sábado, 31 de março de 2012

Senhores, mexam-se!


Diante da forte repercussão que teve neste espaço a matéria: "Projeto de Lei dorme por omissão dos interessados", fui buscar na íntegra a verdade da tramitação do Projeto de Lei nº 6405/2002, que versa sobre a regulamentação da atividade do árbitro de futebol no Brasil. O leitor vai observar que desde a sua apresentação em 26/03/2002, até a última movimentação em 09/11/2011, muito pouco se fez para que o nominado projeto chegasse a votação na Câmara dos Deputados, em Brasília. Falta "lobby" da confraria do apito brasileiro, junto aos legisladores federais, sem o qual nada se aprova na capital do Distrito Federal. O resto senhores árbitros, é conversa pra boi dormir. 

PL 6405/2002 Inteiro teor

Situação: Pronta para Pauta no PLENÁRIO (PLEN

Identificação da Proposição

Autor
Senado Federal
Apresentação
26/03/2002
Ementa
Regula a profissão de árbitro de futebol e dá outras providências.

Informações de Tramitação

Forma de Apreciação
Proposição Sujeita à Apreciação do Plenário
Regime de Tramitação
Prioridade

Despacho atual:
Data Despacho
03/04/2002 Despacho à CECD, CTASP e CCJR (Artigo 54 do RI).

Última Ação Legislativa

Data Ação
08/04/2008 Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC )
Aprovado o Parecer contra os votos dos Deputados Nelson Trad, Roberto Magalhães, Antonio Carlos Biscaia, Efraim Filho, Luciano Pizzatto, Ayrton Xerez, Moreira Mendes, José Genoíno, Regis de Oliveira e Silvinho Peccioli, apresentou voto em separado o Deputado Silvinho Peccioli.
29/04/2008 Mesa Diretora da Câmara dos Deputados (MESA )
Encerramento automático do Prazo de Recurso. Não foram apresentados recursos.

Apensados

Apensados ao PL 6405/2002 (1)

Pareceres Aprovados ou Pendentes de Aprovação

Comissão Parecer
Comissão de Educação e Cultura  (CEC ) 17/12/2002 - Parecer do Relator, Dep. Bonifácio de Andrada, pela aprovação, com emenda.

02/04/2003   01:00 Reunião Deliberativa Ordinária
Aprovado por Unanimidade o Parecer
Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público  (CTASP ) 17/06/2003 - Parecer do Relator, Dep. Leonardo Picciani, pela aprovação deste e da emenda adotada pela Comissão de Educação, Cultura e Desporto. Inteiro teor

16/08/2005   05:00 Reunião Deliberativa Ordinária
Aprovado o Parecer contra os votos dos Deputados Vanessa Grazziotin, Dra. Clair e Marco Maia, apresentou voto em separado a Deputada Dra. Clair
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania  (CCJC ) 26/04/2007 - Parecer do Relator, Dep. Geraldo Pudim (PMDB-RJ), pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa deste; e pela inconstitucionalidade da Emenda da Comissão de Educação e Cultura e do PL 6212/2005, apensado. Inteiro teor

08/04/2008   05:00 Reunião Deliberativa Ordinária
Aprovado o Parecer contra os votos dos Deputados Nelson Trad, Roberto Magalhães, Antonio Carlos Biscaia, Efraim Filho, Luciano Pizzatto, Ayrton Xerez, Moreira Mendes, José Genoíno, Regis de Oliveira e Silvinho Peccioli, apresentou voto em separado o Deputado Silvinho Peccioli.

