Uma palavra antiga
Observando o desempenho das arbitragens nesta temporada no futebol 
brasileiro, lembrei-me de uma palestra que assisti em 1982, proferida 
pelo Cel. Áulio Nazareno (in memoriam), que ocupou com muito 
brilhantismo o comandado da extinta Cobraf – Comissão
Brasileira de Arbitragem. Nazareno, convidado pelo arauto da arbitragem 
do futebol do Paraná, Rubens Maranho (in memoriam) - disse naquela 
palestra que, o árbitro de futebol e o bandeirinha à época, assim eram 
denominados os hoje assistentes, deveriam se  exercitar
 semanalmente de duas a três vezes por semana e o quadro de árbitros no 
seu todo, pelo menos uma vez  por mês.
Questionamentos necessários
Para o Cel. Áulio Nazareno, exercitar-se significava não apenas 
praticar atividades físicas. Mas, discutir os lances que ocorrem nas 
chamadas “zonas negras” do campo de jogo, sobretudo dentro da área de 
pênalti, onde segundo o mestre da arbitragem nacional,
“morrem”  a maioria dos árbitros. Naquela mesma tarde cinzenta de 82, no
 prédio da Federação Paranaense de Futebol, o Cel. deixou claro que era 
imperativo convidar conferencistas com notório saber sobre as leis do 
jogo de outras regiões do Brasil e se possível
do exterior, objetivando colocar o árbitro do futebol brasileiro em 
condições de igualdade com o árbitro europeu.  
Épocas não mudam
E, como última observação, após uma leitura pormenorizada do livro 
de regras, Nazareno sugeriu que fossem disponibilizados filmes, vídeos 
nas discussões em grupos que deveriam acontecer de maneira equilibrada e
 se possível já naquela época, as federações
deveriam providenciar recursos para que os árbitros tivessem acesso a 
alguma língua estrangeira.
Profissão não muda os erros
Trinta e um anos se passaram e a arbitragem brasileira com 
raríssimas exceções, continua a passos de cágado e a comprovação pode 
ser vista no desempenho sofrível das arbitragens nas competições da CBF,
 em pleno século 21. Os avanços nos quesitos técnico,
tático, físico e psicológico foram tímidos. E para atestar a veracidade 
da nossa crítica, a CA/CBF designou um reteste no quesito físico para a 
próxima quinta-feira (27), aos árbitros, assistentes e  árbitras, que 
reprovaram em recente teste físico. Nesse reteste,
está inserido Wilson Luiz Seneme (Fifa/SP), que foi indicado para ser o 
representante da arbitragem brasileira na Copa de 2014, porém, foi 
reprovado em duas oportunidades nos testes físicos da Fifa, o que 
provocou o seu desligamento do Mundial.
Opiniões são divergentes
Em Santa Catarina no final de semana que passou, o presidente da 
CA/CBF Antonio Pereira da Silva, ministrou um curso de requalificação 
teórica e prática aos apitos catarinenses. O fato que aconteceu em 
Balneário Camboriu é elogiável, mas é insignificante
dada as várias competições que tem a entidade nacional e ao ingente 
número de equívocos de interpretação e aplicação das Regras de Futebol, 
que, ocorreram nas últimas temporadas, em específico neste ano. 
Acrescente-se ainda, o desfile de um contingente expressivo
de homens de preto, que  exibem a cada jogo da Copa do Brasil ou do 
Campeonato Brasileiro, uma inaceitável protuberância abdominal (índice 
de massa corpórea), o que avilta o personagem mais importante de uma 
partida, que é o árbitro.
Assessor foi banalizado (1)  
Outra situação vergonhosa que se perpetuou na CA/CBF e é uma das 
causas da indigência qualitativa do árbitro brasileiro, diz respeito a 
designação do Assessor de Arbitragem ou Observador de Árbitros como 
queiram.  Essa função diz a Fifa, deve ser exercida
por ex-árbitros com notório conhecimento sobre as Regras de Futebol. 
