Plano alinhado
O
plano de trabalho elaborado pelo árbitro, assistentes e quarto árbitro é
um dos aspectos mais importantes para o sucesso de uma ótima
arbitragem. E isso deve ocorrer com antecedência de duas horas antes do
início do jogo, no vestiário, quando o árbitro e sua equipe definem os
procedimentos, a dinâmica e sinais que serão utilizados pela arbitragem
durante a partida, de maneira a prevenir incidentes e evitar marcações
confusas e divergentes entre os membros do apito.
Gostei de ver
Criciúma/SC 2 x 1 Grêmio/RS, no sábado que passou, foi
a primeira vez neste Brasileirão, que observei um plano de trabalho
sincronizado entre o quarteto de arbitragem. Felipe Gomes da Silva
(Asp/Fifa/RJ) e os assistentes Bruno Boschilia e Luiz Henrique Renesto,
ambos da Federação Paranaense de Futebol, exibiram uma sintonia nas
tomadas de decisões (interpretação e aplicação nas Regras de Futebol),
sem deixar um mínimo de resquício para qualquer contestação de nenhuma
equipe.
Trabalho conjugado
Plano
de trabalho que teve seu ápice confirmado, na brilhante participação do
assistente Bruno Boschilia (Asp/Fifa/PR), no lance que originou a
expulsão do atacante Vargas, do Grêmio, que desferiu um pontapé nas
costas do atleta Amaral, do Criciúma, aos oito minutos da etapa final - (conduta violenta, que aconteceu com a bola fora de jogo e fugiu do campo visual do árbitro central).
Comunicação perfeita
Assim
que vislumbrou o lance em tela, Boschilia não se omitiu e acionou
Felipe Gomes, via ponto eletrônico e também da bandeira eletrônica
(sinal bip), que é um sinal complementar que só deve ser usado pelo
assistente, quando necessário, para atrair a atenção do árbitro, nos
impedimentos, (faltas que escapem do campo visual do árbitro),
arremessos laterais, tiros de canto e de meta em situações difíceis. Foi
a melhor arbitragem exibida até o momento neste Brasileirão. Nota, 10.
Emerson vai longe
Outra
arbitragem que me chamou a atenção, foi a de Emerson de Almeida
Ferreira/MG, no prélio, Paraná Clube/PR 4 x 0 América/RN. Em que pese o
estado do gramado totalmente encharcado e o placar dilatado, o
indigitado árbitro não diminuiu o ímpeto e manteve a mesma toada do
primeiro ao último minuto.
Estudos profundos
Me
perguntaram há poucos dias, os motivos do sucesso da arbitragem na
Premier League, na Inglaterra. Fui buscar informações a respeito do
assunto e me deparei com vários programas de formação e aprimoramento,
que são desenvolvidas pela The FA e a Premier League. Um dos projetos
abre espaço para adolescentes aos 14 anos idade, iniciarem seus
conhecimentos sobre as Regras de Futebol e logo a seguir passam por
várias etapas até se tornarem árbitros profissionais.
Um projeto a ser copiado
Imagine
você leitor, se um projeto dessa magnitude fosse desenvolvido pela CBF
em parceria com as federações estaduais, as secretarias municipais e
estaduais de esporte, quantos adolescentes/jovens deixariam de ser
aliciados pelo crime organizado? Quantas vidas seriam poupadas? Já
imaginaram o universo de famílias, que não seriam destruídas pelo
álcool, maconha e pelo crack?
Trabalho de grandeza
O
outro projeto, é o Programa Nacional de Desenvolvimento do árbitro,
criado em 2011, para jovens apitos na faixa etária de 18 a 25 anos, onde
o árbitro é submetido a diferentes processos de progressão e seu
desenvolvimento é acompanhando por especialistas sobre as Regras de Futebol. Quando então, aqueles que atingem o cume desse projeto, são designados para atuarem na Premier League e ato contínuo, indicados para o teste seletivo da Fifa.
Publicidade selecionada
No
dia 30 de novembro de 2001, a Fifa anunciou que os árbitros de futebol
de todo o planeta, a partir daquela data poderiam exibir publicidade em
suas camisas. A propaganda só poderia ser mostrada nas mangas das
camisas, não sendo permitidos anúncios de cigarros, álcool, cassino ou
materiais racistas ou imorais. Na mesma circular a Fifa informou, que o
montante financeiro obtido com a publicidade na camisa dos apitadores,
deveria ser revertido no aprimoramento e desenvolvimento da qualidade da
arbitragem e, se possível, na profissionalização dos árbitros.
Ingleses sabem o que fazer
Na Inglaterra, o contrato celebrado com a
empresa que cede a indumentária dos homens de preto e o patrocínio que é
estampado na manga das camisas, é revertido na sua totalidade para a
confraria do apito. Na Itália, a multinacional que exibe sua logomarca
na manga da camisa do quarteto de arbitragem, cede uniforme completo,
meia, bermuda, camisa, chuteira, tênis, agasalho e inclusive terno para o
dia do jogo. E, por último, uma verba para cursos de requalificação da
arbitragem. Mais recentemente, os árbitros portugueses celebraram um
contrato milionário em dinheiro vivo, uniforme completo e já se fala por
lá na construção de um Centro de Treinamento para os apitos lusitanos.
Qual seria o custo?
Diante
do exposto, pergunto: Qual é o valor do contrato da logomarca que é
postada na manga da camisa dos árbitros que apitam a Copa do Brasil e as
Séries A, B, C e D do Campeonato Brasileiro da CBF? Qual é a quantia celebrada
no contrato que é repassada para o aprimoramento da arbitragem
nacional? Quem fiscaliza o contrato e o repasse do dinheiro arrecadado?
Quanto é pago pela empresa que exibe sua logomarca nas meias, nas
bermudas e nas camisas dos apitos brasileiros, que laboram nos
campeonatos da CBF? Com a palavra a Anaf – Associação Nacional de Árbitros de Futebol.
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Divulgação |
PS (1):
Em 1938, o International Football Association Board (IFAB) - formatou
as 17 Regras de Futebol e desde então, já recebeu milhares de
proposições para diminuir
ou aumentar o número das leis que regem o futebol dentro das quatro
linhas. Porém, o Board, tem permitido alguns ajustes nas regras, mas tem
se mostrado reticente em extinguir ou criar novas regras no esporte das multidões.
PS (2): Atlético/PR
1 x 1 Corinthians, na Vila Capanema, com um gramado em péssima
condições, teve vários lances que geraram discussões. De acordo com as
Regras de Futebol, houve dois penaltis não assinalados. Um em favor da
equipe do Parque São Jorge, quando o meia Ibson foi empurrado dentro da
área penal. O outro, em favor do rubro-negro da Baixada, quando o
zagueiro Paulo André do Corinthians, movimenta sua mão na direção da
bola. Disciplinarmente, dado a forte chuva e as condições lastimáveis do
campo de jogo, o árbitro foi bem.