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Obs.: o andamento da proposição fora desta Casa Legislativa não é tratado pelo sistema, devendo ser consultado nos órgãos respectivos.
Data Ordem Decrescente Andamento
26/03/2002
PLENÁRIO (PLEN )
  • Apresentação e leitura do Projeto de Lei pela Senado Federal
03/04/2002
Mesa Diretora da Câmara dos Deputados (MESA )
  • Despacho à CECD, CTASP e CCJR (Artigo 54 do RI).
11/04/2002
COORDENAÇÃO DE COMISSÕES PERMANENTES (CCP )
  • Publicação Inicial no DCD de 11/4/2002 PÁG 15289 COL 01.
15/04/2002
Comissão de Educação e Cultura (CEC )
  • Recebimento pela CECD.
12/06/2002
Comissão de Educação e Cultura (CEC )
  • Designado Relator, Dep. Bonifácio de Andrada
17/12/2002
Comissão de Educação e Cultura (CEC )
  • Parecer do Relator, Dep. Bonifácio de Andrada, pela aprovação. Inteiro teor
  • Devolvido ao Relator, Dep. Bonifácio de Andrada
  • Parecer do Relator, Dep. Bonifácio de Andrada, pela aprovação, com emenda.
  • Devolvido ao Relator, Dep. Bonifácio de Andrada
  • Parecer do Relator, Dep. Bonifácio de Andrada, pela aprovação, com emenda. Inteiro teor
02/04/2003
Comissão de Educação e Cultura (CEC ) - 10:00 Reunião Deliberativa Ordinária
  • Aprovado por Unanimidade o Parecer
09/04/2003
Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP )
  • Recebimento pela CTASP.
16/04/2003
Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP )
  • Designado Relator, Dep. Leonardo Picciani
15/05/2003
Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP )
  • Parecer do Relator, Dep. Leonardo Picciani, pela aprovação deste, e da EMR 1 CECD. Inteiro teor
05/06/2003
Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP )
  • Devolvido ao Relator, Dep. Leonardo Picciani
17/06/2003
Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP )
  • Parecer do Relator, Dep. Leonardo Picciani, pela aprovação deste e da emenda adotada pela Comissão de Educação, Cultura e Desporto. Inteiro teor
16/08/2005
Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP ) - 14:00 Reunião Deliberativa Ordinária
  • Aprovado o Parecer contra os votos dos Deputados Vanessa Grazziotin, Dra. Clair e Marco Maia, apresentou voto em separado a Deputada Dra. Clair
06/09/2005
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC )
  • Recebimento pela CCJC.
22/09/2005
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC )
  • Designado Relator, Dep. Wagner Lago (PP-MA)
24/11/2005
Mesa Diretora da Câmara dos Deputados (MESA )
08/12/2005
Mesa Diretora da Câmara dos Deputados (MESA )
  • Apresentação do Requerimento n.º 3501/2005, do Senhor Deputado Antonio Cambraia, que solicita revisão do despacho ao PL n.º 6405/02, no sentido de incluir a Comissão de Turismo e Desporto.
27/12/2005
Mesa Diretora da Câmara dos Deputados (MESA )
  • Indeferido o Requerimento n.º 3501/05, pois o PL 6405/2002 já recebeu parecer sobre a matéria que atualmente é da competência da Comissão de Turismo e Desporto, antes da entrada e vigor da Resolução n. 20, de 17 de março de 2004, posto ter sido distribuído à então chamada Comissão de Educação, Cultura e Desporto.
    DCD 17/01/2006 PÁG 626 COL 02.
11/01/2007
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC )
  • Devolvida sem Manifestação.
13/02/2007
Mesa Diretora da Câmara dos Deputados (MESA )
  • Apresentação do REQUERIMENTO N.º 251, DE 2007, pelo Deputado(a) Fernando de Fabinho, que solicita o desarquivamento de proposição. Inteiro teor
07/03/2007
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC )
  • Designado Relator, Dep. Geraldo Pudim (PMDB-RJ)
10/04/2007
Mesa Diretora da Câmara dos Deputados (MESA )
  • INDEFIRO a solicitação de desarquivamento desta proposição, conforme despacho exarado no REQ-251/2007.
    DCD 11 04 07 PAG 15339 COL 01 Inteiro teor
26/04/2007
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC )
  • Apresentação do Parecer do Relator, PRL 1 CCJC, pelo Dep. Geraldo Pudim Inteiro teor
  • Parecer do Relator, Dep. Geraldo Pudim (PMDB-RJ), pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa deste; e pela inconstitucionalidade da Emenda da Comissão de Educação e Cultura e do PL 6212/2005, apensado. Inteiro teor
19/12/2007
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC ) - 10:00 Reunião Deliberativa Ordinária
  • Vista conjunta aos Deputados Arnaldo Faria de Sá, Maurício Quintella Lessa e Silvinho Peccioli.
07/02/2008
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC )
  • Prazo de Vista Encerrado
04/03/2008
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC ) - 14:00 Reunião Deliberativa Ordinária
  • Aprovado requerimento de adiamento da votação, por 5 sessões, apresentado pelo Deputado Indio da Costa.
25/03/2008
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC ) - 14:00 Reunião Deliberativa Ordinária
  • Aprovado por unanimidade requerimento de Retirada de Pauta apresentado pelo Deputado Silvinho Peccioli.
08/04/2008
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC ) - 14:00 Reunião Deliberativa Ordinária
  • Aprovado o Parecer contra os votos dos Deputados Nelson Trad, Roberto Magalhães, Antonio Carlos Biscaia, Efraim Filho, Luciano Pizzatto, Ayrton Xerez, Moreira Mendes, José Genoíno, Regis de Oliveira e Silvinho Peccioli, apresentou voto em separado o Deputado Silvinho Peccioli.
09/04/2008
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC )
  • Encaminhamento de Parecer à CCP para publicação.
09/04/2008
COORDENAÇÃO DE COMISSÕES PERMANENTES (CCP )
  • Parecer recebido para publicação.
16/04/2008
COORDENAÇÃO DE COMISSÕES PERMANENTES (CCP )
  • Encaminhada à publicação. Parecer da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania publicado no DCD de 17/04/08, PÁG 15778 COL 01, Letra A. Inteiro teor
17/04/2008
Mesa Diretora da Câmara dos Deputados (MESA )
  • Proposição sujeita a arquivamento, nos termos do art. 54, combinado com o § 4º do art. 58 do RICD: PL 6212/2005, apensado, com parecer pela inconstitucionalidade. Prazo para apresentação de recurso, nos termos do § 2º do art. 58 do RICD (5 sessões ordinárias a partir de 18/04/2008).
29/04/2008
Mesa Diretora da Câmara dos Deputados (MESA )
  • Encerramento automático do Prazo de Recurso. Não foram apresentados recursos.
30/04/2008
Mesa Diretora da Câmara dos Deputados (MESA )
  • Desapensação automática do PL 6212/2005, deste, em função do seu arquivamento, nos termos do § 4º do artigo 58 do RICD.
26/11/2009
Mesa Diretora da Câmara dos Deputados (MESA )
31/10/2011
PLENÁRIO (PLEN )
  • Apresentação do Requerimento de Inclusão na Ordem do Dia n. 3639/2011, pelo Deputado André Figueiredo (PDT-CE), que: "Requer a inclusão na Ordem do Dia do Projeto de Lei nº 6.405, de 2002". Inteiro teor
09/11/2011
PLENÁRIO (PLEN )
  • Apresentação do Requerimento n. 3750/2011, pelo Deputado Romero Rodrigues (PSDB-PB), que: "Solicita inclusão na Ordem do Dia do Projeto de Lei nº 6405 de 2002, que "Regula a profissão de árbitro de futebol e dá outras providências"". Inteiro teor

