segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Congresso terminou como começou: Sem conteúdo

   Foto: Julio Cancellier/Anaf
Observando o site da Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf) até o fechamento deste articulado, no que diz respeito ao conteúdo do XXXIX congresso da entidade e sindicatos de árbitros de futebol, realizado em Campo Grande (MS), no período de 27 a 29 do mês em curso, notei a ausência de informação e a consequente discussão dos temas de relevância e de interesse da confraria que labora no futebol brasileiro.

O direito de arena que deu “chabu”, fruto da ausência de um trabalho jurídico elaborado dentro dos cânones da lei, acoplada a falta de representatividade política junto ao Congresso Nacional, leia-se Câmara dos Deputados e Senado Federal em Brasília, pelo andar da carruagem foi de mala e cuia para o beleléu.

Já o direito de imagem alardeado e trombeteado com estrondo de um trovão, num primeiro momento ajuizado em Recife (PE) – após  ser apreciado pelo Poder Judiciário pernambucano, foi enviado corretamente pelo juiz da terra do frevo, à Justiça do Rio de Janeiro – isto porque, a ação movida pelos (duzentos e cinquenta árbitros) da Renaf, foi contra a Rede Globo de Televisão - emissora responsável pela transmissão dos jogos do Brasileirão, com sede na cidade Maravilhosa. Será que o jurídico da Anaf desconhecia o endereço da Tv Globo? Há um vídeo postado no site da (Anaf), com a devida explicação sobre a querela. Mas a pergunta que deveria ser respondida pelo jurídico da Anaf e não foi é: Por que a ação foi ajuizada em (Recife)Pernambuco, ao invés do Rio de Janeiro sede da Rede Globo de Televisão?

Juristas ouvidos por este colunista afirmaram que a exemplo do direito de arena, se não for trilhado o caminho jurídico adequadamente e elaborado a petição por pessoa com notório conhecimento a respeito do direito de imagem e outras legislações, o desfecho do direito de imagem poderá ser o mesmo do direito de arena. Ou seja, vai para o beleléu.

No que diz respeito as verbas estratosféricas das logomarcas estampadas em diferentes locais da indumentária dos homens de preto, que atuam nos campeonatos da CBF, (nas meias, bermudas,  mangas e nas costas das camisas), não há uma única menção no sítio da (Anaf). O que significa que a confraria do apito continuará sendo explorada pela CBF, e não receberá nenhum vintém pelas publicidades que fazem há mais de uma década gratuitamente.
 Sem receber um único centavo, arbitragem do Brasileirão continuará sendo explorada pela CBF com publicidades exibida nas costas e nas mangas da camisa? 
Outro item fundamental à arbitragem que não aparece no site da entidade, está relacionado as taxas e diárias de arbitragem para a próxima temporada que estão defasadas. Relatório do Banco Central e da Fundação Getúlio Vargas do último sábado (28), apontou que a inflação até o momento atingiu 9,9%.

O que significa que além do desconto de 11% ao INNS, do imposto de renda, de 3% à Anaf e 2% às associações e sindicatos da taxa, os homens que manejam o apito e as bandeiras já foram vitimados nos seus proventos, por uma inflação que irá ultrapassar a casa dos dois dígitos. Árbitros da Renaf esperavam uma posição da Anaf no que tange ao reajuste das taxas e diárias. Isto porque, a Copa do Brasil tem inicio nos primeiros dias de fevereiro de 2016.

Outra questão amplamente divulgada pela mass média esportiva durante a semana passada e não foi discutida no congresso da Anaf - é a posição dos grandes clubes do futebol brasileiro que desejam inserir no projeto de modernização do nosso futebol, especialistas em arbitragem do Continente europeu, para avaliar o desempenho dos homens do apito dos próximos torneios da CBF.

