quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Nike veste os apitos da Premier League

No Brasil, o árbitro de futebol que trabalha nas competições da CBF não recebe um único centavo pela logomarca da penalty postada no seu uniforme - (meia, bermuda e camisa). Também não há notícia de que os membros da Relação Nacional de Árbitros de Futebol (Renaf), tenham auferido nos últimos anos algum montante financeiro do patrocínio que os garotos-propagandas (árbitros, assistentes, quarto e árbitros adicionais) ostentam na manga da camisa de terça-feira a domingo, e é exibida na TV, na internet, nos jornais e nas revistas que cobrem os torneios da CBF.  
Como a Anaf não se pronunciou e dificilmente se pronunciará sobre o tema, sugiro que os árbitros e assistentes estabeleçam uma consulta a Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf), objetivando saber porque da manutenção da penalty vestindo os apitos e os motivos pelos quais os homens de preto do futebol brasileiro, não têem participação nos lucros do estratosférico contrato com essa multinacional.
A Umbro era a empresa que vestia a arbitragem da Premier League. A Nike que vinha cortejando os apitos ingleses há vários anos, procurou  o dirigente máximo da confraria dos Referees ingleses, Mike Riley e ofereceu além de uma indumentária moderna, uma proposta financeira irrecusável. 
Resultado: Além de serem os únicos profissionais do apito na essência em todo o planeta, a receberem a melhor remuneração anual na direção de uma partida de futebol,  os árbitros da Permier League, celebraram o maior contrato publicitário no que tange a patrocínio  nas suas vestes.
Confira abaixo os novos modelos de uniforme, que estão e serão utilizados pelos árbitros da Premier League, até 2015.  
,Nike 2014-2015 referee kit.
Nike 2014-2015 referee kit.
Nike 2014-2015 

Lisboa recebe curso de árbitros

Lisboa recebe curso de árbitros
Os árbitros durante os testes físicos no curso de Inverno da UEFA ©Sportsfile 
 
Os melhores árbitros da Europa, incluindo os que vão marcar presença no Mundial, vão estar na próxima semana em Lisboa para participarem nos cursos anuais de Inverno da UEFA, a partir da próxima semana.
 
 
Os árbitros vão preparar-se para a fase de eliminação das competições europeias de clubes, com os novos juízes internacionais a ficarem a conhecer as responsabilidades por representarem a Uefa. Um grupo dos principais árbitros europeus, incluindo o português Pedro Proença, já estão em plena preparação para o Campeonato do Mundo que vai decorrer este ano no Brasil.
O organismo responsável pelo futebol europeu organiza anualmente dois importantes eventos de arbitragem: um encontro de Verão, no qual os árbitros são informados sobre a nova época e recebem instruções específicas para os jogos de clubes e de seleções, e a reunião de Inverno, que visa instruir os árbitros para a segunda metade da época.
O 22º Curso Avançado da Uefa para Árbitros de Elite e o 23º Curso de Iniciação da entidade para árbitros internacionais vai permitir que, homens e mulheres, participem em sessões teóricas e práticas. As mulheres foram convidadas a participar pela primeira vez na reunião de Inverno da Uefa no ano passado, o que demonstra a importância que a instituição está a dar às mulheres na arbitragem, já que o futebol feminino continua a florescer.
Há 28 federações nacionais europeias representadas na lista de novos árbitros internacionais para 2014 da Fifa, com 44 estreantes a participarem no Curso de Iniciação, explicou o responsável pela arbitragem da Uefa, Pierluigi Collina (foto), na mensagem de boas-vindas ao curso.
                                                        Divulgação

