quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Por que a arbitragem brasileira está em crise? (final)

A última etapa que versa sobre a crise que vivencia a arbitragem brasileira tem dois epicentros. As associações e sindicatos de árbitros de futebol e os próprios árbitros. No que diz respeito as entidades de classe que “representam” os homens de preto em todo o Brasil, nesse setor o continuísmo “dá carta e joga de mão". Encontrar uma entidade de classe que ainda não foi cooptada pelas federações estaduais ou as comissões de arbitragem, é como achar uma agulha num “palheiro”. E quem não aceitou ser cooptado, está sofrendo consequências me disse um presidente de uma associação em “off”.

Os eleitos pela categoria do apito em diferentes localidades do País afora, que “juraram” defender e buscar melhorias para os seus filiados nos diversificados segmentos da arbitragem, estão “arraigados” em funções triplas ou quádruplas nas federações estaduais e na CBF.

Os dirigentes das associações que são fundadas de acordo com o Art. 53 do Código de Processo Civil e não podem ter lucro, mas, quem está envolvido no processo tem, foram cooptados  escancaradamente pelas federações e a CBF.

Os componentes dessas associações/sindicatos, por questão ética e dada a incompatibilidade salvo um ou outro caso, não deveriam, mas exercem as atividades de diretor da comissão de árbitros, observador de arbitragem, diretor ou membro da escola de formação de árbitros da federação local. 
Além disso, há um contingente expressivo de dirigentes classistas (associações, sindicatos, membros e diretores das comissões de arbitragem das federações) - que atuam como observadores, delegados especiais e há pouco “inventaram” a figura do Tutor de arbitragem nas competições da CBF. Detalhe: Todos os envolvidos nesse processo são regiamente remunerados pelos borderôs dos jogos, porém, os resultados de toda essa parafernália são pífios a partir do momento que o homem do apito autoriza o início das partidas.

E, por derradeiro, aquele a quem é conferido o direito inalienável conforme preceituado na (REGRA V) – o árbitro - de interpretar e aplicar as REGRAS DE FUTEBOL, ao invés de se organizar e viabilizar mecanismos para aprimorar o seu desempenho na dificílima missão no momento de trilar o apito ou levantar a bandeira adequadamente, se acomodou.

A principal reivindicação dos árbitros e assistentes nas federações e na CBF que temos conhecimento, sempre foi e continua sendo a de garantir uma escala. Esse fator por si só atesta inexoravelmente o atraso que vivem os juízes e bandeiras do futebol pentacampeão, em que pese estarmos vivendo no século 21. O epílogo desta matéria expõe de maneira irrefutável, o Raio-X do árbitro do futebol brasileiro.

PS: O caminho para a independência, o aperfeiçoamento técnico, cultural e minimização dos erros “crassos” da arbitragem nas competições estaduais e nacionais, se existir interesse das federações e, sobretudo, da CBF, está na busca de um diálogo transparente com a direção da (Anaf) Associação Nacional de Árbitros de Futebol. Lá, os homens que comandam o futebol brasileiro, encontrarão Marco Antonio Martins e Salmo Valentim, dois baluartes da arbitragem que tem ideias, projetos e muita disposição de mudar a trajetória e propiciar a valorização que o profissional do apito é merecedor.

PS (2): A Uefa deu início a partir de hoje (24), até a próxima sexta-feira em Nyon (Suíça), ao curso de capacitação aos (AAA) árbitros assistentes adicionais da entidade europeia. A estrutura do evento terá como principal foco assistente de arbitragem adicional, exercícios práticos, tomada de decisão e exercícios do árbitro assistente adicional. Enquanto isso aqui no Brasil, os (AAA) demonstram total inabilidade na função nos prelios do Brasileirão.     

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