sábado, 8 de março de 2014

Árbitros novos: Se submetidos ao vestibular da CBF será um fracasso

Premidas pela CBF que não aceita árbitros meia-boca, para serem indicados aos testes e, posteriormente, incluídos na Relação Nacional de Árbitros de Futebol (Renaf), e com qualificações para atuarem nas competições da entidade nacional, as federações estaduais de futebol, deram início neste ano a um processo de renovação na arbitragem brasileira.


A CA/CBF exige dos indicados pelas federações, idade, estatura, nível social e cultural, talento e vocação para o mister de árbitro. A renovação se faz necessária em todos os segmentos da vida, até porque todos nós temos um ciclo na vida. Mas este processo deve ser efetivado com critérios. Até porque, todo o ser humano é dotado de defeitos e qualidades, verdade que não se pode questionar.

Mas o que estamos observando “In Loco” ou via TV, a cada rodada dos campeonatos estaduais é de que o processo vem sendo conduzido de forma errônea e é um salve-se quem puder. Os novos árbitros e assistentes que estão sendo lançados, a partir do momento que são exigidos a trilar o apito ou manejar a bandeira, têm exibido deficiências inomináveis e exposto sinais de que a arbitragem nacional está caminhando a passos gigantescos para uma catástrofe.

O que tenho visto semanalmente é os homens do apito tentando “equilibrar ou administrar” as coisas dentro do campo.  À primeira vista, pode parecer algo correto. Contudo, usar de tais artifícios além de distorcer as Regras de Futebol, estabelece um clima de incerteza perante os jogadores, a imprensa, e o público e como consequência, a maioria das partidas que vi, terminaram em tumulto contra os homens de preto, ao final da primeira fase ou no término dos jogos.

Há ausência de consistência nas tomadas de decisões da arbitragem no momento de interpretar e aplicar adequadamente as regras, em cada infração que é captada pelo seu campo visual. Isto acontece, porque o posicionamento é inadequado com a bola em jogo. Mal posicionado (tático),  a visão muitas vezes fica  turbada, o que provoca decisão desconforme com o acontecido. Acrescento ainda, o péssimo preparo físico dos árbitros “promissores” para acompanhar os lances de média e alta velocidade, e a maneira desuniforme de deslocamento dos assistentes pela linha lateral. Não nos esqueçamos de que o homem de preto é humano é o erro faz parte da sua natureza, porém, é inaceitável o estratosférico número de equívocos primários que estão acontecendo.

Parte da inconsistência que tenho visto nos árbitros e assistentes, advém da incapacidade de interpretar e aplicar as regras como o preceituado no manual de arbitragem da Fifa. Incapacidade que é explicitada na ausência da altivez mental e emocional. Tem árbitro perdendo o controle muito fácil. O juiz deve manter-se calmo e equilibrado, independentemente do que vivenciar num jogo. Embora nem sempre seja possível controlar a emoção dos atletas, espera-se que ele (árbitro) tenha a discricionariedade de controlar as suas.

Alcançar a consistência necessária para dirigir um espetáculo de futebol, além das qualidades acima elencadas pela CA/CBF, requer escolas de formação de arbitragens com professores de excelência, que possuam notório saber nos quesitos físico, psicológico, tático e técnico para ministrar aos seus alunos.

E, por derradeiro, nossos árbitros e assistentes se comunicam muito mal com os atletas e com os membros da área técnica,  antes, durante e após o transcorrer de uma partida. Muitos problemas que acontecem dentro do campo de jogo, poderiam ser equacionados se o quarto árbitro, os árbitros adicionais, os assistentes e o árbitro principal, agissem com eficácia no momento de explicar o que ocorreu. Deixo como sugestão, que seja instituído nos cursos de formação dos futuros apitos, palestras com personagens versadas em comunicação.  Os obstáculos da confraria do apito na condução de uma partida diminuiriam sensivelmente.         

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