A Anaf na nossa opinião, como entidade que representa a arbitragem, dado que a maioria dos seus dirigentes foram árbitros num passado recente, deveria se pronunciar e defender guardada as devidas proporções, o atual quadro de assessores e delegados de arbitragem da CBF. Além de tomar posição a respeito do fato, caberia no mínimo uma sugestão e/ou proposição de melhora neste quadro que tem importância significativa nos relatórios, cuja missão principal é avaliar e detectar os acertos e os equívocos de juízes e bandeiras.
 
E, por derradeiro, o tema mais importante que faltou informar  no site da (Anaf), é o porquê da não criação imediata da Federação Brasileira dos Árbitros de Futebol. A Constituição da República Federativa do Brasil, diz que para a fundação de uma federação vinculada a área trabalhista, são necessários cinco sindicatos com a Certidão de Registro Sindical (Carta Sindical). Atualmente há oito sindicatos com a Carta Sindical. Quais os motivos e/ou interesses que impedem a criação da Federação Brasileira dos Árbitros de Futebol? Ninguém toca no assunto e segundo fiquei sabendo, quem se atrever a falar do fato será literalmente “escanteado”.

PS: Aliás, se existisse a Federação Brasileira dos Árbitros de Futebol, instituição que é reconhecida pela Constituição do Brasil, pela (CLT) e o ministério do Trabalho, talvez o ministro do Esporte George Hilton, medisse suas palavras e não teria afirmado à Revista Placar que os árbitros não devem receber o direito de arena.

PS (2): Se reivindicações como o direito de imagem e de arena estão distantes dos homens de preto como o planeta-anão, Plutão, está da terra, falar em arbitragem profissional e demonstrar contrariedade em relação ao sorteio da arbitragem diante do quadro politico-sócio-econômico que vivenciamos por ora no Brasil é uma grande utopia.           

domingo, 29 de novembro de 2015

Clubes querem especialistas estrangeiros

    Clubes querem especialistas da Europa para avaliar a arbitragem do Brasileirão. E os delegados de arbitragem farão o quê?

Quem nos acompanha aqui neste espaço é testemunha ocular das inúmeras vezes que questionamos nos últimos anos, a situação irregular de vários assessores, delegados e tutores de arbitragem, designados pela CBF para avaliar o desempenho da arbitragem brasileira nos pilares técnico, tático, físico e psicológico, e  em consonância com o manual das Regras de Futebol e diretrizes do International Board, nas diferentes competições da entidade. Se houver dúvidas a respeito da nossa afirmação, basta acessar  -[http://apitodobicudo.blogspot.com.br/2015/11/assessores-e-delegados-devem-ser-neutros.html].

Assessor ou delegado de arbitragem é uma missão nobre que deveria ser entregue a especialistas com independência, já que exige habilidades e conhecimentos especiais e/ou excepcionais. A FIFA e a UEFA são exemplos na modalidade. Somente especialistas na função são escalados para observar o “modus operandi” dos homens do apito que labutam nos torneios das entidades nominadas.

Agindo em descompasso com as normas da FIFA e do (IFAB), a CBF banalizou as funções de assessores e delegados de arbitragem no futebol brasileiro – tanto é verdade que cabe às federações de futebol indicar à CBF, os nomes das pessoas para exercerem as funções de assessor e delegado de arbitragem.

Atualmente é comum vermos desempenhando esse mister de na Copa do Brasil e no Brasileirão, vice-presidente e diretores das federações de futebol, membros das comissões e das escolas de formação de árbitros das federações. Dirigentes das associações e sindicatos da confraria do apito brasileiro. Nas diversas ocasiões que nos manifestamos sobre o tema em tela - afirmamos que a forma de agir da CBF, além de despersonalizar o cargo de assessor e delegado de arbitragem, deslegitimava na sua totalidade a veracidade das avaliações efetivadas.
       
