sexta-feira, 11 de abril de 2014

Sob ameaça a extinção de uma categoria

    Sérgio Corrêa da Silva de (vermelho), instrutor de arbitragem Fifa/Conmebol/CBF
A cada temporada, as federações de futebol pelo País afora, anunciam a formação de novas turmas de árbitros. Aliás, nunca se viu tanta quantidade e raríssima qualidade na arbitragem nacional. E, a prova cabal, aconteceu  no processo pré-seletivo, quando da indicação do árbitro brasileiro para a  Copa do Mundo. Foi um Deus nos acuda.
As causas dessa carência que vivencia o setor do apito do futebol pentacampeão do mundo, na descoberta de talentos promissores são várias. Mas, a principal delas, está na ausência de professores com profundo conhecimento no tema.  Lamentavelmente, as escolas de formação de árbitros, foram entregues a teóricos, que por não terem atuado como árbitro, principalmente nas categorias de base, ministram uma didática aos novos juízes, que está em descompasso com as inúmeras situações que o futuro homem de preto, irá enfrentar quando for dirigir partidas de futebol.
A maioria desses teóricos, são prepostos dos presidentes das federações e muitos estão desempregados.  Outro motivo que conspira para a formação inadequada dos futuros apitadores, é composto por ex-árbitros, que estão desempregados ou aposentados e não se atualizaram a realidade das Regras de Futebol e as condutas de comportamento social do século vigente.
Não basta mais ministrar e exigir àqueles que demonstram capacidade promissora no apito, domínio total das regras que regem o futebol dentro do campo de jogo. Os instrutores de arbitragem do século 21, devem identificar no futuro juiz, se ele tem vocação, talento e  equilíbrio para a função. Se possui conhecimento mínimo ou fala fluentemente os dois idiomas (espanhol e inglês) - exigidos pela Fifa.
É imperativo no processo de aprendizado, que o árbitro saiba como  trilar o apito - (não basta assoprar o objeto que está na boca, disse recentemente, Hugh Dallas, instrutor da Uefa). Além disso, os professores devem transmitir conhecimentos e treinar deslocamentos (postura) - em jogadas de baixa, média e alta velocidade. Os árbitros selecionados para o Mundial no Brasil, estão recebendo instruções no seminário em Zurique neste quesito e também como trilar o apito.
Vivemos num planeta globalizado, de diferentes ideologias, pluralista e por tanto se faz necessário o ensinamento ao árbitro e seus assistentes das práticas de comportamento social no dia a dia com as pessoas, no aeroporto, no hotel onde ficará hospedado, como tratar a imprensa, os atletas, os dirigentes e os técnicos de futebol.
A equação para a descoberta de futuros talentos na arbitragem brasileira, e a melhora qualitativa e a credibilidade nas tomadas de decisões do árbitro do futebol brasileiro, estão vinculadas a vontade política da CBF, e sobretudo, dos dirigentes das federações de futebol.  
As escolas de formação de árbitros, devem voltar aos primórdios, quando eram geridas por gente que era do meio, e estavam em conexão direta com a realidade vigente. A manutenção do status quo em vigor, no que concerne a formação de árbitros, direcionará as futuras gerações a um salto no escuro.

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