Sérgio Corrêa da Silva de (vermelho), instrutor de arbitragem Fifa/Conmebol/CBF
A cada temporada, as federações de
futebol pelo País afora, anunciam a formação de novas turmas de árbitros.
Aliás, nunca se viu tanta quantidade e raríssima qualidade na arbitragem
nacional. E, a prova cabal, aconteceu no
processo pré-seletivo, quando da indicação do árbitro brasileiro para a Copa do Mundo. Foi um Deus nos acuda.
As causas dessa carência que vivencia
o setor do apito do futebol pentacampeão do mundo, na descoberta de talentos promissores
são várias. Mas, a principal delas, está na ausência de professores com
profundo conhecimento no tema. Lamentavelmente,
as escolas de formação de árbitros, foram entregues a teóricos, que por não
terem atuado como árbitro, principalmente nas categorias de base, ministram uma
didática aos novos juízes, que está em descompasso com as inúmeras situações
que o futuro homem de preto, irá enfrentar quando for dirigir partidas de
futebol.
A maioria desses teóricos, são
prepostos dos presidentes das federações e muitos estão desempregados. Outro motivo que conspira para a formação
inadequada dos futuros apitadores, é composto por ex-árbitros, que estão
desempregados ou aposentados e não se atualizaram a realidade das Regras de Futebol
e as condutas de comportamento social do século vigente.
Não basta mais ministrar e exigir
àqueles que demonstram capacidade promissora no apito, domínio total das regras
que regem o futebol dentro do campo de jogo. Os instrutores de arbitragem do
século 21, devem identificar no futuro juiz, se ele tem vocação, talento e equilíbrio para a função. Se possui
conhecimento mínimo ou fala fluentemente os dois idiomas (espanhol e inglês) -
exigidos pela Fifa.
É imperativo no processo de
aprendizado, que o árbitro saiba como trilar o apito - (não basta assoprar o objeto
que está na boca, disse recentemente, Hugh Dallas, instrutor da Uefa). Além
disso, os professores devem transmitir conhecimentos e treinar deslocamentos
(postura) - em jogadas de baixa, média e alta velocidade. Os árbitros
selecionados para o Mundial no Brasil, estão recebendo instruções no seminário
em Zurique neste quesito e também como trilar o apito.
Vivemos num planeta globalizado, de
diferentes ideologias, pluralista e por tanto se faz necessário o ensinamento ao
árbitro e seus assistentes das práticas
de comportamento social no dia a dia com as pessoas, no aeroporto, no hotel
onde ficará hospedado, como tratar a imprensa, os atletas, os dirigentes e os
técnicos de futebol.
A equação para a descoberta de
futuros talentos na arbitragem brasileira, e a melhora qualitativa e a
credibilidade nas tomadas de decisões do árbitro do futebol brasileiro, estão
vinculadas a vontade política da CBF, e sobretudo, dos dirigentes das
federações de futebol.
As escolas de formação de árbitros,
devem voltar aos primórdios, quando eram geridas por gente que era do meio, e
estavam em conexão direta com a realidade vigente. A manutenção do status quo
em vigor, no que concerne a formação de árbitros, direcionará as futuras
gerações a um salto no escuro.
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