O descaso do que você acaba de ler acima, teve como consequência uma ação contundente dos dirigentes dos principais clubes do futebol brasileiro que: “Insatisfeitos com o desempenho da arbitragem nas últimas edições do Campeonato Brasileiro, com a metodologia que é aplicada nas avaliações pelos os atuais assessores e delegados  designados pela CBF, na avaliação das interpretações e aplicações das regras pelos homens de preto do futebol pentacampeão, decidiu: criar um controle externo para a arbitragem no Brasileirão”. 

Essa comissão de clubes que discute um novo projeto ao futebol, pentacampeão, reuniu-se na sexta-feira (27/11), no Rio de Janeiro, tendo na dianteira o presidente do Flamengo(RJ), Eduardo Bandeira de Melo.

Uma das principais vantagens do sistema, segundo os dirigentes, seria punir os árbitros que prejudicam as equipes com pequenos erros em diversos momentos do jogo. Por outro lado, o principal obstáculo para a ideia sair do papel é o custo. Especialistas precisam ser contratados para avaliar os árbitros e assistentes, e uma auditoria de peso seria paga para analisar o trabalho deles e da comissão de arbitragem.

Além disso, a CA/CBF teria que colocar nos sorteios dos jogos mais importantes os melhores colocados no ranking elaborado conforme as notas. Já a empresa especializada em auditoria verificaria se as notas foram dadas de maneira correta e se a CA/CBF utilizou adequadamente o ranking.

De acordo com o conceituado blog do Perrone - http://blogdoperrone.blogosfera.uol.com.br/, a Ernest & Young, renomada empresa de auditoria, participou da reunião, mas não há garantias de que ela assumirá a função se o projeto for aprovado. “Temos muitas coisas para definir ainda. Qual o custo de tudo isso e como ele será pago”, disse Romildo Bolzan Júnior, presidente do Grêmio (RS) e membro da comissão de clubes.

Ainda segundo o indigitado Blog, os cartolas não discutiram quem avaliaria os árbitros. “Por mim, poderia ser alguém de fora do país. Não vejo nenhum problema em especialistas da Alemanha ou da Inglaterra, por exemplo, fazerem esse trabalho”, opinou o presidente do Grêmio.

PS: Estava escrito que mais cedo ou mais tarde esta ilegalidade não ira se sustentar. Lamento que a Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf) e sindicatos de árbitros, que realizaram neste final de semana o último congresso do ano em Campo Grande (MS) - não tenham discutido o assunto. Todos perderam a oportunidade de contribuir para a melhora da qualidade das tomadas de decisões do árbitro do futebol brasileiro no campo de jogo, ao não debaterem a questão.

PS (2): Informações que chegaram à este colunista apontam que: Os dirigentes da Liga Rio/Sul/Minas, irão exigir arbitragem de alta qualidade para o torneio em disputa. Inclusive, irão solicitar à CBF que árbitro, assistente, observador e delegado de arbitragem que estiver exercendo cargo em federação, associação e sindicato não seja escalado nas partidas da aludida competição.

PS (3): Na coluna de amanhã falarei do homem do ano do futebol brasileiro, o equilibrado, inteligente, impoluto, frio, Sérgio Corrêa da Silva - responsável pelas escalas de árbitros do maior e mais dificílimo campeonato do planeta com 380 jogos na Série A, 380 na B e uma infinidade de partidas nas Séries C e D, na Copa do Brasil, Sub-17 e Sub-20. 

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Congresso com “conteúdo vazio”


Na próxima sexta-feira (27), quando João Lupato, presidente do Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado do Mato Grosso (MS), abrir o 39º Congresso das Entidades de Classe de arbitragem do futebol brasileiro, na bela Campo Grande, e entreolhar nos olhos e na face de cada dirigente de associação e sindicato presente, observará o estigma da derrota estampado no rosto dos dirigentes que comparecerem ao aludido evento.

