Os
grandes vencedores pela manutenção do veto de 0,5% como direito de
arena aos árbitros do futebol brasileiro, na sessão conjunta do
Congresso Nacional, na noite da última terça-feira (22), foram os
cartolas que comandam os clubes, as federações a CBF e, por
extensão a TV. Porque o percentual solicitado pela arbitragem se
derrubado o veto, sairia do bolo de um dos membros do quarteto ou os
quatro teriam que se cotizar e fatiar o 0,5% aos homens de preto.
Derrotados duas vezes consecutivas nos últimos dias, dirigentes sindicais da arbitragem precisam refletir e se reinventar
Dito
isto, a vitória dos nominados acima não aconteceu por acaso. Ao
longo dos anos, cartolagem, CBF, federações e a TV se organizaram
em grupos - suas ações passaram a ser milimetricamente planejadas
em todas as esferas do futebol, por especialistas em marketing,
regulamentos das competições, assessores jurídicos de excelência
e outros mecanismos para então serem colocadas em prática.
E,
como prova cabal da nossa afirmação, os dirigentes de diferentes
segmentos do futebol brasileiro, organizados decidiram avançar em
outras áreas e passaram a eleger pessoas identificadas com as suas
ideias e ações na Câmara dos Deputados e no Senado Federal em
Brasília - o resultado foi a criação da denominada “bancada da
bola”. Segmento respeitável que tem agido em defesa dos interesses
da CBF, das federações e dos clubes.
Tanto
é verdade que na diretoria da CBF e nas federações de futebol de
todo o País, há um contingente expressivo de deputados estaduais,
federais e senadores, em cargos diretivos dessas entidades. E de lá
só saem quando vitimados por doença grave, morte ou por decisão
judicial. Mas quando isto acontece, a cartolagem organizada como é,
já tem um substituto para repor no lugar daquele saiu.
O
resultado de tudo o que você leu acima, foi transformado em vendas
de atletas para o exterior, publicidade nos uniformes dos atletas e
nos estádios das equipes e cota de televisão que rendem milhões de
reais aos cofres da CBF, clubes e federações.
Enquanto
o quarteto acima dá carta, joga de mão e fica com o “curinga”
na manga voando, um setor primordial para o bom desempenho de toda e
qualquer competição de futebol, a arbitragem, estacionou no tempo.
Ao
invés de buscar mecanismos que direcionassem a arbitragem a obter
um patamar de qualidade e pleitear junto as federações e a CBF
melhores condições de trabalho, taxas e diárias condizentes,
patrocínio na vestimenta revertido em pról dos árbitros, cursos de
capacitação continuada, para prestarem um trabalho de alto nível
aos clubes e deles conseguir respeito que a categoria merece, os
homens que manejam o apito e a bandeira optaram em “brigar por
escalas”, junto as federações e a CBF.
Além
do exposto, os juízes e bandeiras do território brasileiro,
“manobrados” por gente com interesses alheios a uma arbitragem de
excelência, optaram pelas associações que não possuem
legitimidade perante a CLT, a Constituição brasileira e o
ministério do Trabalho e Emprego, em detrimento dos sindicatos.
Nunca
é demais lembrar que na atualidade uma plêiade de dirigentes de
associações e sindicatos da confraria do apito, exercem funções
em cargos de segundo escalão nas federações de futebol e na CBF, o
que aniquilou com qualquer vestígio de independência da categoria.
É
óbvio que com o quadro de pobreza de pensamento, de ações, de
projetos de interesse da classe e, sobretudo de independência, só
podia dar “chabu” na reivindicação de 0,5% como direito de
arena.
Diante
de tudo que se leu, é chegado o momento de a arbitragem se
organizar, fundar em caráter emergencial a Federação Brasileira de
Árbitros de Futebol, que deve ser composta por gente que tenha
conhecimento jurídico e comprometidas com a classe dos homens de
preto.
PS:
A manutenção do veto de 0,5% deve servir de reflexão à Associação
Nacional de Árbitros (Anaf), ao seu departamento jurídico, ao
interlocutor político escolhido pela Anaf que está alocado no
Distrito Federal, às associações e sindicatos e aos grandes
“perdedores”, os árbitros. Se não se reinventarem,
a Anaf, sindicatos e os árbitros, continuarão
dando com os “burros n'água.”
PS (2): Além da reflexão, Anaf e sindicatos se possuem a mínima intenção de mudar o quadro vexatório que proporcionaram nas últimas lidas e recuperar a credibilidade junto a confraria do apito, devem tomar um posicionamento a respeito das associações que não teem nenhuma legitimidade para representar a categoria dos apitos. "Talvez, o jurídico da Anaf desconheça o assunto". No entanto, não se sabe porque cargas d'água, a direção da Anaf renitentemente continua dando guarida às associações, cuja missão precípua é realizar eventos sociocultural.
PS (2): Além da reflexão, Anaf e sindicatos se possuem a mínima intenção de mudar o quadro vexatório que proporcionaram nas últimas lidas e recuperar a credibilidade junto a confraria do apito, devem tomar um posicionamento a respeito das associações que não teem nenhuma legitimidade para representar a categoria dos apitos. "Talvez, o jurídico da Anaf desconheça o assunto". No entanto, não se sabe porque cargas d'água, a direção da Anaf renitentemente continua dando guarida às associações, cuja missão precípua é realizar eventos sociocultural.
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