No exame oftalmológico realizado anualmente pela Federação Paulista de Futebol (FPF), os árbitros de São Paulo demonstraram bom humor e paciência para aguardar a hora da avaliação no Hospital Cema, localizado na parte interna do Shopping Aricanduva (Zona Leste da capital). Mas os sorrisos foram interrompidos na manhã desta sexta-feira quando o assunto era a última crise da arbitragem nacional.
Na semana passada, o árbitro Gutemberg de Paula Fonseca acusou o chefe da Comissão Nacional da categoria, Sérgio Corrêa, de corrupção e afirmou ter provas sobre recomendações de benefícios para alguns clubes. Ainda por cima, citou os termos 'mentiroso, mariquinha e corrupto' para designar o dirigente.
'Eu estou acompanhando de longe esse caso', despistou o árbitro Flávio Guerra, seguido de Paulo César de Oliveira, o integrante mais antigo do quadro da Federação Paulista de Futebol. 'Eu posso garantir que nunca fui pressionado por um dirigente de arbitragem'.
Nas entrevistas, Gutemberg de Paula Fonseca citou que se sentiu coagido por Sérgio Corrêa antes da partida entre Corinthians e Goiás, em 2010. Ele interpretou a frase 'vai lá, boa sorte, vai apitar jogo do Timão, hein?' como uma recomendação para beneficiar o clube de Parque São Jorge.
Aos árbitros da FPF, a acusação de Gutemberg de Paula Fonseca não irá criar uma pressão, sobretudo em jogos do Corinthians. 'Vai ser como trabalhar em partidas de outros clubes grandes, o árbitro precisa fazer seu trabalho em campo e esquecer o que os outros falam, pensar que o que é justo, é justo', comentou o experiente Wilson Luiz Seneme, um dos dez brasileiros integrantes do quadro da Fifa.
Presidente da Comissão Estadual de Arbitragem, o tenente-coronel Marcos Marinho considerou precipitada a declaração de Gutemberg de Paula Fonseca. 'Eu acho que ele exagerou, o Sérgio deve ter falado dessa forma para ressaltar a importância da partida, acho que o Gutemberg ficou magoado por não continuar no quadro da Fifa', opinou.
Exames: A Federação Paulista de Futebol (FPF) promoveu o teste oftalmológico pela 12ª vez com os árbitros. Conhecido por sua exigência, Marcos Marinho define a análise da visão como mais um ponto importante para buscar a plenitude de desempenho dos apitadores.
'É um complemento do trabalho que fazemos, você busca o melhor desempenho físico e técnico', afirmou o chefe da arbitragem paulista. 'É importante não só para a questão dos árbitros, mas até para a saúde do indivíduo', emendou.
Responsável pelos exames desta sexta-feira, o diretor técnico do Hospital Cema, Pedro José Monteiro Cardoso, reconhece que não há a obrigação de o apitador ter uma visão perfeita. 'Para o público entender melhor como funciona, se ele tiver, por exemplo, um olho 100% e o outro na faixa de 80% de visão, não há problema', explicou.
Todos os árbitros e assistentes foram submetidos a análises de refração, pressão nos olhos, glaucoma, além de provas de campo visual e percepção de cores e tridimensional. 'Nós fazemos um relatório dos resultados, mas a decisão final sobre um possível afastamento do árbitro é do coronel Marcos Marinho', finalizou Pedro José Monteiro Cardoso.
Fonte: Gazeta Press
Favor entrar em contato sobre greve dos árbitros do DF. advoconjuris@bol.com.br jurídico do SAF-DF.
ResponderExcluirAguardo.