sexta-feira, 7 de março de 2014

Sociedade manifesta apoio a Márcio e exige punição aos racistas

Um manto de solidariedade cobriu o árbitro Márcio Chagas da Silva (foto/Asp/Fifa/CBF), depois dos deploráveis episódios ocorridos no Estádio da Montanha dos Vinhedos, na quarta-feira 5 de março, no jogo entre Esportivo x Veranópolis. Os principais jornais impressos do Rio Grande do Sul trataram o assunto com o destaque merecido. A Zero Hora tratou o assunto na capa com foto de Márcio em lágrimas. Já o caderno de esportes do jornal dedicou duas páginas. O Correio do Povo deu foto na capa e toda a contracapa com a vistosa manchete: "Árbitro denuncia racismo". O Sul também abriu uma página para tratar do fato. "O presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), disse que a entidade nada pode fazer e que vai encaminhar o caso ao TJD".
                   Márcio Chagas da Silva, foi vítima de racismo  abjeto

Gaciba pede punição exemplar
O assunto também repercutiu fora do estado, sendo noticiado nos principais sites da internet e objeto de comentários de conceituados analistas de futebol, como Leonardo Gaciba, que escreveu em seu blog: "O tribunal Gaúcho não pode fraquejar! Se este caso não for punido EXEMPLARMENTE estaremos abrindo precedentes para uma “bola de neve” que em poucos instantes será transformada em uma avalanche incontrolável! Doa a quem doer!"
O site Apito Nacional, especializado em arbitragem, também explicitou sua opinião:
"Triste e lamentável a atitude de algumas pessoas que praticaram ato de racismo contra o árbitro gaúcho Marcio Chagas da Silva na ultima quarta-feira. O Apito Nacional manifesta total repúdio em relação aos fatos ocorridos na partida e presta solidariedade ao árbitro que acima de tudo é cidadão e pai de família. Somos contra qualquer ato de censura, de cunho racista e esperamos que  as autoridades apurem os fatos e que puna os responsáveis."
Alberto Franco irá denunciar o Esportivo ao TJD (Tribunal de Justiça Desportiva), por prática de ato discriminatório, conforme estabelece o artigo 243-G do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva).

Rede de apoio virtual
Nas redes sociais, a página no facebook do presidente do SAFERGS Carlos Castro, recebeu inúmeras mensagens de apoio e solidariedade. Também está sendo articulado através da rede virtual um ato público contra o racismo. Nas rádios, o assunto foi tratado e condenado exaustivamente, o mesmo aconteceu em programas de televisão, inclusive em rede nacionais.
A Federação Gaúcha de Futebol divulgou nota manifestando repúdio aos acontecimentos de Bento Gonçalves e condenando com veemência todo e qualquer ato de cunho racista.

A palavra da lei
Na esfera jurídica, o procurador Alberto Franco irá denunciar o Esportivo ao TJD (Tribunal de Justiça Desportiva), por prática de ato discriminatório,  conforme estabelece o artigo 243-G do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva). O governo do Estado, através do secretário-chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, avaliou como “injustificável” o crime de racismo cometido em Bento Gonçalves e afirmou que já solicitou pessoalmente ao secretário de Segurança, Airton Michels, que “utilize todos os instrumentos de investigação para se chegar aos responsáveis”. Para Pestana, é preciso punir exemplarmente esse crime para evitar que isto volte a ocorrer.
Caso de polícia
O procurador-geral de Justiça do Ministério Público gaúcho, Eduardo de Lima Veiga, cobrou providência da Federação Gaúcha de Futebol em relação ao caso. Em entrevista à Rádio Guaíba Veiga ressaltou que o clube tem responsabilidade pelos atos ocorridos em seu estádio e merece punição.  “O clube deve ser punido. O clube é responsável pelo que acontece no estádio, pelo comportamento do público, árbitro agredido ou seja lá o que for. Ficarei decepcionado com a federação se ela não tratar esse assunto com a seriedade que merece. Não pode ficar como coisa do futebol, que acontece”, declarou  Além das sanções esportivas, o procurador Lima Veiga ressaltou que o crime de racismo deve ser investigado. “É o momento de começar a agir. Além de repudiar o que aconteceu, temos que tomar previdências. Esse é um caso de polícia. A Polícia Civil deve instaurar um processo de investigação. No ambiente em que aconteceu, essas pessoas não fizeram isso secretamente. Tem gente que viu, que conhece as pessoas, e uma investigação séria chegará nos culpados. O que aconteceu lá foi um crime. Quem cometeu esse ato é criminoso e deve ser tratado dessa maneira”, completou. O presidente do Esportivo, Luis Delano Lucchese Oselame, divulgou uma carta aberta lamentando o caso.  O mandatário garantiu que o clube não medirá esforços para esclarecer o que ocorreu na Serra. Ele também convocou a torcida para ajudar as autoridades a identificar os autores dessas “atrocidades” e afirmou que não seria justo o Esportivo ser punido por “alguns poucos que se dizem torcedores”.
Fonte: levantamento da Assessoria de Imprensa do SAFERGS

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