sábado, 11 de setembro de 2010

Árbitros: Educação continuada (parte 2)


Evandro Rogério Roman - Fifa/PR
Mas, enquanto a regulamentação da atividade dos árbitros de futebol não acontece, os homens de preto devem buscar mecanismos que minimizem a escalada de equívocos. Aliás, a paralisação do Campeonato Brasileiro durante a Copa do Mundo na África do Sul trouxe sérios prejuízos à arbitragem brasileira. Alguns apitos apresentam uma decadência técnica lastimável. Mas retornando ao título da matéria, uma das opções é as Federações Estaduais propiciarem condições para que os apitos brasileiros se preparem de forma similar aos atletas de futebol. A evolução da preparação física e o desempenho dos árbitros no campo de jogo neste quesito tem deixado a desejar, com alguns árbitros a partir dos 30' da etapa final dos jogos trotando lentamente em diferentes partes do campo de jogo numa demonstração inequívoca de mal preparados fisicamente para suportar o ritmo das partidas. A recém iniciada temporada européia apontou que os árbitros estão percorrendo entre 10 e 13 km, dependendo da intensidade e das exigências dos confrontos e, como estão bem preparados porque foram submetidos a pré-temporada de alto nível estão mais próximos das jogadas, com excelente campo visual de observação e um número bem menor de erros em relação a temporada passada.
A Federação Paulista de Futebol, a carioca e a gaúcha, pelas informações que recebi instituíram já há alguns anos, psicólogos e comissões de ex-árbitros de excelência que desempenham a função de observadores de arbitragem, que produzem relatórios circunstanciados sobre as tomadas de decisões da arbitragem no campo de jogo e após uma análise criteriosa os membros da Comissão de Árbitros, elaboram uma planilha de trabalho, visando dar suporte ao quadro de arbitragem, além do incentivo de estudo constante das Regras do Jogo, objetivando diminuir os erros nas partidas.
Os paulistas em recente entrevista sobre a profissionalização afirmaram com os pés no chão, que esta é uma meta distante da realidade dos árbitros. "A legislação trabalhista é muito pesada e nenhuma federação tem condições de suportar as exigências da CLT. É imperativo uma revisão na leis do trabalho, antes de se tomar qualquer iniciativa em relação ao fato", afirmou há dias atrás, Marcos Marinho, presidente da Comissão de Arbitragem da entidade.
Diante do exposto, a preocupação dos profissionais que lidam com os árbitros é tornar mínimo os efeitos do segundo emprego e aprimorar a preparação. "Nunca é demais lembrar que a CBF, as federações, os clubes, os cartolas, os jogadores, a imprensa e o torcedor exigem que o árbitro atue de maneira correta e suas ações não sofram restrições, mas é o árbitro sem nenhum apoio que deve buscar mecanismos para que isso seja possível. O juiz de futebol tem necessidades como oxigenação. Os apitadores precisam ter capacidade de pensar em meio ao desgaste, estresse físico, psicológico e até mesmo social". Algumas alternativas , visando melhorar o desenvolvimento dos árbitros, já foram testadas, como a inclusão de dois árbitros, cada um apitando numa metade do campo e algumas alterações tênues nas próprias leis do jogo. Entretanto, todas as iniciativas até o momento foram insuficientes para proporcionar 100% de eficiência.
Valdir Bicudo-bicudoapito@hotmail.com

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