Vai ser a primeira experiência a nível internacional para a grande maioria, embora 20 já tenham frequentado os cursos CORE (Centro de Excelência de Arbitragem da UEFA) em Nyon, confirmando a importância que tem para o desenvolvimento da arbitragem. Este é o início da preparação para virem a dirigir jogos da Uefa e as primeiras nomeações como árbitros internacionais serão para mini-torneios dos escalões jovens ou para pré-eliminatórias das competições europeias de clubes da Uefa.
Os novos internacionais vão ser submetidos a exames médicos exaustivos e terão de realizar o teste físico da Fifa. Os árbitros também vão receber várias instruções da administração da entidade européia. Os conhecimentos de inglês dos árbitros, a língua comum da arbitragem, serão avaliadas em entrevistas realizadas pelos membros do Comitê de Arbitragem da Uefa, que é composto por ex-árbitros internacionais.
Nas sessões teóricas os participantes terão oportunidade de assistir a apresentações realizadas por membros do Comitê de Arbitragem da Uefa e a sessões de vídeo com jogadas escolhidas de encontros das competições europeias, deste ano e de épocas anteriores, incluindo o Campeonato da Europa Feminino disputado no Verão passado na Suécia.
Um total de 65 homens e 16 mulheres foram convidados a participar no curso avançado. Alguns desses árbitros de elite vão passar por uma triagem de prevenção de lesões, depois todo o grupo terá de realizar testes físicos.
As fases eliminatórias da  Champions League e da Europa League vão começar a ser disputadas em fevereiro e todos precisam de estar bem preparados. Também vão receber conselhos dos membros do Comitê de Arbitragem através da análise de situações em jogos passados", explicou  Pierluigi Collina.
Como é habitual, os árbitros vão ser submetidos a um programa intenso, que será muito proveitoso na sua preparação.
Fonte: Uefa.com

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Árbitro criticado em charge deve receber indenização

O direito à liberdade de expressão não tem aplicação plena e irrestrita, havendo limites relativos à proteção da honra e da imagem. Esse entendimento condenou a Sempre editora e o cartunista Eduardo dos Reis Evangelista pela publicação de uma charge que critica o árbitro Ricardo Marques Ribeiro (foto). Ele deve receber R$ 15 mil de indenização por danos morais. O caso foi julgado pela 11ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

O jornal Super publicou a charge satirizando a atuação do árbitro Ricardo Marques Ribeiro no jogo de futebol entre Cruzeiro e Ipatinga pelo Campeonato Mineiro de 2010. Segundo a decisão, a charge assinada pelo cartunista Eduardo dos Reis Evangelista, o Duke, criticou os erros que o árbitro teria cometido no jogo. O ártitro entrou com ação pedindo indenização por danos morais. 
Em primeira instância, o cartunista Duke, e a editora foram condenados a pagar R$ 7 mil por danos morais, além de ter de publicar no jornal Super três notas em três edições consecutivas constando a “abusividade” da charge.
Os condenados apelaram ao TJ-MG afirmando que não praticaram nenhum ato ilícito ao publicar a charge satirizando erros de arbitragem no jogo de futebol e que o árbitro não sofreu nenhum dano.

Na charge, segundo o relator, desembargador Marcos Lincoln, “ao se afirmar que o ‘juiz assaltou o tigre’, insinua-se que o árbitro teria atuado de forma ilícita, prejudicando o time de Ipatinga, que tem como mascote o tigre, o que extrapola os limites da liberdade de imprensa”, afirmou.
Para o relator, o direito à liberdade de imprensa, decorrente da liberdade de expressão “não dispensa a prudência, ou admite a má-fé, a leviandade ou a irresponsabilidade”. Segundo ele, criticar erros de arbitragem em jogos de futebol é muito diferente de imputar ao árbitro a prática de ato ilícito capaz de modificar o resultado do jogo.
No caso, o relator entendeu que a charge publicada extrapolou os limites do direito à liberdade de expressão e mais que dobrou o valor da indenização. Agora, os condenados devem pagar R$ 15 mil de indenização por danos morais ao árbitro e publicar as três notas no jornal.
Fonte: www.conjur.com.br

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Os assistentes serão robôs

Um erro do assistente Mauricio Espinoza e de seu compatriota, o árbitro Jorge Larrionda, ambos uruguaios, na partida Alemanha x Inglaterra, na última Copa do Mundo, na África do Sul, convenceu a International Football Association Board (IFAB), instituição responsável pelas Regras do Futebol, a implementar a tecnologia na linha do gol. Segundo estudiosos que monitoram  o tema, esse pode ser apenas o primeiro passo em direção ao uso mais amplo da tecnologia, para auxiliar a arbitragem em jogadas que fujam do seu campo de observação, num prélio de futebol.

