Entidade também oficializa a proibição de entrevistas
MARCEL RIZZO
DE SÃO PAULO /FOLHA DE SÃO PAULO/ESPORTE
A ordem da comissão nacional de arbitragem da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para 2012 é diminuir os cartões aplicados.
Documento enviado às federações e aos árbitros cita palavras fortes, como covardia, para atitudes que devem ser evitadas, como expulsar jogadores por conveniência.
Essa e outras 25 orientações estão no documento intitulado "Critério, Coragem e Repressão à Violência", produzido pela comissão após treinamento e debate de profissionais da área entre 23 e 25 de fevereiro, na Granja Comary, em Teresópolis (RJ).
Segundo Rodrigo Paiva, diretor de comunicação da CBF, a publicação das orientações é novidade na entidade e segue recomendação do novo presidente, José Maria Marin.
Também foi confirmada a proibição de entrevistas sobre questões técnicas e disciplinares de um jogo. O "cala a boca" já era uma ordem da comissão, que agora oficializou a regra. Houve a inclusão, na orientação número 4, da proibição de citar nomes de clubes, jogadores, técnicos e dirigentes em palestras.
ATITUDE 'COVARDE'
Chama a atenção o pedido para evitar cartões em lances normais. Na orientação 9, que explana sobre a advertência com o amarelo, a comissão de arbitragem critica a técnica de "segurar" a partida.
A teoria é que alguns árbitros aplicam o amarelo em jogadas não violentas, no início, para evitar problemas de disciplina quando o confronto esquenta, mais no final.
A CBF chama de "covarde" a atitude de um árbitro quando ele expulsa dois jogadores envolvidos em uma confusão, sendo que um deles fez uma falta normal, mas foi agredido de maneira brutal como forma de revide pelo outro.
A comissão diz que expulsar um de cada time, no exemplo citado, é solução de problema para o árbitro (evita reclamações) e diminui sua autoridade na partida.
O árbitro-assistente Roberto Braatz, que esteve na Copa de 2010, participou do grupo de discussão em Teresópolis e acha que o documento normatiza regras que já eram passadas. "Serve para ter parâmetro para uma cobrança."
Presidente da Anaf (Associação Nacional dos Árbitros de Futebol), Marco Antônio Martins não leu as orientações e evitou comentá-las.
Fonte: Folha de São Paulo/Esporte
Opinião do Bicudo: a arbitragem brasileira vem trilhando um caminho de renovação gradativo o que tem proporcionado uma melhora considerável no desenvolvimento qualitativo nas tomadas de decisões no campo de jogo nas últimas temporadas. As medidas anunciadas na matéria em tela não irão alterar em nada o procedimento dos árbitros, sobretudo nas competições da CBF. O que não pode ser interrompido é o bom trabalho que vem sendo efetivado na Granja Comary, onde vem sendo realizado cursos de compartilhamento e aprimoramento aos árbitros do quadro nacional e principalmente nos estados, já que a composição das Comissões de Arbitragens das federações em boa parte do País não está de acordo com as normas vigentes da Fifa.
Aliás, será que o ouvidor e o corregedor de árbitros anunciados pela CBF durante esta semana, terão autonomia para lancetar este tumor, que está encalacrado nas federações estaduais de futebol, que é, a formatação irregular das Comissões de Árbitros das federações? Ouvidor e corregedor de arbittragem da CBF, irão manter a legião de "alienígenas", que exercem com a maior cara de pau a função de Observadores de Árbitros nas competições da CBF? Ouvidor e corregedor de árbitros da CBF, terão coragem e profissionalismo para expurgar essa situação que conspira contra a qualidade do árbitro de futebol brasileiro? Em síntese: ou muda pra valer, ou então os dois cargos se encaixam na expressão a seguir do francês. "ne varietur",ou seja: foram criados, para que nada seja mudado.
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