Dois anos após a promulgação da Lei Nº 12.867/2013, que regulou a atividade do árbitro de futebol como profissional no Brasil, nenhum avanço expressivo aconteceu em benefício da categoria dos homens de preto do futebol pentacampeão. De lá para cá, basta pesquisar, foram realizados vários congressos, várias reuniões e muito oba-oba dos sindicalistas em diferentes partes do País, mas de concreto nada. Repito, nada.

Tanto é verossímil a nossa afirmação, que partir desta temporada, a categoria dos apitos e bandeiras que atuam nas competições da CBF e já exibem há mais de uma década os patrocínios da pênalti em toda a extensão da indumentária e da SKY nas mangas das camisas, passaram a ostentar nas costas das camisas a logomarca da SEMPTOSHIBA.

Logomarcas de multinacionais poderosíssimas que são mostradas para milhões de pessoas em diversas localidades deste planeta de terça-feira à domingo -, “in loco” aos torcedores nos estádios, na (Tv paga e aberta), na internet, nos jornais, nas revistas e nos smartphones. Traduzindo: enquanto a CBF, as multinacionais e as agências de propaganda faturam milhões de reais, àquele que tem a dificílima missão de decidir o que viu numa partida em frações milionésimas de segundos, o árbitro, fica “chupando os dedos”. Ou melhor, faz propaganda de graça.

Acrescente-se que em relação aos patrocínios na vestimenta da arbitragem, a Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf), premida, colocou recentemente de forma “tímida”, a questão dos patrocínios no uniforme da arbitragem numa pauta e entregou à CBF. Até o momento não houve nenhum posicionamento da instituição sobre a exploração “vergonhosa” que impõe aos árbitros, bem como a Anaf e demais dirigentes dos sindicatos se calaram sobre o assunto.

Afora a omissão e conivência dos sindicalistas em relação aos patrocínios no uniforme da arbitragem, ressalte-se o “fiasco” protagonizado pelos dirigentes de associações e sindicatos, quando pleitearam o direito de arena à arbitragem, junto ao Congresso Nacional no último mês de agosto.

Com um texto jurídico que pecou por não detalhar o que seria feito com os valores financeiros em benefício dos árbitros, acoplado a ausência de um político de excelência em Brasília, o direito de arena foi vetado pela Presidência da República e ato contínuo o veto foi mantido pelo Congresso Nacional.

Após a manutenção do veto ao direito de arena, perdidos e  sem rumo, os sindicalistas exibiram a derradeira “bala de prata”: um grupo saiu pelo País afora, colhendo duzentos e cinquenta assinaturas de árbitros e assistentes, objetivando solicitar o direito de imagem àqueles que labutam no Campeonato Brasileiro. O episódio segundo se noticiou à época, foi protocolado em (Recife) Pernambuco. O resultado dessa ação, até o presente instante ninguém sabe qual é.

Diante do que se leu acima, a não ser que a Anaf e os sindicalistas tenham uma segunda “bala de prata”, o XXXIX Congresso Brasileiro de Entidades e Árbitros de Futebol terá mais do mesmo, ou melhor, conteúdo vazio.

PS: Reconheço o trabalho do atual presidente da Anaf Marco Antonio Martins (foto), na sua luta em defesa e nos pleitos que tem participado à confraria do apito brasileiro. Digo mais: Postar nota de repúdio no site da Anaf, em defesa deste ou daquele árbitro e/ou bandeira não resolve nada, absolutamente nada. Tem que ter um diretor jurídico de alto nível, para quando ocorrer a prática da calúnia, injúria e difamação ir direto à Justiça Comum em defesa do seu filiado. E, por derradeiro, “uma andorinha só não faz verão”.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

A trempe do ano

    Ricardo Marques Ribeiro (FIFA/MG), com a bola a seus pés, é o árbitro do ano do futebol brasileiro
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    Dentre as definições que dá ao substantivo feminino trempe, a etimologia diz que são três pessoas unidas pelo mesmo objetivo ou interesse comum. No último dia 10 do mês em curso, nominei aqui neste espaço, os três árbitros e os dois árbitros assistentes que na nossa opinião tiveram um desempenho no Campeonato Brasileiro/2015, próximo do que está preceituado nas Regras do Jogo e pela Internationa Board (IFAB).

