Foto: Apito do Bicudo - Heber Roberto Lopes (Fifa/SC)
Conforme
noticiado amplamente aqui neste espaço, que se sancionado o substitutivo
3715/2012, que reconhecia como profissional o árbitro de futebol no Brasil pela
presidente Dilma Rousseff, o homem de preto não seria enquadrado na Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT). Explico: quem não está sob a égide da (CLT) - não
tem os seguintes direitos: Registro em carteira, fundo de garantia por tempo de
serviço, férias, 13º salário, seguro desemprego e se sofrer qualquer acidente
que o incapacite para o exercício da função, não tem a cobertura do Instituto
Nacional de Seguridade Social (INSS).
Pois
bem, no último dia 11 do mês em curso, a presidente da República, Dilma Rousseff,
sancionou o substitutivo acima mencionado, via Lei nº 12.687, que reconheceu a
atividade do árbitro do País pentacampeão do mundo como profissional. Mas, não coloca-o no rol dos trabalhadores contemplados
pela lei trabalhista vigente. Também, no Art. 2º da mesma lei, a presidente “ressuscita”
a Lei 9615, de 24 de maio de 1998.
Lei
essa que preconiza no seu Art.
88, que os árbitros e assistentes de arbitragem poderão
constituir entidades nacionais, estaduais e do Distrito Federal, por modalidade
desportiva ou grupo de modalidades, objetivando o recrutamento, a formação e a
prestação de serviços às entidades de administração do desporto. Aqui um detalhe: embora esteja em vigor desde 1998, a lei que dá poderes
aos apitos para exercerem o seu mister da forma preconizada, não se tem
conhecimento de que alguma associação ou sindicato tenha colocada em prática a
referida lei até a presente data.
Quem
se ater a ler na íntegra o Projeto de Lei 6405/2002, que versava sobre a
profissionalização do árbitro de futebol, observará que o que foi aprovado
representa muito pouco do conteúdo do projeto inicial. O que se fez foi uma
descaracterização paulatina da profissionalização.
Resumo
do projeto: o árbitro do futebol brasileiro, que esperou ansiosamente ao longo dos últimos onze anos, por uma lei
que o abrigasse em consonância com as demais categorias de trabalhadores desse
País, e com isso, dedicar-se exclusivamente à arbitragem, objetivando a melhora
da qualidade das suas tomadas de decisões no campo de jogo, viu o seu “sonho” continuar
na estaca zero. E, alem disso, terá que fazer o que sempre fez do apito: um
bico.
PS: a Premier League da
Inglaterra, continua sendo a única do planeta onde os árbitros e assistentes são
profissionais na sua essência. Lá, os setenta e sete árbitros e os duzentos e
trinta e um assistentes, são profissionais contratados em regime integral pela
Professional Game Match Officials Limited (PGMOL). Sob o comando do ex-árbitro
da Fifa, Mike Riley e de outros dezesseis cientistas do esporte das multidões, vivenciam
Regras de Futebol diariamente e são submetidos a treinamentos científicos, com
o intuito de responder as inúmeras situações que uma partida de futebol
praticada no século XXI apresenta e exige do personagem que interpreta e
aplica as leis no retângulo verde, que as suas decisões tenham credibilidade.
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