Dois “Napoleões” do apito
Os árbitros Leonardo Gaciba e Sandro Meira Ricci são os ícones nesta transitoriedade do futebol brasileiro
VALDIR BICUDO
O futebol é um esporte muito importante, daí o meu respeito que vai de uma simples pelada a uma Copa do Mundo. Compareço a ambas com a mesma vontade e me julgo participante-assistente de algo sutil e magnífico. No Brasil, o futebol significa paixão. É no estádio de futebol que as pessoas de todas as origens, religiões e níveis convivem durante um determinado espaço de tempo e vivenciam as emoções de um duelo. Ali não há patrões, empregados, juízes ou réus, doutores ou estudantes, homens ou mulheres. Todos se transformam em simples torcedores. É notório que o futebol esconde a realidade, mantendo a população distante da existência real do cotidiano.
Assim sendo, o futebol é um veículo alienador que diminui a visão crítica realista, já que ocupa um grande espaço na vida do povo brasileiro. Este fenômeno acontece em função da genialidade dos meios de comunicação, que ocupam grande parte de seus noticiários exibindo gols extraordinários, vitórias conquistadas na raça, campeonatos organizados e lucrativos.
Embora seja apenas mais um esporte, o futebol preenche uma lacuna na vida dos brasileiros, até mesmo àqueles que não são adeptos ou o praticam. O esporte das multidões não se restringe apenas aos clubes, estádios e noticiários esportivos. Sua presença é observada nas lojas, nas praças, parques e nas escolas. O futebol é fonte de trabalho para milhares de pessoas e fonte de prazer para um número ainda maior. Um exemplo típico é a Copa do Mundo, quando o planeta se rende à magia do futebol. Em nenhum momento é empregada tamanha gama de tecnologia a serviço de um esporte como o futebol. São utilizados computadores, câmeras de TV, fixas e móveis, estrategicamente colocadas atrás das metas, dos assistentes e em diversos locais do campo de jogo, e ponto eletrônico no quarteto de arbitragem. Toda essa parafernália tem como objetivo proporcionar imagens instantâneas e de diferentes ângulos dos acontecimentos dentro do campo de jogo a todos os espectadores e telespectadores.
Em meio a essa gama de recursos tecnológicos, encontra-se o árbitro. Ele e a bola são os dois únicos fatores sem os quais não pode haver um jogo de futebol. Com indumentária preta na maioria das vezes, com fisionomia serena, olhar objetivo e seguro, ele se coloca na diagonal, no vértice do triângulo (árbitro-bola-assistente). Fala apenas o necessário, discreto, bem preparado física e tecnicamente e com reflexos aguçados para bem decidir. Porque o simples trilar ou não do apito muda o resultado de uma partida. Neste contexto, por amor a filosofia, por serem eles apesar de tudo que se possa dizer os requisitos principais do futebol, por gratidão pessoal a esta decorrente da coletividade esportiva homenageio nesta oportunidade os árbitros Leonardo Gaciba da Silva (RS) e Sandro Meira Ricci (DF) – a quem considero nesta transitoriedade do nosso futebol os seus verdadeiros “Napoleões”.
Em tempo: Os indigitados apitadores apresentam excelente performance no Brasileirão 2010, até o momento.
Valdir Bicudo-bicudoapito@hotmail.com
Fonte:Justiça Desportiva
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