sexta-feira, 30 de março de 2012

CA/CBF atende solicitação da Anaf

ANAF
Atendendo solicitação da Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (ANAF), a Comissão Nacional de Arbitragem da CBF marcou para o dia 7 de maio a Avaliação Teórica Nacional 2012. As provas serão aplicadas nos locais designados pelas Comissões Estaduais.
Para os árbitros/assistentes a prova consiste em 33 das regras de futebol – CBF 2011/2012 / Circular 005/CA/12 e Trivia Fifa; 05 do Regulamento Geral das Competições CBF e 02 do Estatuto do Torcedor. Para assessores 33 das regras de futebol – CBF 2011/2012 e 07 do Manual do Assessor.
Avaliação Teórica Nacional 2012 – Instruções
Fonte: Anaf 
 
PS: Na nossa opinião, a CA/CBF comete um equívoco de dimensões estratosféricas ao conceder às Comissões Estaduais de Arbitragem  das federações, a prerrogativa de  aplicarem o teste teórico aos árbitros que compõe o quadro nacional. Explico: essa permissividade escabrosa, proporcionou recentemente, que, um tesoureiro (um alienígena) de uma federação do sul do Brasil, aplicasse  o teste teórico aos membros da arbitragem nacional.  O comportamento em tela da Comissão de Arbitragem da CBF se levado adiante, conspira, depõe, enfraquece e envergonha o árbitro de futebol brasileiro. A CBF  dispõe de recursos humanos e financeiros para que sejam designados instrutores capacitados e sobretudo neutros, para tão importante missão. Se a CA/CBF almeja uma arbitragem qualificada, que obtenha o respeito da imprensa, dos clubes, dos torcedores, da comunidade esportiva mundial e, por extensão da  Fifa,  com vistas a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, em 2014, deve  abortar em caráter emergencial tamanho descalabro. É o mínimo que se espera se houver um mínimo de seriedade.