    O (IFAB) e as regras definem com precisão as atribuições de árbitros e assistentes num confronto de futebol e, por extensão, definiu em quatro pilares a maneira de se avaliar a conduta e as tomadas de decisões dos homens do preto durante o transcurso e após o término de uma partida.
      
    Há duas rodadas do término do Brasileirão da Série (A), decidi emitir meu voto no que tange ao melhor árbitro do futebol brasileiro nesta temporada. Nossa análise está calcada no conhecimento das leis do jogo e nas diretrizes da Fifa e do (IFAB) aos árbitros. 

    Leis e diretrizes que foram divididas em quatros pilares pelo (IFAB) e a Fifa, quando da avaliação do desempenho de um árbitro profissional na direção de um prélio de futebol.

    O primeiro pilar é o técnico (que analisa o conhecimento do árbitro e a interpretação correta das Regras do Jogo na parte técnica e disciplinar).

    O segundo é o pilar físico (que versa sobre a condição física do árbitro durante o jogo nas jogadas de pequena, média e alta velocidade); o terceiro é o tático (posicionamento do árbitro no campo com a bola em jogo e fora de jogo).

    E o psicológico (que avalia o equilíbrio do árbitro nas tomadas de decisões nas partidas normais, de média e alta dificuldade). A Fifa e o (IFAB) classificam as partidas quanto ao grau de dificuldade em: normais, média e de alta dificuldade.

    Jogos normais: são aqueles com poucas faltas, com disputas de pequena intensidade, com lances de fácil interpretação. Ou seja, jogos que não exigem da arbitragem ações contundentes e de fácil controle.

    Jogos de média dificuldade: são os que oscilam entre jogadas fáceis e difíceis. Exigindo às vezes atuação peremptória do árbitro com cartões amarelos e/ou vermelhos, e com disputas de média intensidade e vez ou outra com lances de interpretação que exigem uma atuação considerável do homem do apito.

    Jogos de alta dificuldade: são os que exigem grandes e difíceis interpretações e decisões. Pênaltis considerados polêmicos, gols que geram dúvidas, impedimentos que provocam controvérsias, jogadas violentas, conduta violenta, expulsões, confrontos entre atletas etc....
     
    Diante do motivado, o árbitro que atingiu na sua plenitude os quatro pilares da Fifa nesta temporada no Campeonato Brasileiro, foi Ricardo Marques Ribeiro (FIFA/MG), 36 anos. Mantenho a indicação como melhores assistentes de 2015, Alexandro Rocha Matos (FIFA/BA) e Bruno Boschilia (FIFA/PR).
     

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Raio-X da arbitragem

    Dewson Freitas da Silva demonstrou equilíbrio, frieza e  imparcialidade no prélio, Atlético/PR x Palmeiras/SP

Atlético/PR 3 x 3 Palmeiras/SP, jogo efetivado na quarta-feira (18), à noite, na Arena da Baixada, em Curitiba, segundo a crônica esportiva que cobriu o confronto, segmento em que a maioria desconhece as REGRAS DE FUTEBOL, foi cheio de “polêmicas” - sobretudo no que diz respeito as tomadas de decisões do árbitro Dewson de Freitas (FIFA/PA). Só pode afirmar que houve polêmica quem não conhece patavina nenhuma das leis do jogo ou então é mal intencionado.

Primeiro é imperativo afirmar que foi um jogo de altíssima dificuldade, que exigiu do árbitro decisões sibilinas na interpretação e, por consequência, na aplicação das regras nos pilares técnico e disciplinar.

O jogo transcorria num clima de relativa tranquilidade - mas como o futebol é um esporte totalmente diferenciado dos demais praticados em todo o planeta, aos 41' da etapa final, o excelente árbitro Dewson de Freitas, assinalou infração em favor da esquadra do Furacão da Baixada.

