Na
entrevista que concedeu ao site VOZ DO APITO, o diretor da CA/CBF, Marcos
Marinho, afirmou que: “Irá acompanhar os
estaduais do ano em curso, para poder dar oportunidades aos árbitros que os
comitês estaduais estiverem apostando”. Marinho afirmou ainda que outra
prioridade é administrar a arbitragem brasileira, ao lado dos chefes das
comissões, pois sem eles o seu trabalho se tornaria muito mais difícil.
Concordo
com a integração com as comissões de arbitragem - mas, com profundas ressalvas.
Apitar jogos regionais é uma coisa. Dirigir partidas da Série A e B do
Campeonato Brasileiro, onde os estádios são diferentes, a televisão está
presente com vinte e duas câmeras ou mais monitorando as ações do árbitro e/ou
assistentes, o torcedor é de outro estrato social, a qualidade técnica e física
dos atletas é superior e os interesses da cartolagem e técnicos são
multifacetados, são outros quinhentos.
Daí
entendo, que os membros das comissões de árbitros e um contingente expressivo
de apitos e bandeiras, estão despreparados e somente com um treinamento
específico no intelecto do cidadão poderá qualificá-lo ou não a atuar em jogos
de alto nível.
Feito o
preâmbulo, das duas uma: Ou Marcos Marinho demonstrou cordialidade com as
comissões de arbitragem das federações, ou então desconhece o cenário de
pobreza qualitativa que assola o quadro de arbitragem das federações de futebol
de todo o país.
Observe
sr. Marcos Marinho, a penúria do Paraná. Há dez anos a frente da direção da
arbitragem da Federação Paranaense de Futebol (FPF), Afonso Vitor de Oliveira e
seus pares não revelam um único árbitro promissor (apito masculino) - embora
tenha a (FPF) realizado inúmeros cursos na última década. O último apito
talentoso com possibilidades de alcançar degraus expressivos na FIFA, foi
descoberto e formado pelo professor Nelson Orlando Lehmkhul, há doze anos
atrás, Rodolpho Toski Marques.
Observe
sr. Marcos Marinho, a penúria de Santa Catarina que há dezessete anos não
emplaca um árbitro genuinamente catarinense no quadro da FIFA. Observe sr.
Marcos Marinho, a penúria da Federação Gaúcha de Futebol, que num passado
recente foi considerada modelo em arbitragem – dado o continuísmo na sua
comissão de arbitragem e ausência de um projeto de excelência na formação de novos
árbitros, não conseguiu apresentar um nome com as qualidades exigidas para
substituir Leandro Vuaden, no quadro da FIFA, no mês de janeiro que passou.
Ficou apenas Anderson Daronco.
Observe
sr. Marcos Marinho, a penúria do quadro de árbitros da Federação de Futebol do
Estado do Rio de Janeiro e o continuísmo da sua comissão de arbitragem. Lá foi
promovido Wagner Nascimento Magalhães a FIFA, que ainda é uma incógnita e a
única revelação dos últimos anos é Bruno Arleu de Araújo.
Observe sr. Marcos Marinho, a penúria do quadro de árbitros da Federação
Paulista de Futebol. O último árbitro (apito), top de linha, foi Paulo Cesar de
Oliveira. Luiz Flavio de Oliveira é bem-intencionado, mas fica por aí. Thiago
Duarte Peixoto, ainda não decolou e Raphael Claus, apesar do excelente
Campeonato Brasileiro do ano que passou, está em processo de sedimentação.
Observe sr. Marcos Marinho, a penúria do quadro de árbitros da Federação
Mineira de Futebol – lá tem Ricardo Marques Ribeiro. Ponto.
Observe sr. Marcos Marinho, a penúria no quadro de arbitragem das
federações da Região Centro Oeste - o cenário é praticamente o mesmo das demais
- há um árbitro com estofo, Wilton Pereira Sampaio. Já Wagner Reway, elevado ao
quadro da FIFA em 2017 é outra incógnita.
Observe
sr. Marcos Marinho, a penúria da arbitragem da Região Nordeste. Entra ano sai
ano, importando apitos e/ou bandeiras de outras federações para atuarem nos
seus campeonatos - mas, sobretudo, nas finais dos aludidos campeonatos
regionais. Observe sr. Marcos Marinho, a penúria qualitativa dos homens de
preto da Região Norte - Dewson de Freitas, é o solitário que segura a marimba.
Ponto.
Diante do
quadro exposto e da ausência clarividente de investimentos financeiros
substanciosos das federações de futebol, que não possuem número adequado de
instrutores com perfil e qualificação profissional para formar e
consequentemente capacitar a arbitragem - estabelecer parceria com o modus operandi anacrônico vigente nas
comissões de arbitragem e apostar nos apitos e bandeiras que atuam nos
campeonatos regionais com raríssimas exceções, significa um salto no escuro.
Acredito
que Vossa Senhoria que sempre demonstrou equilíbrio nas suas ações, irá tomar
as cautelas necessárias em relação a integração com as ditas comissões, e não
desfazerá o belíssimo trabalho que foi efetivado pelo seu antecessor, Sérgio
Corrêa e congêneres e a Escola Nacional de Arbitragem de Futebol (Enaf).
PS: Como é que haverá renovação na
arbitragem brasileira, se as comissões de arbitragem das federações de futebol
são as mesmas há mais de uma década e a maioria não evoluiu? Como é que haverá
renovação na arbitragem brasileira, se tem diretor de associação de árbitros,
da Associação Nacional de Árbitros (Anaf) e de sindicato de arbitragem “PENDURADO”
em cargos e recebendo prebendas e sinecuras das federações de futebol? É com esse povo que o sr. quer
realizar a chamada integração da arbitragem brasileira, Cel Marinho?
Crédito da foto: CBF
Perguntar não ofende: A atual plêiade de sindicalistas fracassados
que representam a confraria do apito brasileiro me acusa de persegui-los e
dizem que o falamos e/ou escrevemos aqui neste espaço não deve ser levado a
sério. Então vamos lá: Quantos, quais são os projetos e/ou propostas que esse grupo
de sindicalistas levou ao Congresso Nacional, nos últimos três anos, que foi
revertido de maneira concreta em benefício da categoria dos apitos e bandeiras
dos homens de preto? E se há alguma outra conquista qual foi?
Perguntar não ofende (2): Quanto foi gasto em espécie para ajuizar
equivocadamente a ação do direito de imagem da arbitragem brasileira na Comarca
de (PE)? Onde está e em que situação se encontra a indigitada ação?
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