Li,
revi e trevi a pauta da reunião de trabalho da Associação Nacional de Árbitros
de Futebol (Anaf), que será discutida no período de 14 a 16 de abril de 2017, na cidade
de Rio Branco, (Acre). Antes de entrar nos temas que considero relevante, esclareço
que na pesquisa realizada junto ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em
22/2/2017, mais especificamente no Cadastro Nacional de Entidades Sindicais (CNES),
não existe nenhuma menção ao Acre como sindicato de árbitros - e não foi encontrada solicitação
e/ou documento a respeito. Esclareço que o fato não impede o Acre de receber o
evento da Anaf.
Feito
o introito, vamos aos temas de real interesse à confraria do apito e das
bandeiras, que têm sido postados no site da Anaf em todas as reuniões de
trabalho e congressos nos últimos dois anos, e como está a situação de cada um.
PROFISSIONALIZAÇÃO
– o projeto [Nº 6405/2002], elaborado
por mentes prodigiosas contemplava a profissionalização do árbitro de futebol do
Brasil com todos os direitos. Protocolado no Congresso Nacional em 2002, em
Brasília, o aludido projeto perambulou durante onze anos em diversas comissões –
com o passar dos anos e o desinteresse da categoria, foi sendo descaracterizado
e quando saiu de lá em outubro de 2013, veio na forma da Lei Nº 12.867, com o
seguinte conteúdo: Fica RECONHECIDA
a atividade do árbitro de futebol no território brasileiro como profissional.
PONTO.
A REGULAMENTAÇÃO do labor
do árbitro que seria a sua independência na nossa opinião, foi embora com o
cavalo encilhado – isto porque a arbitragem esqueceu-se de montá-lo - já que o
projeto em tela, esteve no Distrito Federal por mais de uma década. Outra
oportunidade como esta que foi perdida, dificilmente acontecerá.
Acrescente-se
que o tema é e será complexo em razão do fator previdenciário – como também é
público e notório, que a CBF e as federações de futebol nunca se propuseram
discutir a questão e não querem nem ouvir falar do assunto.
CERTIDÃO DE REGISTRO SINDICAL – (CARTA
SINDICAL) – Durante sete anos da atual
administração da Anaf, não foi criado nenhum sindicato até o dia 22 de fevereiro deste ano.
O CEARÁ obteve a
CARTA SINDICAL, por desprendimento do seu presidente João Lucas, com a participação
do sindicalista Ciro Camargo (RS) e da ação efetiva da União Geral dos
Trabalhadores (UGT).
Destaco
ainda que os sindicatos do PR, R. G. do SUL e SP,
já eram detentores da CARTA SINDICAL, antes da ascensão de Marco Antonio
Martins (foto) e o grupo que lhe dá sustentação no comando da Anaf.
Dada
a avalanche de sindicatos criados no país na era do lulopetismo, hoje para se
criar um sindicato as dificuldades aumentaram e o tempo para a concessão da
CARTA SINDICAL, idem.
DIREITO DE IMAGEM À ARBITRAGEM –
Aqui está configurado a ausência de um diretor jurídico de excelência na Anaf.
A AÇÃO DO DIREITO DE IMAGEM aos homens de preto, que custou milhares de reais
foi ajuizada na Comarca de Recife (PE). O Juízo de lá entendeu que: [Aquela
COMARCA, nada tinha a ver
com a querela e a remeteu a Comarca do Rio de Janeiro, sede da TV detentora dos
direitos de transmissão das competições da CBF.] Informações que recebi
no final de 2016, foi de que a ação estava mais parada do que ÁGUA DE POÇO.
Explicado
como está a situação da profissionalização, Carta Sindical e do Direito de
Imagem à confraria do apito que labora nos torneios da CBF, lembro que o Edital de Convocação da Anaf,
omitiu três temas de relevância à categoria: 1) A exploração
análoga a escravidão por parte da CBF, que estampa nos uniformes de todos os
apitos e bandeiras que atuam nos campeonatos da instituição, três logomarcas de
multinacionais.
Logomarcas
que são exibidas em diferentes televisões do planeta, nos jornais, nas revistas, no Facebook, no
Youtube, no Instagram, no Linkedin e no Twitter. Enquanto isto, a CBF
fatura milhões de reais e os homens de negro da (Renaf), são remunerados com
uma taxa, cujo valor é questionável. Quais são os motivos que impedem a Anaf de
encarar a questão dos patrocínios na indumentária dos homens da Renaf, perante
a CBF?
Aliás,
por falar em taxa de arbitragem, a CONMEBOL está pagando aos árbitros da FIFA na
Libertadores, US$ 3.330 por jogo. US$ 2.420 aos assistentes e US$ 2.200 ao quarto árbitro.
2)
Não vi nenhuma menção a criação da Federação Brasileira dos Árbitros de Futebol. Entidade de segundo grau do
sindicalismo brasileiro, com poderes e/ou representatividade jurídica
superiores aos sindicatos, conforme a (CLT) e a Constituição Brasileira.
3)
Não há menção a compra de uma sede para a Anaf. A cada eleição o presidente
eleito leva o que tem da entidade para sua cidade de origem.
PS (1):
Por que Marco Antonio Martins não esclarece na reunião de trabalho no Acre, à
categoria do apito de que como Anaf a criação da Federação, a profissionalização,
Carta Sindical, patrocínios nos uniformes, taxas de arbitragens, diárias etc...
serão conquista difíceis e/ou impossíveis de serem alcançadas? Diante do
exposto pergunto: A QUEM
INTERESSA A CONTINUIDADE DA ANAF
PS (2): Em que pese a simplicidade, o APITO DO BICUDO é acessado em todo o
território brasileiro, parte da América do Sul, do Caribe, da América do Norte
e Central, em alguns países da Europa, dois países da Oceania e com pequena
penetração por ora no Continente Asiático. Portanto, nada irá mudar nossa linha
de conduta no sentido de enaltecer quando necessário e criticarmos aquilo que
está em descompasso com os verdadeiros interesses dos homens de preto do
futebol brasileiro.
PS (3): Todos os segmentos do futebol pentacampeão evoluíram
nos últimos anos - se organizaram em sindicatos, confederações e federações.
Observem quanto ganham em pecúnia (milhares de reais) as TVs, os atletas, os
cartolas, a CBF, os clubes, as federações de futebol, os técnicos, os
preparadores físicos. Enquanto isto, o árbitro de futebol sem o qual uma
partida não pode ser realizada, é explorado e utilizado como mercadoria de
troca entre o STATUS QUO que maneja o nosso
futebol. E, por consequência, continua ocupando a última poltrona da bilionária locomotiva do futebol brasileiro. E, pelo andar da carruagem, de lá não sairá tão cedo.
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