Foi na função de
atleta, de árbitro e, posteriormente como presidente da Associação Inglesa de
Futebol, que Sir Francis Marindin (Inglaterra), detectou as dificuldades que o
árbitro criado em 1881, sozinho enfrentava e iria enfrentar no futuro numa
partida de futebol. Daí surgiu a decisão do International Board de se
implementar em 1891, dois auxiliares com funções específicas para ajudarem-no a
controlar os prélios do esporte mais popular do planeta. Auxiliares que são chamados até a data
presente de bandeirinhas, mas cuja nomenclatura correta é árbitros assistentes.
Pois bem, a Fifa, a
Conmebol e o futebol brasileiro perderam na semana que passou, Altemir Hausmann
(Fifa/RS), considerado ao lado dos assistentes Michael Mullarkey e Darren Cann,
ambos ingleses, como os três melhores na modalidade. Hausmann, por ter completado 45 anos de idade, foi impelido a
se retirar do cenário do apito conforme determina a entidade internacional. O
assistente da Federação Gaúcha de Futebol, foi o mais completo profissional que
atuou ao longo da história do futebol brasileiro na função.
Completo, pelo
perfeito posicionamento que adotava durante a partida na mesma linha do
penúltimo defensor, e pela forma “sui gêneris” que desenvolveu nos
deslocamentos de pequena, média e alta velocidade na lateral do campo, o que
lhe proporcionava excelente visão no momento de sinalizar ou não o impedimento.
Da direita para à esquerda, Hausmann, Valdir Bicudo e o professorJosé Luis Barreto em recente encontro em Porto Alegre (RS).
Completo porque
instituiu e aprimorou uma maneira de comunicação visual e trabalho em equipe,
através do Bip da bandeira eletrônica e via o ponto eletrônico com o árbitro
central, que se alguma infração ou qualquer outro lance escapasse da percepção visual
do árbitro, incontinenti, Hausmann assinalava.
Completo porque foi o
único assistente que aprendeu e colocou em prática na essência da palavra, o que é um
profissional. Profissional que foi
criticado em muitas ocasiões pela vozes do atraso, incluindo árbitros,
dirigentes, comentaristas de arbitragem e um segmento leigo da imprensa que
cobre o futebol, que imaginam que pelo fato de estar com uma bandeira nas maõs,
o assistente é uma párea num jogo de futebol. A Fifa define quantas e quais são
atribuições do assistente e como deve agir em cada situação. Ao contrário da
maioria dos “bandeirinhas pusilânimes”, que se fingem de cegos, mudos e surdos e
deixam a responsabilidade para o árbitro, Altemir, quando percebia qualquer infração
às regras cumpria com a sua missão.
PS:
Os árbitros assistentes, Darren Cann, Michael Mullarkey e o árbitro Howard Webb,
são considerados pela Fifa, a Uefa e a Premier League, desde 2010, o melhor
triunvirato de apitadores do planeta.
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