Ao longo do ano que está terminando, recebi em média, de dez a quinze correspondências eletrônicas semanais, questionando os constantes equívocos de arbitragem, e suas causas nas tomadas de decisões do trio de árbitros numa partida de futebol. Como resposta inicial, afirmo que, os erros de arbitragem são decorrentes das limitações físicas naturais de percepção visual e tornam-se inevitáveis porque provêm de humanos.
A segunda causa responsável pela seqüência de incorreção dos homens de preto, está diretamente ligada a ausência de vocação, de chamamento, de predestinação, de talento, de aptidão, de caráter, de calma, de dinamismo, de empolgação do indivíduo, que almeja exercer esse complexo labor. Tenho observado um contingente de árbitros, que não possuem as qualidades elencadas, no entanto, apitam em âmbito local e nacional, porque além da sua formação cultural, são indicados por pessoas influentes e os resultados tem sido catastróficos.
Acoplado ao aqui exposto, quando do processo seletivo para formação do futuro árbitro, os instrutores responsáveis por sibilina missão, devem analisar minuciosamente cada candidato nas suas concepções com “olhos de lince”, e detectar se aquela pessoa que está se propondo para o mister de árbitro, reúne as qualidades exigidas para desenvolver essa missão.
A terceira causa dos equívocos de arbitragem, está intimamente ligada a carência na composição dos instrutores de arbitragem, que irão ministrar o curso, e na didática que será aplicada na formação dos árbitros. Porque na medida que se forma uma pessoa para antecipar-se a um problema, ela está sendo treinada para solucioná-lo. Se a formação não for adequada, é óbvio que a solução virá de forma inadequada e as conseqüências serão imprevisíveis.
E, por derradeiro, é importante capacitar o árbitro ao menos uma vez por mês como recomenda a Fifa, e instruí-lo nos aspectos técnicos, táticos, físicos, psicológicos e social, o quinteto definido pela Fifa, como indispensável para que o árbitro possa antecipar-se mentalmente ao desenvolvimento das diferentes situações que irá enfrentar no jogo que atuar.
Isto implica na formação da “Personalidade do Árbitro” como item básico no processo ensino-aprendizagem. Sintetizando: um bom árbitro vai depender não só das qualidades natas do indivíduo para essa função, como também de um correto processo ou técnica de ensino-aprendizagem, oferecido no curso de formação.
Foto: Allan Costa
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