Vuaden sobre polêmicas: sei que não sou unanimidade

Vuaden sobre polêmicas: "Sei que eu não sou uma unanimidade" Daniel Marenco, Banco de Dados/
Vuaden garante que não ficará magoas do espisódio após a partida Cruzeiro-POA x Grêmio Foto: Daniel Marenco, Banco de Dados
Thais Sarda

Leandro Vuaden prometeu à Comissão de Arbitragem da Federação Gaúcha de Futebol que vai refletir sobre seu estilo de apitar.
– Claro que estou sujeito a equívocos, assim como um atacante pode perder uma chance claríssima de gol – afirmou ontem após desembarcar do avião que o trouxe de Santiago, no Chile, onde apitou Universidad do Chile e Peñarol, pela Libertadores.
A reunião foi provocada pela enxurrada de críticas que recebeu após a arbitragem de Cruzeiro e Grêmio, no domingo, partida na qual o atacante tricolor Kleber quebrou a fíbula em um lance com o zagueiro Léo Carioca.
Na próxima terça-feira, Vuaden voltará à FGF para discutir os lances polêmicos da arbitragem com integrantes da comissão. Confira trechos da conversa de Vuaden com Zero Hora, por telefone, na tarde de ontem:
Zero Hora – Como foi a reunião com a Comissão de Arbitragem?
Leandro Vuaden – Eles me deixaram a par de tudo que foi comentado sobre o assunto, e eu vou analisar o jogo, que eu não consegui ver ainda, com calma e tranquilidade, para ver se realmente está de acordo com tudo aquilo que foi dito. Vou fazer esta autocrítica, e um integrante da Comissão fará o mesmo. Temos uma reunião marcada para a semana que vem para debater os lances do jogo.
ZH – A comissão demonstrou apoio a você?
Vuaden – Sempre mantive uma postura de respeito e profissionalismo com a comissão. Esta relação de confiança faz com que eu saiba ouvir, já que sou um prestador de serviços à Federação Gaúcha de Futebol. Claro que existe a cobrança nesta relação entre empregador e empregado. Mas foi uma conversa muito tranquila, e o único pedido é uma reflexão sobre a minha característica de deixar o jogo correr.
ZH – Como define o seu estilo de arbitragem?
Vuaden – Um estilo que quer ver futebol jogado, de qualidade, que seja emocionante para o torcedor e, acima de tudo, que seja leal. Essa é a minha opinião, distorcida por alguns comentaristas. Sei que eu não sou uma unanimidade. Quero ver o futebol disputado, movimentado, eu gosto que tenha de correr 15 quilômetros, que o narrador termine o jogo sem voz. Mas futebol bem jogado é na bola. Agora, é claro, que é um esporte de contato físico e algo fora do comum pode ocorrer. Com disputa, mas disputa leal.
ZH – Como você lida com a repercussão de um erro em campo?
Vuaden – O árbitro é uma pessoa pública, mas não é um ídolo. Mas precisa ter essa consciência para manter a rotina de cidadão, aceitando críticas e elogios. Um árbitro pode acertar 99 lances. Se errar um, este que irá prevalecer. Preciso ter sempre calma para saber ouvir, levando em conta que nem tudo que estão dizendo é a verdade. Há fato e há boato.
ZH – Quando você verá o jogo?
Vuaden – Hoje (ontem) à noite. Vou tomar nota de tudo, de acertos e equívocos, principalmente de equívocos, para ver se eu estava mal posicionado. E na terça-feira teremos uma nova reunião, de cunho interno.
ZH – Chegou a ver o lance que ocasionou a lesão do Kleber?
Vuaden – Não posso falar de detalhes técnicos, por orientação superior, mas já está tudo esclarecido, por todos, inclusive os jogadores envolvidos.
ZH – Fica alguma mágoa deste episódio e das críticas recebidas?
Vuaden – Nunca. Eu trabalho com o bem e para bem, e tenho isso como lema de vida. Gosto de brincar: “me queiram bem que não custa nada”.
Fonte: Zero Hora/Safergs

segunda-feira, 26 de março de 2012

Projeto de Lei dorme por omissão dos interessados

Há poucos meses do final do ano que passou, a diretoria da Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf), na companhia de um grupo de árbitros, ex-árbitros e membros da CA/CBF estiveram em Brasília na Câmara dos Deputados. O escopo da visita tinha como objetivo, ressuscitar o Projeto de Lei 6405/2002, e outros dois projetos apensados ao nominado projeto, que versa sobre a profissionalização da categoria dos homens de preto no Brasil.
Na ocasião, foram feitas fotos com políticos de diferentes partidos e promessas, que foram exibidas na grande mídia de que o projeto que está "dormindo" há muitos anos numa das gavetas do legislativo federal, seria encaminhado a quem de direito no sentido de equacionar o problema do árbitro de futebol. Lembro-me de que ao justificar a ida a Brasília da Anaf, o presidente da entidade Marco Antonio Martins, justificou dizendo que como teremos a Copa do Mundo em território brasileiro era imperativo uma mexida com os legisladores federais naquele momento ou então nunca mais.

