da arbitragem.
De outro lado, para evitar dúvidas de qualquer propósito exclusivo, os árbitros no tempo da concentração estarão impedidos de contatos, via fone ou via internet, para manter relacionamento com terceiros, salvo nos casos em que haja necessidade para esse procedimento.
Sabe-se que o futebol brasileiro é modesto para assim agir em todas as entidades, mas o exemplo está posto e deve ser copiado nem que seja por força de sacrifícios. Abre-se assim, um clarão no horizonte para dar insígnias àquele que hoje no futebol no Brasil, pelo tratamento que recebe configura-se como um “João ninguém”.
PS: O Projeto de Lei 6405/02, que visa regulamentar a atividade do árbitro de futebol no Brasil, foi apresentado em 26/3/2002 e sofreu 32 apreciações no Congresso Nacional ao longo dos últimos nove anos. Se não houver uma união e vontade dos maiores interessados, que são os árbitros, o projeto vai continuar “dormindo” em alguma gaveta.
Valdir Bicudo-bicudo-bicudoapito@hotmail.com

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