                                              Divulgação
      Alemanha x Inglaterra, a arbitragem uruguaia não viu a bola ultrapassar a linha de meta em 43 cm.
 Nem todos aprovam. A Fifa, entidade que controla o futebol no planeta e tem metade dos votos nas reuniões do (IFAB), sustenta que as decisões na linha do gol são um caso especial e tem emitido sinais de que é contrária a qualquer outro de tipo de auxílio tecnológico. Mas Francisco Rocca, diretor executivo da La Liga, a maior Liga de Futebol da Espanha, revelou nos primeiros dias do ano em curso, que ele e sua equipe estão estudando novas tecnologias que propiciem ao assistente melhores condições no momento de assinalar o impedimento (Regra – XI).
Uma pesquisa realizada na Europa com os homens de preto, assim que o Board definiu pela tecnologia do gol, apontou que 98,7 dos apitos pesquisados é favorável a introdução da eletrônica, como auxílio à arbitragem no momento de dirimir lances que não possam ser captados pela visão humana.
Inclusive nesta pesquisa, os árbitros do Velho Continente, sugeriram que seria de bom alvitre que eles tivessem acesso a repetições instantâneas de vídeos, como já acontece há muito tempo no basquete, no futebol americano, no beisebol e rúgbi.
Mas a Fifa que é presidida pelo conservador Joseph Blatter e  uma  plêiade de empresários e dirigentes esgarçados pelo mundo afora, jogam na direção contrária a qualquer tipo de experimento que tenha como meta ampliar a entrada da tecnologia como auxílio aos homens de preto. A argumentação dessa gente é de que se isso acontecer, quebraria o fluxo dos jogos e poderia tirar o sal ou o brilho dos jogos de futebol.
Mas esse tipo de critica não pode ser nivelado a novos sistemas que estão em desenvolvimento em vários países, inclusive no Japão. Os japoneses estão realizando um experimento com oito câmeras postadas (sendo quatro atrás de cada assistente), objetivando detectar em tempo real o impedimento. Se aprovada a experiência na terra do Sol nascente, haveria uma mitigação dos erros dos “bandeirinhas”, no momento de assinalar o “Off side”.
A GoalControl, empresa alemã escolhida pela Fifa, para o fornecimento da tecnologia na linha do gol nas suas competições, além das quatorze câmeras (sete em cada gol), já exibidas no Mundial de Clubes do Japão em 2012, na Copa das Confederações no Brasil em 2013, e no Mundial de Clubes do Marrocos, no último mês de dezembro, também já está produzindo um novo projeto que auxilie o assistente na mais complexa regra de uma partida, o impedimento.  
O sistema utilizado atualmente pela GoalControl, usa sete câmeras de alta velocidade direcionadas para cada meta, e um software que transforma imagens em duas dimensões com representações tridimensionais da bola e sua trajetória.
O estudo que está sendo realizado na Alemanha tem mais câmeras e softwares que possuem capacidade de identificar jogadores individualmente, e segundo os cientistas que estão no projeto propicia uma versão ampliada e poderia fazer uma variedade de julgamentos da arbitragem.

Por que o Brasil está contra a Copa?

