quinta-feira, 24 de março de 2011

Um guri de ouro no apito

Rodolpho Toski Marques ao centro (Foto: Allan Costa Pinto)
É consequência compreensível raramente negada, que a atividade de um árbitro de futebol soma-se de complexidades e exige uma padrão de conduta que associe àqueles mais emanados.

Sabe-se também que o início de uma carreira de árbitro tem percalços naturais, pois aqueles que na mesma se inserem, possuem conhecimentos suficientes que num único momento tratam da arte e do científico.

Quanto a arte, esta aparece como razões de fato que se consolidam no transcorrer da partida; com relação ao científico, isso fica cogitado na correta aplicação dos princípios que dão regência às regras do Jogo de Futebol.

A introdução presente foi contextualizada para colocar no centro do tema, o jovem e universitário árbitro de 22 anos, Rodolpho Toski Marques, da nova geração mais recente do futebol paranaense, que dirigiu na noite da última quarta-feira, no Couto Pereira, Coritiba 2 x 0 Arapongas.

Diga-se de passagem, triunfo tranquilo, sobretudo, pela notória hierarquia técnica da equipe do melhor goleiro de futebol do Brasil na atualidade, Edson Bastos. A referência que se faz é que Rodolpho Marques acresceu à sua juventude o modelo de arbitragem própria que se pratica em todo o continente europeu, pois com o menor número de interrupções da parte do árbitro como preconiza a Fifa. Isso aconteceu, pela sua brilhante capacidade de discernimento das infrações dignas de marcação, daquelas jogadas que apesar de normais, existe um grupo de árbitros no futebol do Paraná e, por conseguinte, no futebol brasileiro, que marcam tudo sem qualquer necessidade, aborrecendo atletas, dirigentes, imprensa e os torcedores.

O indigitado árbitro foi alvo de críticas severas durante e após a partida, porém, na nossa opinião, a maioria injustificáveis, já que sua conduta me fez lembrar a maneira como apitavam um jogo de futebol alguns expoentes da arbitragem mundial como Robert Wurtz (França), Paolo Casarim, Pierluigi Collina (Itália) e Abraham Klein (Israel), que tinham como princípio fundamental à frente de uma partida, a continuidade sem as inaceitáveis interrupções, o que se tornou uma cultura negativa no futebol brasileiro de um modo geral.

Caso o confronto Coritiba x Arapongas, fosse realizado em Dortmund (Alemanha), Londres (Inglaterra) ou Milão (Itália), onde os torcedores têm a cultura de que o futebol é um jogo de contato físico e o árbitro não deve assinalar falta nas quedas casuais ou tropeço em função de um contato físico e detesta interrupções que nascem no vácuo do conhecimento do árbitro, Rodolpho Marques, seria manchete em toda a mídia européia.

Os equívocos cometidos por Rodolpho Marques devem ser creditados ao continuísmo de Afonso Vitor de Oliveira e seus pares de comissão, que não acompanham, não orientam, não compartilham, não treinam os árbitros de forma particularizada e não implementam uma Escola de formação de árbitros de excelência, preparando-os para partidas da importância de Coritiba x Arapongas.

A Comissão de Arbitragem da FPF, deveria ter dito ao árbitro em tela, que ele está apitando no Brasil e não na Europa. Minha contribuição a esta promessa da arbitragem brasileira, é no sentido de que ele fique alheio às críticas que sofreu, por ter aplicado no seu labor, senão o real sentimento das regras, dever precípuo do árbitro de futebol, pelo menos teve a audácia de implementar algo de diferente na pobre arbitragem paranaense.
bicudoapito@hotmail.com






Nenhum comentário:

Postar um comentário