quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Ex-árbitro de futebol tem medo de uma tragédia nos estádios

O presidente da Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (Anaf), o catarinense Marco Antônio Martins, 47 anos, entende que alguns treinadores estão incitando os torcedores contra a arbitragem. Ex-árbitro de futebol, promete reagir.

Quais são os técnicos que jogam os torcedores contra os árbitros no Brasileirão?
Não quero falar em muitos nomes. Vou citar um, o Vanderlei Luxemburgo. Ele vive disso. Não quero me alongar. Posso citar o outro lado, os que sabem se portar, como Muricy Ramalho, Cristóvão Borges e Marcelo Oliveira. O Muricy não reclama, mesmo quando o seu time sofre.
O Abel e o Felipão, da dupla Gre-Nal, estão em que lado?
Estão no meio termo. São experientes, reclamam às vezes, mas não são agressivos. Não queremos transformar o futebol num convento de freiras, mas é preciso respeito.
O Richarlyson, do Vitória, reclamou de um cartão amarelo na frente de uma câmera. O que o senhor achou do gesto do volante?
Uma atitude muito mal educada. Foi ofensiva. Este jogador vive metido em rolos e confusões. Não é um bom exemplo no futebol.
A arbitragem vai bem?
Não é a culpada pelo mau momento do futebol brasileiro. No jogo contra a Alemanha, na Copa, nos 7 a 1, o árbitro não era brasileiro. Era?
As críticas são grandes.
Sei, mas a arbitragem evoluiu. É uma covardia comparar o trabalho do árbitro com as imagens de 10, 20, 30 câmeras. A tecnologia evoluiu cinco vezes mais do que o árbitro. A torcida sabe na hora se houve erro. Todo mundo está muito exaltado, jogadores, técnicos, dirigentes, torcedores e até jornalistas. Tenho medo de uma tragédia nos estádios do Brasil.
O que fazer?
Falei com a CBF, sindicato de treinadores e jogadores. Hoje tem outra reunião com capitães dos times e árbitros, no Rio. Amanhã vou me encontrar com o departamento de árbitros da CBF. Greve é uma medida extrema, mas não podemos descartá-la. Futebol é uma corrente, se um elo se quebra, arrasta os outros.
POR LUIZ ZINI PIRES/ZERO HORA

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