Em entrevista concedida ao sítio Globo.com, o diretor da CA/CBF Sérgio
Corrêa da Silva, afirma que apesar da Lei Nº 12.867/2013 ter regulado a
atividade do árbitro de futebol no Brasil como profissional, a aplicabilidade
da lei em tela é inviável em função da atual conjuntura econômica, das leis que
vigoram no País e outros senões que teriam que ser ajustados à realidade que
vivemos. Concordo em gênero, número e grau com Sérgio Corrêa.
Faço coro a afirmação de Corrêa independente dos obstáculos por
ele nominados, porque não há notícia de que a CBF, a Associação Nacional de
Árbitros de Futebol (Anaf), sindicatos, Entidades de Prática Esportiva
(clubes), ou outro segmento do futebol brasileiro em alguma oportunidade tenha
desenvolvido um estudo de alto nível neste sentido. O que se falou e se fala
sobre a profissionalização do homem de preto no Brasil, sempre teve “efeito
traque.”
Como pensar em arbitragem profissional no Brasil, se a CBF a
partir deste ano passou a “explorar” mais uma publicidade nas costas dos
membros da Relação Nacional de Árbitros (Renaf), que atuam nas suas competições
sem lhes repassar um único centavo?
É impossível imaginar uma arbitragem com profissionalismo e
credibilidade, quando a CBF designa como assessores e delegados de arbitragem
nas suas competições, integrantes das associações e sindicatos de árbitros por
indicação dos presidentes das federações de futebol.
O “status quo” anacrônico que comanda o futebol pentacampeão a
partir das federações, a CBF e os sindicalistas que representam a categoria,
além de não demonstrarem o menor interesse em mudar o quadro vigente ao longo
dos anos, sempre lutaram desbragadamente para manter tudo como está. Ou seja, o
árbitro que labora no futebol brasileiro sempre foi, é e será tratado como
objeto descartável ou mercadoria de troca entre os mandachuvas do nosso
futebol.
Talvez daqui há cem anos, quando a maioria de nós já estivermos noutra
vida, aqueles que aqui estiverem possam vivenciar uma transformação em todos os
setores do futebol brasileiro, sobretudo, no setor da arbitragem.
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