segunda-feira, 7 de abril de 2014

Artista de futebol muda de mundial para mundial

Divulgação

Em 1863, as bolas eram feitas de couro inflado e com revestimento de couro inserido mais tarde, para ajudar a manter as suas formas. Em 1872, as especificações foram revistas, e as regras permaneceram praticamente inalteradas, tal como definidas pela International Football Association Board (IFAB). As diferenças das bolas criadas desde que esta regra entrou em vigor, têm sido a de fazê-la com materiais diferentes, bem como das estampas impressas em sua superfície.
As bolas passaram por uma mudança profunda ao longo do tempo. Durante a época medieval, eram feitas normalmente de um invólucro exterior de couro cheia de aparas de cortiça. Outro método de produção era usar bexigas de animais, para a parte interior da bola tornando-a inflável. No entanto, estes dois estilos deixavam as bolas mais fáceis de furar, além de não serem muito adequadas para chutar, permanecendo assim até o século XIX, momento em que elas foram aprimoradas, tornando-se mais parecidas com as bolas de futebol de hoje.
Posteriormente, Charles Goodyear, introduziu o uso da borracha e suas descobertas da vulcanização. A aplicação desta inovação às bolas melhorou consideravelmente as mesmas. É o tratamento de vulcanização da borracha que confere à bola certas qualidades como resistência, elasticidade e resistência aos solventes, além de ajudar a resistir ao calor e o frio. A inovação de Charles Goodyear, aumentou as possibilidades do uso ao tornar mais fácil o ato de chutar a bola. A maioria das bolas da época tinha couro curtido com dezoito seções emendadas. Estes foram dispostos em seis painéis de três faixas cada um.
Durante a primeira década do século XX, as bolas de futebol eram confeccionadas de borracha e couro, que eram perfeitas para bater e chutar. No entanto, cabecear a bola era uma experiência dolorosa. Esse problema era mais comum quando chovia durante as partidas, pois o couro absorvia a água da chuva, chegando a causar pequenas lesões na cabeça dos atletas. Outro problema era que as bolas deterioravam-se muito rápido.
Um dos elementos das bolas atuais que são testadas é a deformação quando é chutada, ou quando atinge uma superfície. Dois estilos de bolas de futebol foram testados pelo Sports Technology Research Group da Wolfson School of Mechanical and Manufacturing Engineering na Universidade de Loughborough. Estes dois modelos foram chamados de Basic FE model (modelo FE básico, na língua portuguesa) e o Developed FE model (modelo FE desenvolvido, na língua portuguesa). O modelo desenvolvido utilizou também as propriedades isotrópicas do material, mas incluiu uma emenda adicional na região de costura mais reforçada. O resultado foi que a Developed FE model, resistiu melhor à deformação do que a Basic FE. Model, assegurando que a bola de futebol continuará a desenvolver-se ainda no presente.
Quase todas as bolas de futebol fabricadas atualmente são feitas de couro sintético, pois sua espessura varia muito menos do que a do couro natural. Normalmente, uma bola consiste em várias camadas de material que são revestidas com uma cobertura à prova d’água. As camadas são impressas e cortadas em gomos de diversas formas, normalmente pentágonos ou hexágonos, e também retângulos ou outras formas, que são costuradas juntas para formá-la.
As bolas são finalizadas, tradicionalmente, à mão por costureiros habilidosos, apesar de que, cada vez mais, as bolas são produzidas por máquinas. Leva-se cerca de quatro horas para se produzir uma bola costurada à mão com entre 1.400 e 2.000 pontos. Ela é costurada de dentro para fora. Antes da última peça ser costurada, a bola é virada do lado avesso, a válvula de borracha é inserida e o último ponto é dado, usando uma ferramenta curva especial. Isso permite que os costureiros puxem os fios de dentro da bola para garantir um acabamento liso e perfeito.
A Fifa determina que a bola será esférica, de couro ou qualquer outro material adequado. Sua circunferência não deve ser inferior a 68cm e superior 70 cm. Seu peso não pode ser menos de 410 gramas e nem superar os 450 gramas.
Em todas as competições da entidade que controla o futebol no planeta, além das especificações da Regra II (A Bola) - a pelota para ser utilizada nos torneios da Fifa, tem que ter um dos três seguintes logotipos. Fifa Approved, Fifa Inspected e International Matchball Standard.
No manual das Regras de Futebol, a Fifa especifica que os logotipos em tela estampados nas bolas, significam que elas cumprem as especificações técnicas, diferentes para cada logotipo e adicionais às individualizações mínimas estipuladas na Regra II. A bola, até a Copa de 1966 na Inglaterra, sofreu várias modificações.
Porém, a grande guinada desse artefato que gera controvérsia, intriga, choro e uma paixão inigualável, aconteceu após a Fifa celebrar contrato com uma multinacional, e, por consequência, com o avanço da tecnologia.
A partir do Mundial de 1970 no México, vêm acontecendo uma mudança na bola, a cada competição da entidade internacional, com o objetivo de melhorar sua performance na relva, e, por conseguinte, propiciar aos atletas que participam dos espetáculos de futebol, um ótimo manuseio.
Confira nesta e nas próximas matérias os modelos de bola utilizadas desde 1970, até a próxima Copa do Mundo, que acontecerá no Brasil a partir do próximo dia 12 de junho.

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