Fui saber como está a situação do nominado projeto e a última informação que tive é de que se encontra estacionado na Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Câmara dos Deputados. Perguntei a uma fonte que motivos impedem que o projeto siga em frente e a resposta foi: o principal obstáculo está na própria classe que não demonstra o menor interesse em regulamentar a atividade da categoria.

Concordei em gênero, número e grau com a minha fonte, porque como ex-árbitro senti na pele ao longo de 19 anos o quanto os árbitros se deixam iludir por uma simples escala ou uma ascensão ao quadro de árbitros de CBF. E o mais grave é que uma minoria que se sobressai, impõe a falsa impressão a maioria de que a manutenção do status quo vigente é bom para todos e, por extensão, esta minoria realiza o jogo da CBF, das federações e dos clubes que não querem, em hipótese alguma, a moralização e conseqüente modernização da arbitragem.
Profissionalizar o árbitro de futebol vai propiciar independência nas suas decisões e vai livrá-lo, em parte, da pressão do submundo do futebol. Significa maior tempo para se dedicar, estudar, interpretar e aplicar de forma mais equânime as regras do Jogo de Futebol.
Além disso, com a profissionalização, o árbitro vai poder estabelecer uma plataforma de treinamentos físicos, objetivando adaptar-se a velocidade do futebol praticado nos dias de hoje. E, por derradeiro, vai acabar com a "malandragem" de algumas federações, associações e sindicatos de árbitros, que celebram contratos de publicidade em nome dos apitadores e em muitos casos não repassam o montante arrecadado à categoria. E, o pior: além de se "agarrarem" na grana dos árbitros, transformam seus uniformes num pinheirinho de Natal, descaracterizando por completo a figura do árbitro.

Raio-X da arbitragem

 Paulo Roberto Alves Júnior (foto), o árbitro de Atlético/PR 3 x 0 Cianorte  é um jovem em início de carreira e como todo o principiante comete equívocos na atividade que está desenvolvendo. Portanto, não pode ser exigido na sua plenitude.
Mas precisa ser orientado de que há circunstâncias numa partida de futebol, em que o diálogo deve ser deixado de lado e a aplicação do cartão amarelo ou vermelho é imperativa. Nesta mesma partida, o árbitro em tela equivocou-se em várias interpretações técnicas e disciplinares, o que poderia comprometer sua atuação, mas a superioridade do rubro-negro da Baixada encobriu essas deficiências. Esteve muito bem no posicionamento com a bola em jogo e no quesito físico sobrou em campo.
Entendo que o indigitado árbitro deve ser submetido a um processo de orientação, de acompanhamento, por pessoa qualificada no setor de arbitragens da FPF, objetivando corrigir as deficiências nominadas, o que irá qualificá-lo não só nas competições em âmbito local, como também para um futuro teste na  CBF.

Com que sistema eu vou?
A Fifa e o International Board decidem ao final da Eurocopa 2012, que será realizada na Polônia e na Ucrânia em julho próximo, qual dos dois sistemas eletrônicos, vencedores na reunião do último dia 2 de março do Board, irá ser implementado na Copa de 2014 no Brasil. Os dois sistemas foram escolhidos entre oito concorrentes. Para serem aprovados, tiveram de cumprir as exigências como a de que o aviso de gol deve ser emitido apenas para o árbitro até um segundo após a bola ultrapassar totalmente a linha de meta.
A Fifa entende que nas competições mais importantes como, a Copa das Confederações,  Copa do Mundo e o  Mundial de Clubes, a exigência da tecnologia se tornou indispensável.
Os dois sistemas que tem a preferência da Fifa foram criados para outros esportes. O Hawk-Eye (olho de falcão) foi introduzido no tênis em 2005. Posteriormente, foi incorporado ao críquete e ao rúbgi. Já o segundo sistema vencedor, o GoalRef apareceu na Dinamarca e implementado no Handebol, embora  ainda não tenha sido usado em nenhum torneio oficial desse  esporte. 