Infração que aconteceu logo após a linha que divide o campo de jogo. O atleta Robinho do Palmeiras, que estava com a bola nas mãos, devolveu-a imediatamente ao jogador Hernandez do Atlético/PR - este cobrou a falta rapidamente, enquanto os palmeirenses rodeavam e conversavam com o árbitro. Em velocidade, o meia atleticano Ewandro marcou o terceiro gol. Os paulistas partiram para cima da arbitragem, que validou o gol, e o clima esquentou.

A decisão da arbitragem foi correta neste lance? Sim. Porque não há nenhum jogador do Palmeiras/SP, à frente da bola impedindo que ela seja jogada. Jogada legal e gol legalíssimo.

Logo a seguir, os esmeraldinos foram contemplados com uma infração, e tentaram cobrar de maneira rápida como o ocorrido no terceiro gol do Atlético/PR. Só que neste lance havia um atleta do rubro-negro paranaense à frente da bola,  impedindo que ela fosse jogada. Incontinenti, cumprindo a Regra 13 (Tiros livres direto e indireto – pág. 96 a 100 das REGRAS DO JOGO) - o árbitro solicitou a saída do jogador da frente da bola, posicionando-o na distância regulamentar de 9,15 metros, bem como se recolocou em condições de visualizar a jogada. A decisão do árbitro foi correta em conformidade com o preceituado no manual das regras da Fifa e do (IFAB).

Quanto aos atos de indisciplina de Jackson e Robinho do Palmeiras não cabe nenhuma contestação. O primeiro agrediu com uma cotovelada no queixo, o zagueiro Ricardo Silva do Atlético/PR. Já Robinho, advertido com cartão amarelo, continuou desaprovando reiteradamente com gestos e palavras as decisões da arbitragem.

Já em relação aos acréscimos reclamados pela imprensa de Curitiba e atletas do Atlético/PR, as reclamações são improcedentes. A partida em tela teve várias interrupções, e o anuncio do acréscimo não indica o tempo exato que resta do jogo. O tempo poderá a ser acrescido se o árbitro considera apropriado, mas nunca reduzido (Regras de Futebol – pág. 65).

Além do exposto, a Fifa e o International Board especificam em decisões irrevogáveis, que o árbitro é o único responsável pela interpretação e aplicação das Regras de Futebol, é o escrivão que redige a súmula, e é o cronometrista  do tempo de jogo de uma partida. Ou seja, seu cronômetro é o único que vale para a duração exata da partida.

PS (1): Um árbitro top de linha deve ter: aptidão, talento e sorte. Mas deve ser equilibrado, inteligente, frio, imparcial, às vezes educado e polido, dependendo das circunstâncias, porém, quando necessário, enérgico na condução da partida para fazer valer o espírito das regras que regem o futebol dentro do retângulo verde.

PS (2): Dewson Freitas da Silva (FIFA/PA), demonstrou as qualidades acima elencadas e se continuar agindo neste diapasão, em breve será um dos melhores árbitros do futebol mundial. 

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Assessores e delegados devem ser neutros

    Assessores e/ou delegados de arbitragem da CBF deverão deixar funções nas associações e sindicatos.
Cadê o Romam? 
Alçado como interlocutor político da confraria do apito brasileiro em Brasília, o ex-árbitro e atual deputado federal Evandro Rogério Romam (PSD), eleito sob a bandeira do esporte está sumido do noticiário esportivo. Observando diariamente a mídia nacional e, por conseguinte, do Paraná de onde o parlamentar é originário, não se vislumbra nenhuma linha da sua atuação na Câmara dos Deputados na área do esporte.

