A esquerda, Wagner Reway, quando
participou de seminário na UEFA em 2015 – Crédito:
UEFA
Alguns maganos que estão há anos dirigindo a arbitragem
brasileira, e contribuíram para que este setor atingisse o estado de
pauperidade qualitativa que atingiu, não gostaram da expressão que
utilizamos na coluna da terça (10/4).
Naquela ocasião, afirmamos que: “Embora estejamos no século 21, as federações
de futebol e suas comissões de arbitragem e as escolas de formação de árbitros,
e um contingente expressivo de apitos e bandeiras, ainda pensam e agem como se
estivessem no século 19”. Ou melhor: Como subdesenvolvidos.
Vamos a alguns exemplos que comprovam nossa assertiva. Nos
seminários que realiza ao quadro de árbitros na sua totalidade, a UEFA e os
cinquenta e dois filiados da entidade, há mais de uma década utilizam a ciência
e a tecnologia - sobretudo, na capacitação de árbitros e assistentes
Além disso, a carga horária da preparação física do árbitro da UEFA, é considerada descomunal. E a
prática no campo de jogo, ocupa mais de 70% do tempo dos seminários.
Maiores informações a respeito do noticiado acima, basta consultar
o Centro de Excelência da Arbitragem da UEFA (CORE), em Nyon (Suíça) - ou então
perguntar ao árbitro Wagner Reway (FIFA/MT), que participou de um seminário no
(CORE) em 2015.
Os analistas de arbitragem de campo da UEFA, são ex-árbitros
selecionados minuciosamente, e têm que ter notório conhecimento das Regras de
Futebol. Além disso, sindicalista e quem
nunca apitou uma partida de futebol não exerce a função de analista e/ou de vídeo.
A maioria dos dirigentes da arbitragem europeia, a exemplo dos
apitos e bandeiras, já receberam treinamento e participaram na prática do
manuseio do árbitro de Vídeo (AV). Esclareço que nem todos os filiados da UEFA,
estão usando o (AV) nas suas competições.
A Bundesliga (Alemanha), disponibilizou um centro de treinamento
para dirigentes de arbitragem e árbitros se exercitarem com o (AV), durante
toda a semana. Os árbitros de Portugal treinam fisicamente e manejam o Árbitro
de Vídeo, três vezes por semana. Na MLS (EUA) e na KNVB (Holanda), o fato se
repete.
O que propiciou que as ligas europeias e a MLS, fossem responsáveis por 79% de todos os
testes do (Árbitro de Vídeo, desde que o (The IFAB) autorizou o aludido
experimento, em 2016.
Tanto é verdade que, no derradeiro seminário que a FIFA irá
realizar aos árbitros selecionados para a Copa da Rússia, neste mês de abril, na cidade de Coverciano
na (Itália), no que tange ao (AV), os principais lances a serem exibidos serão
do futebol europeu e da MLS (EUA).
Não lembro de ter ouvido, lido ou visto que a CBF e suas
filiadas, as (27) federações de futebol em algum momento nos últimos dois anos,
realizaram algum procedimento similar para a arbitragem brasileira, conforme exposto
neste articulado.
PS: A CA/CBF e o departamento de arbitragem da entidade, quando se fala do ÁRBITRO DE VÍDEO (AV), tem por hábito, "rotar grosso". Só que na pesquisa que fizemos com um contingente de apitos e bandeiras, que compõe a Seleção Nacional de Árbitros de Futebol (Senaf), constatamos que, após dois anos da autorização pelo (The IFAB) do aludido experimento, pouco mais de 20%% dos mais dos quinhentos componentes da (SENAF), receberam treinamento na prática, uma única vez sobre a dinâmica de funcionamento do (AV). Os demais, segundo informações, não receberam treinamento.
ad argumentandum tantum - Está ou não está atrasada a arbitragem brasileira no que concerne o (AV)? Se houver alguma dúvida, o espaço para comentários e/ou contestações no Blog está aberto.