Aqui, a função do assessor ou observador foi banalizada, já que a CA/CBF
 vem designando há muito tempo, pessoas sem a menor qualificação para 
exercerem tão importante missão. Há casos de assessores
que nunca apitaram sequer uma partida de futebol de menino de conjunto 
residencial.
Assessor foi banalizado (2)
Edson Resende Oliveira, Sérgio Corrêa da Silva, Aristeu Leonardo 
Tavares e agora Antonio Pereira da Silva, todos ex-árbitros, sendo que 
alguns atuaram em Copa do Mundo e todos estiveram a frente da chefia do 
apito brasileiro nas últimas décadas. Pergunto:
Quais são os motivos que obrigaram esses cidadões a concordarem com a 
escalação de pessoas sem identidade com as tomadas de decisões do 
árbitro e seus assistentes no campo de jogo?  Ao aceitarem essa 
situação, os senhores acima nominados, direta ou indiretamente,
contribuíram e muito para que a tão sonhada padronização e, por 
extensão, o aprimoramento do árbitro de futebol no Brasil fosse 
prejudicado.
Copa das Confederações segue trilha antiga
Divulgação 
A arbitragem desenvolvida na Copa das Confederações em algumas 
partidas, tem apresentado alguns lances que em nosso futebol diferem e 
muito em diferentes lances, como a marcação da faltas. Mas, também, em 
que pese todo o esforço de Fifa no processo seletivo
e, por conseguinte, na preparação dos árbitros e assistentes, tem 
acontecido vários equívocos técnicos. Até o presente momento, a 
confraria dos homens de preto da entidade que controla o futebol no 
planeta, não mostrou nada de excepcional. Howard Webb (foto)
é a única exceção.
Divulgação 
 

 
Caro Bicudo, como o senhor pode pegar tanto no pé dos Assessores. Eles passam por provas da CBF e eles realizam treinamentos especificos também.
ResponderExcluirSerá que esta mágou é pelo fato do senhor ser preterido para esta relevante atividade?
Nem precisa publicar meu post, mas tenho lhe acompanhado a tempos e noto muita amargura.
Quantos assessores existem, quantos bons e quantos ruins o senhor pode afirmar que existem?
Entre os jogadore, juizes e policiais existem os bons e ruins.
Que coisa feia ficar pegando no pé dos assessores de futebol.
Fui pesquisar e a maioria dos assessores do PR atuaram na arbitragem.
O senhor anda mal informado!
Prezado internauta, nunca pedi a ninguém na Federação Paranaense de Futebol e a nenhuma pessoa na CBF até o presente instante, para ocupar a função de assessor. Não é minha praia, embora tenha militado como árbitro e seja na atualidade um estudioso das REGRAS DE FUTEBOL. Sou favorável ao velho adágio popular de que cada "macaco no seu galho". Quem não apitou, não vestiu a indumentária de árbitro ou assistente, não vivenciou partidas de futebol do amador, infantil, juvenil, júnior, profissional, vestido de preto, amarelo azul ou outra cor no seu uniforme, não pode ser assessor de nada na minha opinião e, sobretudo,da Fifa. Quem é designado para tão importante missão, como é a do Assessor de Arbitragem deve ter notório conhecimento sobre as REGRAS DE FUTEBOL e ter exercido a atividade de árbitro de futebol. Por favor, leia as circulares da Fifa e observe qual é a determinação da entidade internacional sobre os assessores. Não é minha praia, nunca pedi a ninguém para ser e se fosse convidado recusaria. Assessor de Arbitragem que não apitou uma única partida de futebol, não fez o curso de árbitros, não vivenciou (ou seja, não viveu intensamente) - a condição de árbitro de futebol é um alienígena. E, presta um desserviço a qualidade da arbitragem brasileira, quando exerce tão importante missão, que foi entregue a pessoas em vários Estados do Brasil, sem as qualificações exigidas. É por esse e outros motivos de que não cabem neste espaço, que o árbitro de futebol no País pentacampeão de futebol é visto e tratado como um ser abjeto, desprezível, descartável.
ExcluirValdir Bicudo