Como funciona o GoalRef: antenas especiais criam um campo magnético que cobre com exatidão a área delimitada pelas traves. Quando a bola inteira ultrapassa a linha do gol, o campo magnético se altera e o árbitro recebe a informação instantaneamente em seu cronômetro. A desvantagem dessa sistema, é que as bolas terão que sofrer modificações com a instalação de cinco anéis de cobre que vão interagir  com o campo magnético.

Como funciona o Hawk-Eye (olho de falcão): câmeras especiais de alta velocidade instaladas em ângulos cruzados atrás das traves produzem imagens que, analisadas por um computador, fornecem a exata posição da bola em relação a linha do gol. O sistema emite um sinal eletrônico para o cronômetro do árbitro ou para um ponto eletrônico no seu ouvido. A desvantagem aqui é que embora não exija modificações na bola, a instalação das câmeras especiais é caríssima e requer manutenção que nem todo  estádio pode oferecer. O olho de falcão já é utilizado no tênis, no críquete e no rúgbi.


sábado, 24 de março de 2012

Devemos transmitir credibilidade

Enrique Osses Zencovich (Fifa/Chile), é técnico industrial de profissão e trabalha em uma empresa de energia elétrica. O árbitro chileno  afirma que, busca conciliar os horários diários entre o escritório, a arbitragem e a família.  Sobre a maior preocupação no campo de jogo, Osses disse que quando está apitando, sempre procura a melhor posição no campo, para tomar a melhor decisão. Todas as situações são importantes durante o desenvolvimento do partida, mas acho que trabalhando para conseguir a melhor posição possivel pode ajudar a tomar as decisões corretas, disse ele.

Boa escola
O árbitro internacional afirma, que, o Chile sempre se caracterizou por ter árbitros muito bons, Carlos Robles, Rafael Hormazabal, Claudio Vicuña, Hernán Silva, Carlos Chandia, entre outros. "Nós temos uma escola muito boa, um trabalho dirigencial composto por ex-árbitros fora das estruturas do futebol e, acima de tudo, uma sólida base para progredir e evoluir", disse o juiz que começou sua carreira internacional em 2005, como assistente de Chandia e Pozo: Depois fiz a minha estréia na Copa Libertadores, posteriormente na Copa América, nas competições juvenis.  Em suma, um longo caminho de muito esforço, acrescentou.

                                               Enrique Osses -Foto: Ferplei.com
Muita responsabilidade
É uma sensação  muito especial dirigir uma eliminatória. O objetivo para o árbitro é não ter qualquer influência sobre o resultado, porque uma disputa de eliminatória, implica grande responsabilidade. Significa participar já da Copa do Mundo, embora na sua fase preliminar. São outros valores em jogo. É uma sensação especial, pois se sabe que um universo considerável está olhando o compromisso do árbitro e  a responsabilidade que nos toca é enorme. A tarefa de um colegiado é estar técnica, emocional e espiritual bem preparado. No meu caso, dirigir uma eliminatória foi emocionante, concluiu ele, que foi nomeado para o Mundial de Clubes da Fifa, no Japão no ano passado.

Experiência e condições
Sobre a sua experiência e as condições que deve ter um árbitro hoje em dia com o futebol que se joga , Enrique Osses disse que, deve ter muita sabedoria de futebol , conhecimentos técnicos  e excelente condição física, mas acima de tudo  é de fundamental importância saber fazer a leitura do jogo, que vai dirigir.  Também está em jogo o caráter, a sobriedade, a conduta impoluta, o bom trato social e boa capacidade psicológica. O futebol de hoje tem mudado tanto que é jogado a um ritmo alucinante, com muita intensidade, grande velocidade e o árbitro que queira se sobressair deve ter isso", disse.

