quarta-feira, 9 de maio de 2012

Arbitragem preventiva

Qualquer diálogo, em princípio, do árbitro com os jogadores é considerado como perigoso por abrir um canal de comunicação entre ambos, nem sempre desejável, diz a Fifa. Mas o mundo sofreu inúmeras vicissitudes  nos últimos séculos e a entidade que controla o futebol no planeta, objetivando aprimorar o relacionamento do árbitro de futebol com os demais segmentos  do esporte das multidões, atletas, técnicos, assistentes, imprensa e os membros do banco de reservas, implementou a arbitragem preventiva.

Volto ao assunto, porque na segunda-feira que passou, afirmei que o árbitro de Atlético/PR 2 x 2 Coritiba, Evandro Rogério Romam (foto), utilizou de forma equivocada a arbitragem preventiva no clássico.  Diante do exposto, recebi vários em-mails questionando o seu significado e quando o árbitro deve aplicá-la. A arbitragem preventiva consiste na comunicação do árbitro com os atletas, treinadores, membros do banco de reservas, árbitros assistentes, imprensa, gandulas, através do olhar, do apito,  sinal ou advertência verbal, que tem por objetivo precípuo, minimizar  os diferentes incidentes que podem ocorrer numa partida. Essa comunicação pode ser efetivada de forma gradual, ou seja, iniciar com uma conversa preliminar e quando a situação exigir, advertência com cartão amarelo e se necessário o vermelho para o atleta.
 Para atuar preventivamente, a Fifa recomenda que o árbitro deve ter ótimo preparo físico, inteligência e humildade para reconhecer a importância e a necessidade do diálogo com os atletas e a comissão técnica. Isso não quer dizer que, no momento de tomar uma decisão disciplinar, o árbitro deva estabelecer um colóquio verbal com o infrator, concedendo-lhe explicações ou sermões. Pelo contrário, a orientação é de que o árbitro deve aproveitar a ocasião em que esteja próximo ao jogador que está agindo em descompasso com as regras e adverti-lo através dos mecanismos acima nominados. Mas isso não impede o homem de preto de exercer sua autoridade em toda a sua plenitude.

Finalizando, a Fifa diz que o árbitro é o guardião das Regras do Jogo de Futebol e deve aplicá-las com inteligência, fazendo valer o seu espírito  principal que é punir o infrator. No que diz respeito a aplicação dos cartões, a orientação é a de que eles devem ser valorizados, mas o árbitro não deve  hesitar em aplicá-los quando necessário.

PS(1):
as declarações uníssonas de Evandro Rogério Romam, após sua designação para o Atletiba e a posteriori, expõem  de forma irretocável o abandono a que foi submetido o árbitro em tela, pela Federação Paranaense de Futebol, Comissão de Árbitros e Associação Profissional de Árbitros do Paraná. Nenhum dos órgãos aqui citados, teve a sensibilidade de vir a público para defendê-lo através dos veículos de comunicação, e informar que o árbitro de futebol é humano, tem limites, não é uma máquina. E que o equívocos praticados por Romam, são inerentes a atividade dos melhores apitos do planeta. E, por último, faltou o mais importante: a FPF, a comissão e a associação, deveriam reconhecer que o modelo de gestão que vem sendo praticado atualmente no setor de arbitragens, fracassou vertiginosamente e anunciar mudanças significativas para 2013.  

PS(2):
diante do retrocesso que vivenciamos no quadro de árbitros da FPF e das  escassas opções, resta pedir que o árbitro do jogo decisivo do próximo domingo, no Alto da Glória, atue com equilíbrio e, sobretudo, procure conhecer o significado do maior clássico do futebol do Estado Paraná e faça uma arbitragem de excelência.


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