Entre incrédulo e atônito, o mundo se pergunta por que o Brasil, a meca do futebol, um país cujos cidadãos levam no DNA a paixão pela bola que contagiou o planeta, mostra-se contra a celebração da Copa, um acontecimento que tantos teriam ansiado. E a resposta possivelmente acarreta uma surpresa.
As imagens da primeira manifestação de rua contra a Copa, ocorrida no sábado em São Paulo, a cidade onde tiveram início também os primeiros protestos maciços em junho passado – quando se disse que o gigante o Brasil “acordou” –, correram as primeiras páginas tanto pela violência dos manifestantes quanto pela da polícia, que atirou em um jovem de 24 anos, algo impensável em um regime democrático, pois evoca os fantasmas da ditadura.
Existe um suspense geral sobre o que ocorrerá dentro de cinco meses. Talvez não aconteça nada, talvez sim. O lema dos manifestantes, “Não vai ter Copa”, mobilizou até a presidenta da República, Dilma Rousseff, que levou a ameaça a sério e colocou em seguida sua hashtag nas redes sociais: #VaiTerCopa.
A perplexidade dentro e fora do país perante esse rechaço à realização da Copa e a consequente pergunta sobre “Como isso é possível no Brasil?” são de difícil resposta. Eu me atreveria a dizer que o resultado final poderia surpreender positivamente o mundo. E isso independentemente de a Copa acontecer ou não (vai acontecer), e não terá nada a ver com o Brasil ganhar pela sexta vez o precioso troféu (tomara), ou repetir a dolorosa tragédia do último Mundial celebrado por aqui, em 1950, naquela amarga partida contra Uruguai no mítico Maracanã, no Rio.
Não importa a esta altura se haverá ou não novas e violentas manifestações como as que foram registradas durante a Copa das Confederações, quando nos arredores do novo e milionário estádio de Brasília havia mais gente protestando fora do que vendo a partida dentro.
As fichas do jogo já estão lançadas. O Brasil foi capaz de criar um estado de consciência crítica, para além das motivações concretas que tenham despertado os protestos, que são em muitos casos reais, como o esbanjamento de dinheiro público, a desatenção à criação de infraestruturas ou o temor de que o Brasil possa “passar ridículo” perante os estrangeiros que venham a encontrar um país com serviços ineficazes. Até a FIFA, aliás, chegou a pôr em xeque a capacidade brasileira de organizar tal acontecimento, diante do atraso nos preparativos.
O futebol, e o esporte em geral, sempre foram usados e abusados pelo poder nas ditaduras e nas democracias como ópio do povo ou como “hipnotismo”, como dizia o grande Sócrates. Nas ditaduras, de forma descarada e grosseira, como quando, durante o franquismo, o feroz ditador Franco assistiu à partida Espanha x Rússia para receber de pé o grito do estádio: “Franco, Franco, Franco!”. Como se tivesse sido o generalíssimo, e não Marcelino, jogador do Zaragoza, quem marcou um gol contra a Rússia “comunista”. O perspicaz jornalista e historiador Elio Gaspari acaba de recordar que, durante a Copa de 1970, “quando a ditadura alavancava sua popularidade com os êxitos da seleção”, houve dias em que os gols eram festejados pelos militantes da Alianza Libertadora Nacional “com tiros de Winchester”.
Que Rousseff, responsável por presidir um Governo em uma democracia consolidada, se preocupe com a imagem negativa que possíveis protestos contra a Copa poderá oferecer ao exterior é algo justo e normal. E ela cunhou o slogan de que o Brasil vai realizar a “Copa das Copas”, superando todas as que foram feitas até agora no planeta.
Ocorre-me, à luz de tudo o que está ocorrendo, com os protestos contra a Copa, que a presidenta pode ter sido profeta sem querer. É possível que essa surpresa que eu disse que este país poderia dar ao mundo com a Copa se refira ao fato de que este Mundial seja possivelmente o último. E poderia ser o Brasil, que conserva intacta em suas vísceras, apesar de tudo, a paixão pelo futebol, que obrigaria uma FIFA desprestigiada, envolta em suspeitas de escândalos de corrupção, movida pelo pior dos capitalismos, a mudar de pele.
O Brasil poderia estar enviando ao mundo uma mensagem para se precaver contra a degeneração desse evento mundial que se tornou objeto de suspeitas e ameaça ao verdadeiro futebol, um esporte que está conquistando até os Estados Unidos.
É como se o Brasil estivesse dizendo que, tal qual andam as coisas nesse campo, não lhe interessa a Copa, nem jogá-la nem ganhá-la. Que a paixão pelo esporte está sendo trocada por uma operação capitalista cuja máxima expressão são as tramoias da Fifa, as quais estão matando o verdadeiro futebol.