Tolerância e credibilidade
Em relação àquilo que devemos tolerar nos atletas, Osses disse: o árbitro deve ter a capacidade de compreender os momentos em que se está desenvolvendo o jogo e entender um pouco o jogador, seus sentimentos e emoções que pode estar vivendo no jogo. A chave é ganhar credibilidade com os jogadores. Quando os árbitros transmitem credibilidade aos jogadores  é facilitado o nosso trabalho. Esse conhecimento é alcançado pelos atletas após observarem que o árbitro que está apitando fez a leitura do jogo e sua intenção e acertar ao máximo a sinalização das faltas, o que propicia a diminuição das discussões e reivindicações. Isto faz com que jogador respeite a autoridade do árbitro", concluiu.
Fonte: José Borda/Revista Árbitros

Dirigentes por esporte

Dr. Walter Ceneviva/Folha de São Paulo/Caderno/Cotidiano 

As finanças do esporte não são apenas de direito privado, mas também de direito público
É COMUM, no esporte, que dirigentes de entidades e clubes permaneçam durante muitos anos em seus cargos. João Havelange (que foi sogro de Ricardo Teixeira) atacou o inglês Stanley Rous, acusando-o de se eternizar na presidência da Fifa, para receber a mesma crítica quando eleito presidente da entidade nacional e da Fifa.
Havelange elegeu seu genro presidente da CBF, que o imitou, quanto à permanência no cargo (1989/2012) e à alegação de grandes sacrifícios pessoais. Tostão, um filósofo do futebol, escreveu na semana passada, nesta Folha, que "a história nos mostra também que, em todo o mundo, muitos que assumem o poder costumam fazer as mesmas coisas que antes criticavam". No esporte e fora dele.
Os interessados "explicam" a longa permanência, mas é comum parecer ligada ao amor pelas manchetes, à ambição política, ao vil metal, sem falar na vaidade. Vaidade semelhante à que o presidente da Fifa saboreou quando marcou data de visita ao Brasil para ser recebido pela presidente da República, como se fosse um encontro entre colegas.
O leitor perguntará: o que isso tem a ver com o direito? Tem muito, a contar de um dado incomum: nossa Constituição é das poucas a incluir sessão dedicada apenas ao desporto, no mesmo título em que trata da seguridade social, da saúde do povo ("direito de todos e dever do Estado"), da previdência e da assistência social, da educação, da cultura.
Lendo o art. 217 da Carta Magna, compreende-se a situação brasileira. O dispositivo impõe ao Estado o dever de fomentar o desporto, mas sustenta a autonomia das entidades desportivas, de seus dirigentes e associados no campo da organização e do funcionamento.
Em outras palavras: o Estado não deve intrometer-se com o controle do segmento que integram, o que sugere o exagero de termos Ministério dos Esportes, tal a autonomia de entidades e clubes. O vocábulo "autonomia", no primeiro inciso do art. 217, define o direito dos clubes e das federações de adotarem diretivas de sua livre escolha, para satisfação de fins estatuários que escolherem, sem participação governamental.
Decorre da lição de Emanuel Kant que a autonomia não exclui a observação dos preceitos morais relacionados com o interesse coletivo. É limite ético, a exigir a imprescindibilidade da atenção, no caso do Brasil, apta para dar garantia e transparência aos fatos esportivos, administrativos e financeiros, em particular no esporte profissional.
Não se sabe, ainda, o que os próximos eventos e seus custos imensos, ainda não previstos, trarão para o desporto nacional. A competição esportiva é caldeirão emocional de difícil compreensão e contenção, mas aperfeiçoar os limites da Carta, incompatíveis com a autonomia absoluta, será garantia de progresso e de equilíbrio. Um dos limites consistirá em impedir profissionais da política esportiva de se eternizar no controle de clubes e federações, para livrá-las dos eventuais desmandos decorrentes.
Gastos enormes e obrigações públicas, assumidas para a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos dos próximos anos mostram que as finanças do esporte não são apenas de direito privado, mas também de direito público. O interesse coletivo é de todos os brasileiros. Nosso bolso está na berlinda.

