Divulgação |
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Em 1863, as bolas eram feitas de couro inflado e com revestimento de
couro inserido mais tarde, para ajudar a manter as suas formas. Em 1872,
as especificações foram revistas, e as regras permaneceram praticamente
inalteradas, tal como definidas pela International Football Association
Board (IFAB). As diferenças das bolas criadas desde que esta regra
entrou em vigor, têm sido a de fazê-la com materiais diferentes, bem
como das estampas impressas em sua superfície.
As bolas passaram por uma mudança profunda ao longo do tempo. Durante
a época medieval, eram feitas normalmente de um invólucro exterior de
couro cheia de aparas de cortiça. Outro método de produção era usar
bexigas de animais, para a parte interior da bola tornando-a inflável.
No entanto, estes dois estilos deixavam as bolas mais fáceis de furar,
além de não serem muito adequadas para chutar, permanecendo assim até o
século XIX, momento em que elas foram aprimoradas, tornando-se mais
parecidas com as bolas de futebol de hoje.
Posteriormente, Charles Goodyear, introduziu o uso da borracha e suas
descobertas da vulcanização. A aplicação desta inovação às bolas
melhorou consideravelmente as mesmas. É o tratamento de vulcanização da
borracha que confere à bola certas qualidades como resistência,
elasticidade e resistência aos solventes, além de ajudar a resistir ao
calor e o frio. A inovação de Charles Goodyear, aumentou as
possibilidades do uso ao tornar mais fácil o ato de chutar a bola. A
maioria das bolas da época tinha couro curtido com dezoito seções
emendadas. Estes foram dispostos em seis painéis de três faixas cada um.
Durante a primeira década do século XX, as bolas de futebol eram
confeccionadas de borracha e couro, que eram perfeitas para bater e
chutar. No entanto, cabecear a bola era uma experiência dolorosa. Esse
problema era mais comum quando chovia durante as partidas, pois o couro
absorvia a água da chuva, chegando a causar pequenas lesões na cabeça
dos atletas. Outro problema era que as bolas deterioravam-se muito
rápido.
Um dos elementos das bolas atuais que são testadas é a deformação
quando é chutada, ou quando atinge uma superfície. Dois estilos de bolas
de futebol foram testados pelo Sports Technology Research Group da
Wolfson School of Mechanical and Manufacturing Engineering na
Universidade de Loughborough. Estes dois modelos foram chamados de Basic
FE model (modelo FE básico, na língua portuguesa) e o Developed FE
model (modelo FE desenvolvido, na língua portuguesa). O modelo
desenvolvido utilizou também as propriedades isotrópicas do material,
mas incluiu uma emenda adicional na região de costura mais reforçada. O
resultado foi que a Developed FE model, resistiu melhor à deformação do
que a Basic FE. Model, assegurando que a bola de futebol continuará a
desenvolver-se ainda no presente.
Quase todas as bolas de futebol fabricadas atualmente são feitas de
couro sintético, pois sua espessura varia muito menos do que a do couro
natural. Normalmente, uma bola consiste em várias camadas de material
que são revestidas com uma cobertura à prova d’água. As camadas são
impressas e cortadas em gomos de diversas formas, normalmente pentágonos
ou hexágonos, e também retângulos ou outras formas, que são costuradas
juntas para formá-la.
As bolas são finalizadas, tradicionalmente, à mão por costureiros
habilidosos, apesar de que, cada vez mais, as bolas são produzidas por
máquinas. Leva-se cerca de quatro horas para se produzir uma bola
costurada à mão com entre 1.400 e 2.000 pontos. Ela é costurada de
dentro para fora. Antes da última peça ser costurada, a bola é virada do
lado avesso, a válvula de borracha é inserida e o último ponto é dado,
usando uma ferramenta curva especial. Isso permite que os costureiros
puxem os fios de dentro da bola para garantir um acabamento liso e
perfeito.
A Fifa determina que a bola será esférica, de couro ou qualquer outro
material adequado. Sua circunferência não deve ser inferior a 68cm e
superior 70 cm. Seu peso não pode ser menos de 410 gramas e nem superar
os 450 gramas.
Em todas as competições da entidade que controla o futebol no
planeta, além das especificações da Regra II (A Bola) - a pelota para
ser utilizada nos torneios da Fifa, tem que ter um dos três seguintes
logotipos. Fifa Approved, Fifa Inspected e International Matchball
Standard.
No manual das Regras de Futebol, a Fifa especifica que os logotipos
em tela estampados nas bolas, significam que elas cumprem as
especificações técnicas, diferentes para cada logotipo e adicionais às
individualizações mínimas estipuladas na Regra II. A bola, até a Copa de
1966 na Inglaterra, sofreu várias modificações.
Porém, a grande guinada desse artefato que gera controvérsia,
intriga, choro e uma paixão inigualável, aconteceu após a Fifa celebrar
contrato com uma multinacional, e, por consequência, com o avanço da
tecnologia.
A partir do Mundial de 1970 no México, vêm acontecendo uma mudança na
bola, a cada competição da entidade internacional, com o objetivo de
melhorar sua performance na relva, e, por conseguinte, propiciar aos
atletas que participam dos espetáculos de futebol, um ótimo manuseio.
Confira nesta e nas próximas matérias os modelos de bola utilizadas
desde 1970, até a próxima Copa do Mundo, que acontecerá no Brasil a
partir do próximo dia 12 de junho.
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