Existe, sobretudo entre os jovens, e mais ainda entre aqueles que chegam até o centro rico das cidades a partir dos guetos excluídos do festim –de onde provém boa parte dos astros mundiais da bola – a convicção, possivelmente nem sequer explícita, de que o futebol, essa paixão coletiva, deve voltar às origens, aquelas em que os jogadores davam a alma e o coração em campo, não tanto pelo dinheiro quanto pelo prazer de vencer e de fazer a torcida vibrar.
Esses jovens intuem que o mundo do futebol se tornou um grande toma-lá-dá-cá, onde os jogadores são objeto de disputa entre grandes instituições financeiras, e às suas costas até os funcionários dos clubes enriquecem ilicitamente, como parece ocorrer com o triste e emblemático caso da “venda” de Neymar, que levou à demissão do presidente do Barcelona.
Como me recordou Saturnino Pesquero, maiorquino radicado no Brasil que lecionou na Universidade Federal de Goiás e é um dos grandes especialistas em Leonardo da Vinci, se é verdade que o homem criou a linguagem, não é menos verdade que a linguagem acaba marcando o homem. Basta ler um artigo sobre a economia do futebol para que apareçam, referindo-se aos jogadores, palavras emblemáticas como: comprar, vender, revender, investidores, donos dos jogadores, cujos direitos acabam sendo “propriedade de…” Uma verdadeira feira de astros cujo valor humano, artístico e até cultural foi trocado por frias cifras de milhões de dólares.
Já se disse, com razão, que o futebol e, em geral, as grandes manifestações esportivas se transformaram em um substituto da guerra. Enfrentam-se Espanha e França, ou Brasil e Argentina, não com a força dos canhões e dos Exércitos, mas nos estádios, onde trocam entre si as antigas bandeiras de conquista, agora como troféus de paz.
Hoje, a violência entre adversários nos estádios acaba com frequência, também aqui no Brasil, em vandalismo e violência com mortos e feridos. A guerra volta às arquibancadas. Não terá essa triste metamorfose a ver com a degeneração geral de um esporte que acabou aprisionado nas mãos do grande capital especulativo mundial após tê-lo roubado dos verdadeiros torcedores?
É possível que o Brasil, que nestes últimos 20 anos deu mostras de um elogiável progresso não só econômico como também democrático, saia crescido, mais maduro até em seus valores de liberdade e humanidade justamente com sua rejeição à Copa. Fez bem, por exemplo, a presidenta Dilma ao desprezar o caviar e o champanhe que a Fifa lhe oferecia no camarote de honra de onde assistia a uma partida da Copa das Confederações. “Mas isso aqui é um estádio de futebol!”, e pediu uma cerveja, como os simples torcedores.
O Brasil, mais maduro hoje do que durante o último Mundial celebrado em seu solo, se faz a mesma pergunta, que é quase natural entre os jovens: “Mas o que é isto?”. Como se dissessem: “Não queremos uma Copa assim. Queremos que nos devolvam o futebol”.
O Brasil desnudou a Copa diante do mundo. O rei ficou nu, e é muito provável que um dia as crônicas recordem que foram os magos da bola que tiveram a ousadia de dizer NÃO à sua prostituição.
Talvez o mundo, agora perplexo perante essa postura brasileira inesperada, acabe amanhã aplaudindo este país do futebol para lhe conceder outro galardão mais precioso: o de ter arrancado o grande esporte das garras dos verdugos que o estavam sacrificando no altar do novo bezerro de ouro.
Algo que os políticos não deveriam esquecer, nem os do Governo nem os da oposição, porque está em jogo algo muito mais importante do que as próximas eleições. Os protestos contra a Copa haviam começado já em 2009. Que não caiam na tentação de brincar de reprimir as manifestações com os métodos das antigas ditaduras; que não minimizem um protesto que já alcançou interesse e expectativa internacionais e, menos ainda, que não pretendam usar um protesto convocado talvez para enobrecer este país em prol de seus pequenos interesses eleitorais.
A aposta é muito maior e mais importante. Para todos. Equivocar-se poderia levar à surpresa de que o tiro saia pela culatra. Está em jogo uma aposta arriscada, criativa, valente, sobretudo dos jovens excluídos dos subúrbios das grandes urbes, que hoje estudam e que foram sempre, curiosamente, os que mais paixão manifestaram pela magia e o mistério da bola, que já é parte da cultura popular deste povo privilegiado. E que possivelmente por isso o defenda com maior afinco.
Fonte: Juan Arias - JORNAL EL PAÍS/ESPANHA