sexta-feira, 23 de março de 2012

As instrutoras no processo

Divulgação

Para a Fifa é muito importante o futebol feminino e portanto a sua arbitragem, razão pela qual na maioria das vezes organiza seminários de capacitação com participação de homens e mulheres, a fim de difundir uma mensagem comum. Nas diferentes confederações foram várias senhoras que uma vez aposentadas do apito se dedicam a transmitir experiências e a formar árbitras. Na América do Sul existem duas instrutoras ativas, Silvia Regina de Oliveira (de vestido rosa) do Brasil e Aracely Castro da Bolivia.
Proporcionando experiências
Depois de sua dedicação por vários anos na arbitragem nacional e internacional e de ter representado muito bem os seus países, essas duas senhoras passaram a ser oreinatadoras das árbitras, o que para elas, é uma grande responsabilidade. Mas independente disso, elas tem prazer, carinho e conhecimento para fazer desse trabalho uma boa causa. A motivação é basicamente o desejo de continuar em uma carreira que foi especial, contribuir com suas experiências para tantas mulheres, que como elas sonham com um espaço nesta sociedade machista, obviamente, preparando não só árbitras e sim mulheres integras em todos os aspectos.
Processo em andamento
"Até agora só temos duas instrutoras com as quais estamos trabalhando nossos cursos e torneios. Estamos analisando e em determinado momento algumas delas serão definitivamente selecionadas. Isso é um processo contínuo. Não existe nomeação oficial da CONMEBOL", disse o Dr. Carlos Alarcon, presidente da Comissão de Árbitros da Confederação Sul-Americana de Futebol, quando perguntado sobre isso. Por enquanto, tem que se concentrar sobre a qualidade delas, pois uma parte dessa meta de longo prazo é recrutar mais instrutoras, principalmente em países com pouca ou nenhuma representação em competições femininas.
Algumas exigências
Para ser tidas em conta como instrutoras as ex-árbitras de diferentes países, devem gostar de ensinar, saber algo de pedagogia e ter participado dos cursos FUTURO III para instrutoras nas suas respectivas confederações c além disso, devem necessariamente estar trabalhando em suas respectivas associações como instrutoras de árbitras nacionais. Atualmente, existe um grupo de senhoras que participaram de cursos ministrados pela Fifa para instrutoras para quando elas atuarem como instrutoras em cursos ou torneios, desenvolvam esta função com galhardia.
Ganhando o seu espaço
Embora a formação de instrutoras seja um processo lento, porque esta função era exclusivamente confiada aos homens, temos muitas mulheres que desejam atuar nesta tarefa. É claro que isso vai acontecer, se forem eliminadas restrições culturais e sociais e se as Comissões de Árbitros promovam essa mudança, uma vez que essas são as causas que em última análise limitam a expansão das mulheres na formação e capacitação na arbitragem, apesar de na América do Sul serem poucas, em cada país, sempre haverá uma "ex" que quer seguir o caminho da formação, não duvidem.

Fonte: José Borda/Revista Árbitros

quinta-feira, 22 de março de 2012

Ele tem um bom futuro

Foto: Allan Costa
Sou um crítico contumaz da mediocridade que está impregnada  no futebol paranaense nos últimos oito anos, sobretudo no quadro de árbitros da Federação Paranaense de Futebol. Em que pese a estratosférica quantidade de árbitros inscritos na entidade, a qualidade vem deixando a desejar. Tanto é verdade, que no ano que passou, quando Evandro Rogério Romam fracassou nos testes físicos da Fifa, foram necessários quatro testes para Romam ser aprovado, o futebol do Paraná ficou circunscrito no apito a Heber Roberto Lopes, na Série A. Explico: não compareceu ao primeiro teste em Londrina (PR), reprovou no segundo e terceiro e somente conseguiu aprovação no quarto teste.
Isto está acontecendo pela falta de visão das pessoas que manejam os destinos do futebol da terra dos pinherais, que ainda não se deram conta de que o mundo mudou e, por extensão, o futebol segue a passos gigantescos as transformações do planeta.
Fiz este preâmbulo para que o leitor observe que apesar da ausência de infraestrutura adequada no setor do apito da FPF, a criatividade e a determinação do ser humano é admirável. Criatividade e determinação, demonstradas pelo árbitro da Federação Paranaense de Futebol, Leandro Júnior Hermes (foto), na quarta-feira que passou, na partida Palmeiras/SP 3 x 0 Coruripe/AL.
Distante da mediocridade que grassa na FPF, numa competição de alto relevo como é a Copa do Brasil, com TV  para todo o País, num estádio de boas  condições, com boa iluminação, Leandro Hermes, interpretou e aplicou as Regras do Jogo de Futebol de forma equânime. Do primeiro ao último segundo, adotou ações preventivas verbalmente, controlando o jogo de forma a evitar cartões amarelos desnecessários e só aplicando-os quando as infrações exigiram. Foi uma arbitragem coerente entre as interpretações, aplicações e principalmente em consonância com o texto das leis, que regem o futebol nas quatro linhas. 

PS(1): as considerações acima feitas de apologia ao indigitado árbitro, deixa-nos, como crítico da área, com a sensação de que  se manter o estilo implementado na partida de ontem e buscar aprimoramento, pode suplantar o estado de letargia vigente no setor das arbitragens do nosso futebol, e se posicionar como futura opção para a  CA/CBF.