Segundo Collina, um árbitro top de linha tem que ter: excelente equilíbrio, forte mentalização e extrema frieza nos momentos de ingente tensão
Num
ano em que a arbitragem esteve no olho do “furacão” em função de vários erros
de interpretação e aplicação das Regras de Futebol, acoplado ao desleixo de um
segmento minoritário dos homens de preto, que contribuíram para a audiência significativa
da Tv e proporcionaram deleite aos “leigos” e aos comentaristas da televisão, três árbitros e dois assistentes
da Relação Nacional de Árbitros de Futebol (Renaf), se destacaram no atual Campeonato
Brasileiro da CBF.
No apito,
Anderson Daronco (Fifa/RS), Heber Roberto Lopes (Fifa/SC) e Ricardo Marques
Ribeiro (Fifa/MG), em que pese as inúmeras dificuldades que enfrentaram em
todas as partidas que comandaram ao longo desta temporada, demonstraram
capacidade, frieza, imparcialidade, conhecimento e com isto atingiram os
objetivos dos quatro pilares exigidos pela Fifa dos árbitros top de linha.
A
trempe em tela, no pilar físico cumpriu o preceituado pelo P.h.D. em Educação Física
da Uefa e da Fifa, professor/Doutor da Universidade de Louvre (Bélgica), Werner
Helsen. Ou seja, seus deslocamentos no campo com a bola em jogo, nas jogadas de
pequena, média e alta velocidade em relação a distância da jogada e da bola,
atingiram as determinações do Dr. Helsen.
No
pilar técnico, conhecimento e interpretação das Regras de Futebol, Daronco,
Lopes e Marques, cometeram pequenos equívocos que não interferiram nos
resultados dos confrontos que dirigiram. Alguns do equívocos sequer foram
notados, já que para a percepção dos mesmos, é imperativo ser um notório
conhecedor das leis do jogo.
No
que concerne ao pilar tático, posicionamento com a bola em jogo e fora de jogo,
o triunvirato acima nominado, em razão da ótima condição física que propicia ao
árbitro raciocinar e se se movimentar
com maior rapidez, também saiu-se a contento.
Quanto
ao pilar psicológico, a tríade mencionada independente das inúmeras situações
que vivenciou nos jogos neste ano, exibiram as três principais características
de um árbitro profissional sob forte pressão, segundo Pierluigi Collina, eleito
o melhor árbitro do planeta por seis temporadas consecutivas que são: o equilíbrio,
forte mentalização e extrema frieza no momento de decidir. O que significa
estar consciente dos acontecimentos e tomar decisões de acordo com as regras.
No
que diz respeito aos árbitros assistentes, nenhum profissional desta área
superou Alexandro Rocha Matos (FIFA/BA)
e Bruno Boschilia (FIFA/PR). O dueto em tela, teve um comportamento
próximo da uniformidade no posicionamento e ações na assistência, nos deveres e
responsabilidades, no posicionamento e trabalho em equipe, no posicionamento
durante as partidas com a bola em jogo e fora de jogo, no tiro de meta, quando
os goleiros soltaram as bolas com as mãos, no tiro penal, nas situações de gol
ou não gol, no tiro de canto, nos tiros livres, nas infrações fora e dentro da
área penal, nos sinais com as mãos ou gestos, na técnica de deslocamento, na
utilização do sinal de “bip”, que é um sinal complementar a ser usado somente quando
necessário, para atrair a atenção do árbitro central (pág. 57 – manual das
Regras de Futebol).
Além
do exposto, Boschilia e Matos se consolidaram como modelos no item sinais dos assistentes conforme está
explicitado no livro REGRAS DE FUTEBOL (págs. 58 e 59).
PS:
Independente das opiniões dos diversificados segmentos que acompanham o futebol
brasileiro, as quais respeito - externo neste espaço a nossa opinião em
conformidade com o que vivenciamos desde 1979, quando iniciamos nossa
trajetória na arbitragem.
PS (2): Acrescento ainda que, os conceitos aqui
efetivados estão substanciados nos estudos, pesquisas e o que vemos diariamente
- na leitura e na interação que fazemos com os mestres Amelio Andino, Carlos
Alarcón, Carlos Eugênio Simon, Hugh Dallas (UEFA), José Mocelin, Roberto
Perassi, Sálvio Spínola, Sérgio Corrêa da Silva e na interpretação das regras e
diretrizes da Fifa e (IFAB).
PS (3): Dentre os árbitros promissores que se destacaram nas competições da CBF neste 2015, Marielson Alves da Silva (CBF-1/BA) e Rodolpho Toski Marques (CBF-1/PR), apoiados no belíssimo trabalho desenvolvido pela Escola Nacional de Arbitragem de Futebol (Enaf), foram os destaques.
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