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Portugal acolhe elite dos árbitros europeus

A UEFA decidiu organizar em Portugal o 23.º curso avançado para árbitros de elite da UEFA e a 22.ª formação para árbitros internacionais.

Pedro Proença, Olegário Benquerença e Artur Soares Dias vão ser os representantes portugueses nas ações promovidas pelo organismo que rege o futebol europeu, sob orientação do responsável técnico, o italiano Pierluigi Collina.
Além de Proença, vão estar também em solo luso os outros nove árbitros europeus chamados pela Fifa para o Campeonato do Mundo de 2014, casos de Felix Brych (Alemanha), Cuneyt Çakir (Turquia), Jonas Eriksson (Suécia), Bjorn Kuipers (Holanda), Milorad Mazic (Sérvia), Nicola Rizzoli (Itália), Carlos Velasco Carballo (Espanha), Howard Webb (Inglaterra) e Svein Oddvar Moen (Noruega).
 
Esta ação reconhece a capacidade organizacional da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que recentemente lançou o processo da profissionalização dos árbitros e avançou com a criação de uma academia para a arbitragem.
Fonte: Sapo Desporto/Refereetip

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Fifa fez investimento inédito na preparação dos apitos


 Divulgação
A Fifa anunciou no último dia (14), os nomes dos 25 trios de arbitragem escolhidos para atuar na Copa do Mundo a partir do dia 12 de junho próximo. Também foram designados os 8 duetos (composto por um árbitro e um assistente), que ficarão de atalaia caso algo de extraordinário aconteça com qualquer um dos selecionados, até o início da segunda quinzena de maio, quando as principais competições da Uefa, a Liga dos Campeões e a Copa da Uefa e a maioria dos torneios europeus estiverem concluídos. 
Até lá, os árbitros e assistentes já anunciados, serão minuciosamente observados por cientistas de arbitragem designados pela Fifa, nos quesitos social, técnico, tático, físico e psicológico. Além do exposto, a instituição que controla o futebol no planeta, já agendou aos homens de preto que irão laborar no Mundial brasileiro, três novos testes antes do início da Copa. O primeiro, deve ser aplicado nos primeiros dias de fevereiro do ano em curso, e, pelas informações que recebi será sobre o idioma oficial da Fifa, o inglês.
Árbitros e bandeirinhas vivenciarão algumas situações teóricas, disciplinares e técnicas de uma partida de futebol, incluindo vários lances de um jogo internacional exibido num vídeo. A Fifa exigirá a exemplo dos demais testes no idioma oficial, que o trio de arbitragem faça um relatório do que viu em inglês e o índice de acerto para esse tipo de relatório deve ser próximo de 95%.
Posteriormente, serão aplicados mais dois testes, sendo um deles o temível teste físico padrão Fifa. Temível  porque já reprovou e alijou das últimas competições da Fifa no Japão/Coréia do Sul, Alemanha e da África do Sul, aproximadamente meia centena de pretendentes.
E, por derradeiro, além do acima especificado há mais duas possibilidades de os selecionados serem desligados da Copa/14. Se cometerem alguma gafe que importe em questões polêmicas ou escândalos nas competições dos seus países, da Fifa ou da Uefa. E, a última possibilidade de um árbitro ou assistente ser cortado do campeonato da Fifa, diz respeito a alguma contusão que porventura um dos selecionados venha a sofrer e venha demandar um tempo de recuperação, além dos primeiros dias de maio deste ano. 
Acrescente-se ainda que a Fifa renovou a maioria dos membros do seu Comitê de Árbitros e  já investiu  mais de 4,5 milhões de euros na preparação dos homens do apito mirando a Copa, com a realização de (congressos, cursos, painéis, seminários) desde setembro de 2011. Em entrevista concedida a imprensa européia na semana que passou, o presidente da entidade Joseph Blatter, afirmou: “Fizemos  o maior investimento já realizado no setor da arbitragem no que concerne a um Mundial.  O intuito foi o de propiciar àqueles que terão o  privilégio de trabalhar Copa do Mundo no Brasil, totais condições no momento de tomar a decisão em conformidade com as Regras de Futebol”. Portanto, qualquer deslize será fatal para eliminar sumariamente (árbitro ou assistente) sem tergiversações.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

O colunista Valdir Bicudo está gozando suas  férias, no Sesc/Pantanal, na cidade de Poconé (MT). Bicudo, incentiva os leitores do seu Blog a conhecerem aquele verdadeiro paraíso ecológico.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Fifa estudou árbitros da Copa cientificamente

Assim que chefe do Comitê Médico da Fifa, o belga Michael D’ Hooge,  ultimou os exames médicos na segunda quinzena de setembro de 2011, em Zurique na Suiça, os 53 trios de arbitragem pré-selecionados para a Copa do Mundo de 2014, ouviram uma mensagem do chefe de árbitros da Fifa, Massimo Busacca, com o seguinte conteúdo: Em janeiro de 2014 a Fifa anunciaria os 25 trios de arbitragem e mais 8 duplas (composta por 1 árbitro e 1 assistente). Essa lista não seria definitiva, porque muitas competições estariam em andamento e se alguma fato de relevância acontecesse com algum  dos nomes anunciados a lista poderia sofrer alterações.  
 Divulgação
A segunda orientação de Busacca foi de que aqueles que desejassem participar do Mundial no Brasil, deveriam atingir na sua plenitude todos os testes físicos, teóricos, práticos (campo de jogo), além do que todos deveriam ler, escrever e falar  fluentemente o inglês, o idioma oficial da Fifa. Acrescente-se ainda que a Fifa utiliza como segundo idioma o espanhol.   
Além do exposto, todos que ali estavam seriam escalados nas competições da Fifa e nos campeonatos dos seus Países de origem, e seriam observados por instrutores de árbitros PhD no tema arbitragem.  Instrutores que seriam neutros e informariam mensalmente o Comitê de Árbitros da Fifa, sobre o desempenho dos pré-selecionados nos torneios ou campeonatos que  participassem.
Além dos três parágrafos acima, o chefe do apito da Fifa disse: “Aqueles que conseguirem entender as diferentes culturas futebolísticas que se praticam em todo o globo terreste, que assistirem várias partidas pela TV, (isso enriquece o conhecimento do árbitro),  que souberem se posicionar adequadamente no campo de jogo quando estiverem atuando, que tiverem discernimento rápido e conciso nos lances dentro da “zona negra” do campo de jogo, (área penal e adjacências), suas tomadas de decisões  dificlmente sofrerão contestações, porque estarão  em consonância com as Regras do Jogo”. Quem assim proceder, fatalmente estará na maior lista de árbitros de todos os tempos da Fifa, encerrou Busacca.
 Divulgação
Fiz questão de lembrar o que disse o mandatário da confraria do apito mundial  em 2011, porque na terça-feira (14), quando do anúncio dos 25 trios de arbitragem e as 8 duplas reservas para a Copa do Mundo/14, Busacca, com extremo profissionalismo e ingente personalidade, repetiu tudo o que havia dito na primeira reunião aos árbitros e assistentes em Zurique.
PS: O brasileiro Sandro Meira Ricci e o colombiano Wilmar Roldán, foram os únicos árbitros Sul-americanos elogiados pela imprensa esportiva internacional, após a divulgação da lista dos mundialistas. Roldán teve excelente participação nas Olimpíadas de Londres e deixou ótima impressão na Europa. Ricci por sua vez, foi elogiadíssimo pela bela performance na decisão do Mundial de Clubes da Fifa, entre o Bayer de Munique x Raja Casa Blanca, no último mês de dezembro, no Marrocos.

