Propaganda alocada nas costas da camisa é proibida pela FIFA - Crédito: Agencia Estado/TRIBUNA/PR
Ao longo de trinta e oito anos vivencio “in loco” o tema arbitragem.
Neste período, dezenove como árbitro de futebol. Não lembro ter ouvido ou lido,
independente da cultura contrária que há no planeta contra a arbitragem e, por
extensão, no futebol brasileiro, forma de tratamento tão desrespeitosa, similar
ao dispendido pela cartolagem que gere o nosso futebol, aos homens que manejam
os apitos e as bandeiras, apesar de estarmos no século 21.
Feito o introito acima vamos aos fatos que comprovam nossa
assertiva. 1) Árbitros da (FPF) Federação de Futebol do Pará, se prepararam
durante vários meses para o campeonato regional da atual temporada. No entanto,
no primeiro clássico, Remo
x Paysandu, há
pouco mais de quinze dias, dirigentes locais, vetaram a presença de árbitros da
(FPF) para a partida em tela – exigiram arbitragem de outra plaga. Lá tem um
árbitro da FIFA, Dewnson de Freitas – mas ele foi “rejeitado”. Apitou o clássico Rei da Amazônia,
Marcelo de Lima Henrique da (FERJ).
2) Situação idêntica atingiu os árbitros do futebol potiguar. No
sábado que passou (3), o principal prélio do campeonato do Rio Grande do Norte,
entre ABC x América, a arbitragem foi
do carioca Pericles Bassols. Parte do establishment que gerencia o futebol de
lá, vetou todos os apitos locais para dirigir
o aludido confronto.
3) O fato se repetiu neste domingo (4), no clássico - Rei, Fortaleza x Ceará, pela Federação Cearense
de Futebol. Embora tenha no seu quadro ótimos árbitros, a rejeição à arbitragem
cearense foi total. O quarteto
dos homens de preto para dirigir o indigitado jogo, foi composto por Jailson de
Freitas (BA) e os assistentes e quarto árbitro também de outras federações. Atitude
que dá a dimensão do desprestígio
e descrédito do
contingente de apitos e bandeiras da (FCF), que fizeram a pré-temporada, se
dedicaram de corpo e alma e no momento de atuarem no principal evento futebolístico
do estado, foram observar o prélio em questão na TV e/ou nas arquibancadas da
Arena Castelão. Lembro que essa prática tornou-se recorrente. Principalmente, nas
regiões Norte e Nordeste do futebol brasileiro.
4) O quarto item escancara sem retoque, o
desrespeito dos cartolas para com a arbitragem, a partir da CBF. Proibida pelo estatuto da FIFA, a publicidade estampada nas costas da camisa dos
árbitros, vem sendo explorada em todas as competições da CBF há
vários anos. Propaganda, que rende milhões de reais a CBF, sem que a arbitragem
receba um único centavo desse patrocínio. O mesmo “modus operandi” da CBF no que tange as
propagandas nas costas da camisas, foi encampado pelas federações de futebol nos seus
regionais e na Copa do Nordeste. A impressão que se tem é que a arbitragem do
futebol detentor de cinco Copas do Mundo, entrou na era do trabalho análogo a
escravidão.
PS: Desde março de 2016, quando o (The IFAB) estabeleceu o
protocolo e autorizou o experimento do ÁRBITRO DE VÍDEO (AV), as grandes potencias do
futebol mundial, ao invés de contestá-lo
como fez a CBF em
algumas ocasiões, optaram pela implementação de vários testes da indigitada
tecnologia nas suas competições. Bundesliga (Alemanha), MLS (EUA), Federação Francesa
de Futebol, Federação Italiana de Futebol, KNVB (Holanda), Federação Portuguesa
de Futebol, a The FA na Copa da Inglaterra, Austrália, a Conmebol nas finais da
Libertadores, da Copa Sul-americana e na Recopa e a FIFA em todas as suas
competições.
PS (2): Após (oitocentos testes em vinte competições em todo o
planeta), no último sábado (3), em decisão histórica o (The IFAB), em votação
unânime decidiu pela utilização do (AV) no Mundial da Rússia em junho. No
próximo dia (16) em Bogotá na Colômbia, em seminário da FIFA, sob a regência do
presidente Gianni Infantino, será definida as diretrizes finais em relação a
utilização do (AV).
ad argumentandaum tantum – O substantivo masculino bucéfalo significa: pessoa sem cultura, de mente curta, que
não tem noção das coisas.
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