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Se há
um árbitro no futebol brasileiro que nasceu com a estrela na testa e tem a
insígnia da obstinação na sua carreira, é Sandro Meira Ricci (foto). Basta
observar sua trajetória na arbitragem.
Equilibrado,
obstinado, possuidor de personalidade e de caráter inquestionável, poliglota,
detentor de dom, talento e vocação, requisitos indispensáveis à qualquer pessoa
que almeja atingir o estrelato, independente da atividade que exerça, Meira
Ricci, não era a primeira opção da CBF ao Mundial de 2014 no Brasil.
O
apito indicado pela CBF e selecionado pela FIFA à Copa do Mundo no Brasil, foi
Wilson Luiz Seneme. Posteriormente, Leandro Pedro Vuaden e como terceira
indicação Heber Roberto Lopes. A trempe em tela apresentou deficiências no
pilar físico - e aí, a indicação caiu do Céu no colo de Sandro Ricci.
Convocado
pela FIFA, submeteu-se aos testes nos pilares técnico, tático, físico e
psicológico e aos exames médicos com resultados positivos. A partir de então,
foi o representante da arbitragem brasileira na Copa. Antes de debutar no
principal torneio de futebol do planeta, dirigiu a final do Mundial de Clubes
da FIFA, em 2013, entre Raja Casa Blanca x Bayer de Munique.
Acrescente-se
as qualidades do indigitado árbitro uma qualidade inafastável, a quem quer ser
um autêntico árbitro FIFA. Ricci absorveu no seu intelecto, a filosofia de um
apito internacional como quer a FIFA - e a colocou em prática na direção das
partidas que apitou, principalmente, nos confrontos internacionais.
Sua
estrela voltaria a brilhar novamente, no prelio França x Honduras, - pela fase
de grupos da Copa no Beira-Rio – Naquela oportunidade, o chute do francês
Benzema acertou a trave, a bola bateu no goleiro hondurenho e tomou a direção
do gol até ser parada em posição a princípio duvidosa.
Ricci
recebeu incontinenti no relógio da GoalControl em menos de um segundo, a
confirmação do gol e tornou-se o primeiro árbitro a utilizar a "Goal Line
Technology" (Tecnologia da Linha do Gol, em uma Copa do Mundo).
Encerrado
o evento no Brasil, os críticos de Meira Ricci apostaram no encerramento da sua
carreira. Isto Porque, o sonho de todo árbitro de futebol é atingir uma Copa do
Mundo. Ledo engano. O árbitro em tela continuou sua saga e logo a seguir, foi
designado à laborar na Copa América, do Chile.
Com o
início dos preparativos ao Mundial de 2018 na Rússia, foi selecionado por
Massimo Busacca, o diretor de arbitragem da FIFA, para o primeiro seminário em
Miami, (EUA), em 2016.
Neste
mês de abril, foi convocado pelo Comitê de Árbitros da FIFA, para o segundo
seminário de arbitragem, que foi realizado no Centro Técnico Federal de
Coverciano, na cidade de Florença (Itália).
Salvo
um imprevisto ou o imponderável de Nelson Rodrigues, Sandro Ricci será
novamente o árbitro do futebol detentor de cinco títulos mundiais na terra dos
czares.
PS (1):
As qualidades e a obstinação de Sandro Meira Ricci, devem ser observadas e
incorporadas ao cotidiano dos novos árbitros que, aspiram atingir o quadro
internacional de arbitragem da FIFA.
PS (2):
Rodolpho Toski Marques (FIFA/PR) e Wilton Pereira Sampaio (FIFA/GO), encamparam
o modus operandi de Meira Ricci. O primeiro, está a caminho da Copa do Qatar,
em 2022. Já Toski Marques, se continuar estudando e incrementar suas atuações
em compasso com os pilares exigidos pela FIFA, suas chances em 2026 são
consideráveis.
PS (3):
A designação de um quarteto de arbitragem genuíno do futebol paranaense, para
dirigir a primeira partida decisiva entre Atlético/PR x Coritiba/PR, que
acontecerá a partir do próximo domingo, sem ressalvas, mostra o amadurecimento
dos nossos cartolas e, por extensão, exibe o crescimento intelectual e
qualitativo da arbitragem da Terra das Araucárias.
PS (4): Quem
leu o ler o manual da FIFA, em relação ao que a entidade considera um árbitro
internacional, sabe que: 1) A FIFA exige que o árbitro leia e releia, se
possível todos os dias, o livro REGRAS DE FUTEBOL. 2) Mantenha uma dieta
alimentar e pratique atividades físicas, independente do dia e da hora. 3) Veja
diferentes jogos pela TV, para entender as diversificadas culturas dos atletas
pelo planeta (usos e costumes). 4) Leia e releia as diretrizes no que concerne
à arbitragem da sua associação, confederação, federação, da FIFA e do The IFAB.
5) Participe dos seminários e discuta com os membros das comissões de árbitros
e/ou instrutores, as dúvidas e/ou equívocos que cometeu e observou nos jogos
que atuou ou assistiu. 5) Fale, escreva além do idioma da sua pátria, o inglês,
fluentemente, a língua oficial da FIFA. 6) Quem seguir a risca o preceituado
neste articulado, tem condições de atingir o quadro da FIFA. Já aos que
entenderam ao contrário, resta-lhes ser um árbitro e/ou assistente comum.
DE PRIMEIRA: O seis itens elencados aqui neste espaço, foi um
dos temas da palestra do presidente do Comitê de Árbitros da FIFA, Pierluigi
Collina (foto), no mês de março do ano em curso, no FOOTBALL TALSK, na cidade de Estoril em (Portugal).