domingo, 19 de janeiro de 2014

Inércia absoluta no departamento de árbitros



O Campeonato Estadual de 2014 é o centésimo sob a regência da Federação Paranaense de Futebol (FPF). Dado o significado da data, imaginava-se uma série de acontecimentos para festejar o feito. No entanto, alega a (FPF)  razões financeiras para não realizar maiores festividades.  Mas, não se iluda leitor, não é apenas a falta de dinheiro que grassa na (FPF).
 um  outro setor que está carente há vários anos na casa Gêneris Calvo, e no ano do centenário do nosso campeonato,  também  não tem nada a comemorar.  Falo do  quadro de arbitragem da entidade. Nos últimos oito anos sob a regência de Afonso Vitor de Oliveira (de camisa branca) e Gerson Baluta, não revelou um único árbitro.  Digo isso, porque os demais membros (Anderson Gonçalves e José Carlos Passos), entraram para a comissão de árbitros apenas em 2013. 
                                                       Divulgação
                                Afonso Vitor de Oliveira e Nelson Lehmkhul
Afonso e Baluta, em que pese o decorrer do tempo acima nominado a frente da comissão de árbitros, se “esqueceram” de implementar um projeto de renovação no quadro dos homens de preto da Federação Paranaense de Futebol. Renovação que não previu que, Evandro Rogério Romam e Heber Roberto Lopes não vigorariam “ad aeternum”. E, quando ambos anunciaram que deixariam a arbitragem do futebol paranaense, o  futebol do Paraná  perdeu as duas vagas de árbitro que era detentora no quadro da Fifa. Perdeu  porque,  aqueles que comandam tão importante segmento do nosso futebol,  não tiveram a visão necessária de preparar novos apitos, que preenchessem os requisitos necessários para substituí-los.
Aliás, numa demonstração inequívoca do fracasso retumbante do modelo de gestão ancrônico, que está impregnado pelo oitavo ano consecutivo no setor do apito da (FPF),  no ano do centenário do Campeonato Paranaense, o quadro de árbitros da instituição  não tem um único árbitro no quadro especial da CBF.  Nenhum no quadro de Aspirante/Fifa e não se vislumbra a mínima possibilidade de que a curto e médio prazo, um dos nossos juízes volte a ostentar o escudo  da Fifa.   
PS: Rubens Maranho (in memoriam) e Jaime Nuldemann, ex-diretores de árbitros da Federação Paranaense de Futebol, questionados certa vez como descobrir bons árbitros responderam: É de suma importância, montar um equipe de bons colaboradores que tenham domínio completo das Regras de Futebol, dispersá-los pelos campos das ligas amadoras e da suburbana. É lá que que poderemos encontrar pessoas com talento e principalmente, com vocação para a mais nobre e difícil missão duma partida de futebol, afirmou à época Rubens Maranho.
PS (2): Um erro político do futebol paranaense em 2012, impediu a ascensão do árbitro assistente Bruno Boschilia, da Federação Paranaense de Futebol, ao quadro da Fifa em janeiro de 2013. Este ano, a CA/CBF em que pese o congelamento no  “freezer” dos apitos paranaenses no ano que passou – (ver no site – http://www.cbf.com.br/arbitragem), num ato de reconhecimento ao excelente Campeonato Brasileiro que realizou, promoveu  Boschilia que é professor de educação física ao quadro internacional.  

