Premidas
pela CBF que não aceita árbitros meia-boca, para serem indicados aos testes e, posteriormente, incluídos na
Relação Nacional de Árbitros de Futebol (Renaf), e com qualificações para
atuarem nas competições da entidade nacional, as federações estaduais de
futebol, deram início neste ano a um processo de renovação na arbitragem
brasileira.
A
CA/CBF exige dos indicados pelas federações, idade, estatura, nível social e
cultural, talento e vocação para o mister de árbitro. A renovação se faz
necessária em todos os segmentos da vida, até porque todos nós temos um ciclo
na vida. Mas este processo deve ser efetivado com critérios. Até porque, todo o
ser humano é dotado de defeitos e qualidades, verdade que não se pode
questionar.
Mas
o que estamos observando “In Loco” ou via TV, a cada rodada dos campeonatos
estaduais é de que o processo vem sendo conduzido de forma errônea e é um
salve-se quem puder. Os novos árbitros e assistentes que estão sendo lançados,
a partir do momento que são exigidos a trilar o apito ou manejar a bandeira, têm
exibido deficiências inomináveis e exposto sinais de que a arbitragem nacional
está caminhando a passos gigantescos para uma catástrofe.
O
que tenho visto semanalmente é os homens do apito tentando “equilibrar ou
administrar” as coisas dentro do campo. À primeira vista, pode parecer algo correto.
Contudo, usar de tais artifícios além de distorcer as Regras de Futebol,
estabelece um clima de incerteza perante os jogadores, a imprensa, e o público
e como consequência, a maioria das partidas que vi, terminaram em tumulto contra
os homens de preto, ao final da primeira fase ou no término dos jogos.
Há
ausência de consistência nas tomadas de decisões da arbitragem no momento de
interpretar e aplicar adequadamente as regras, em cada infração que é captada pelo
seu campo visual. Isto acontece, porque o posicionamento é inadequado com a bola
em jogo. Mal posicionado (tático), a
visão muitas vezes fica turbada, o que
provoca decisão desconforme com o acontecido. Acrescento ainda, o péssimo
preparo físico dos árbitros “promissores” para acompanhar os lances de média e
alta velocidade, e a maneira desuniforme de deslocamento dos assistentes pela
linha lateral. Não nos esqueçamos de que o homem de preto é humano é o erro faz
parte da sua natureza, porém, é inaceitável o estratosférico número de
equívocos primários que estão acontecendo.
Parte
da inconsistência que tenho visto nos árbitros e assistentes, advém da
incapacidade de interpretar e aplicar as regras como o preceituado no manual de
arbitragem da Fifa. Incapacidade que é explicitada na ausência da altivez
mental e emocional. Tem árbitro perdendo o controle muito fácil. O juiz deve
manter-se calmo e equilibrado, independentemente do que vivenciar num jogo.
Embora nem sempre seja possível controlar a emoção dos atletas, espera-se que
ele (árbitro) tenha a discricionariedade de controlar as suas.
Alcançar
a consistência necessária para dirigir um espetáculo de futebol, além das
qualidades acima elencadas pela CA/CBF, requer escolas de formação de
arbitragens com professores de excelência, que possuam notório saber nos
quesitos físico, psicológico, tático e técnico para ministrar aos seus alunos.
E,
por derradeiro, nossos árbitros e assistentes se comunicam muito mal com os
atletas e com os membros da área técnica, antes, durante e após o transcorrer de uma
partida. Muitos problemas que acontecem dentro do campo de jogo, poderiam ser
equacionados se o quarto árbitro, os árbitros adicionais, os assistentes e o
árbitro principal, agissem com eficácia no momento de explicar o que ocorreu. Deixo
como sugestão, que seja instituído nos cursos de formação dos futuros apitos, palestras
com personagens versadas em comunicação. Os obstáculos da confraria do apito na
condução de uma partida diminuiriam sensivelmente.
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