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Sandro Meira Ricci chega forte para a Copa do Mundo

Depois de ter apitado a final do último Mundial de Clubes da Fifa e ter feito uma excelente Copa do Mundo Sub-20, o árbitro do quadro pernambucano Sandro Meira Ricci chegará com força para a Copa do Mundo no Brasil. Ele concedeu entrevista coletiva nesta sexta-feira (17), na Federação Pernambucana de Futebol (FPF).
O presidente da FPF Evandro Carvalho fez a abertura da coletiva. "Torcemos todos nós por uma grande performance do Sandro no Mundial. Ele é um árbitro de altíssima qualidade técnica e de uma excepcional condição física. Fomos visionários quando o trouxemos para Pernambuco", comentou o presidente, que entrou para Sandro o escudo da FIFA 2014.
                                   Foto: Assessoria de Imprensa da (FPF)

“Depois dessa notícia a cobrança será maior, preciso levar muito a sério essa preparação. Cabe a mim dar o máximo para continuar representando a arbitragem de Pernambuco nas competições em que atuar”, afirmou Sandro Meira Ricci.
Com prestígio, Meira Ricci é um dos principais árbitros do Mundial e tem tudo para apitar uma possível final, caso mantenha o nível de atuações nos jogos da Copa e o Brasil não esteja na decisão. “O que me levou para a Copa do Mundo foi a minha atuação no jogo amador, no jogo profissional, no Brasileiro, nos jogos internacionais e nas competições mundiais. Não foi somente pelo que fiz no Mundial”, comentou.
Em 2013, pela primeira vez na carreira, o árbitro teve a oportunidade, junto com dois assistentes brasileiros, de apitar a final da Copa do Mundo de Clubes da Fifa, realizada no Marrocos.  “Eu, o Emerson de Carvalho e o Marcelo Van Gasse fomos o trio da final de clube. Nossa relação vai além das quatro linhas, isso facilita e muito o nosso trabalho. Estamos todos preocupados em fazer o melhor um pelo outro. É um trio que tem muita condição de dar alegria a arbitragem brasileira”, disse o árbitro.
Sandro Meira Ricci tem 39 anos, é natural de Poços de Caldas (MG), casado e pai de duas filhas. É formado em Ciências Econômicas pela Universidade de Brasília, com especialização em comércio exterior. Desde 2003, é servidor público federal da carreira da Analista de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Ele está no quadro da Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol de Pernambuco (Ceaf-PE) desde março de 2012. O último jogo apitado por Sandro Meira Ricci em Pernambuco foi a partida entre Sport x Náutico, pela Copa Sul-Americana, na Ilha do Retiro, em agosto do ano passado.
O árbitro do Brasil na Copa está escalado para apitar neste domingo (19) o jogo entre Pesqueira x Vitória, às 16h (horário do Recife), no Estádio Joaquim de Brito, em Pesqueira, Agreste do Estado, pelo Campeonato Pernambucano Coca-Cola. Antes, porém, no sábado, Meira Ricci prestigiará a final da Taça Recife de Comunidades (Tareco), no Campo do Derby.
Outras informações:
•         Fala três idiomas, além do português: inglês, italiano e espanhol.
•         Fez o curso de arbitragem pela Federação Brasiliense de Futebol em 2003, ingressou na CBF em 2006, tornou-se aspirante à FIFA em 2009 e ingressou no quadro internacional da FIFA em 2011. Desde 2012, pertence ao quadro de árbitros da Federação Pernambucana de Futebol.
•         Entre 2011 e 2013, foi o árbitro brasileiro com o maior número de atuações. Foram, ao todo, 35 partidas como árbitro central, conforme abaixo:
§  4 pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo;
§  2 pelo Mundial de Clubes da FIFA no Marrocos;
§  4 pela Copa do Mundo Sub20 na Turquia;
§  8 pela Copa Libertadores da América;
§  9 pela Copa Sul-Americana;
§  4 pelo Campeonato Sul-Americano Sub-20 na Argentina;
§  2 pela Copa Libertadores Sub20 no Peru;
§  2 pelo Campeonato Sul-Americano Sub-15 no Uruguai.