Deputado de primeiro mandato, sem o devido conhecimento de como transitar nos labirintos do “ninho de cobras” que é o Distrito Federal, onde os interesses da população deveriam ter prioridade mas não teem – e mal assessorado por um parecer jurídico “precário” no que tange ao direito de arena à arbitragem pelo jurídico da Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf) -Romam entrou de corpo e alma nessa “barca furada”, cujo resultado foi  um rotundo “fiasco”.

Sabemos que o deputado em tela é um sujeito bem-intencionado e é detentor de bons propósitos para o esporte, sobretudo às crianças e adolescentes - e deve voltar a pleitear vários direitos que vêm sendo subtraídos ao longo dos anos dos árbitros e assistentes. Mas, quando for reivindicá-los, que o faça cercado de um bom assessor jurídico, com subsídios que lhe permitam argumentos plausíveis, o que impedirá que seu nome fique estigmatizado pelo fracasso e seus pleitos continuem dando “chabu”.

Cadê o direito de imagem?
Após a “derrota” do direito de arena, sindicalistas vinculados aos homens de apito, convocaram assembleias com o alvo de deflagrar uma greve. O desfecho das assembleias e da tal “greve” em todo o Brasil, é de notório conhecimento que tiveram “efeito traque”.

Posteriormente, foram colhidas duzentas e cinquenta assinaturas de apitos e bandeiras, com o objetivo de obter o direito de imagem aos trabalhadores da arbitragem. Segundo alardeado à época, a ação foi ajuizada na cidade de Recife (PE) - mas até o momento ninguém sabe o que aconteceu com a “dita ação”. Será que o direito de imagem a exemplo do direito de arena também foi para o “beleléu”?

Não aos sindicalistas
Informações que chegaram até este colunista afirmam que, os cartolas da Copa Rio/Sul/Minas, irão procurar a CA/CBF presidida pelo instrutor da Fifa/Conmebol/CBF, Sérgio Corrêa da Silva,  e lhe fazer um pedido. Que pessoas vinculadas as associações e sindicatos de árbitros de futebol, não sejam designadas para apitar, bandeirar e atuar nas funções de assessores e/ou delegados de arbitragem naquela competição.

A atitude dos dirigentes da liga mencionada é bem-vinda e deve proporcionar a tão sonhada regularização e, por consequência, dar um fim na promiscuidade que grassa neste setor da arbitragem brasileira. Uma lista com os nomes dos árbitros, assistentes e dos membros de entidades sindicais que ocupam diferentes cargos nesses órgãos, deve chegar as mãos do CEO da Liga Alexandre Kalil nas próximas horas.

Nada a declarar, que dirá comemorar
Perguntei a dois sindicalistas com assento no Congresso da Anaf,  que será realizado nos dias 27 a 29 do mês em curso na cidade de Campo Grande (MS), qual é o posicionamento de ambos em relação a tudo o que aconteceu após a promulgação da Lei Nº 12.867/2013, lei que regulou a atividade do árbitro como profissional e a resposta foi: “Os dirigentes sindicais, e a categoria que labora na arbitragem nas federações e nos torneios da CBF não tem nada a declarar, que dirá comemorar”. 

PS(1): Aliás, os representantes das associações e sindicatos, deveriam aproveitar o Congresso em Campo Grande, para realizar uma profunda reflexão a respeito do modus operandi quando das reivindicações futuras à categoria do apito a partir de 2016. Gostem ou não, todos sem exceção, demonstraram desconhecimento jurídico, total ausência de representatividade e foram inábeis politicamente nos pleitos efetivados. Associações e sindicatos são os grandes derrotados deste 2015.  

PS (2): Ricardo Marques Ribeiro (FIFA/MG), será o árbitro de Goiás/GO x Coritiba/PR, na quarta-feira (18). Marques Ribeiro iniciou a temporada de 2015 no Brasileirão com um estilo egocentrista, personalista e isto prejudicou seu desempenho. Submetido a uma requalificação pela CA/CBF e Escola Nacional de Arbitragem de Futebol, corrigiu as deficiências e desde então sua performance na Série (A) do Campeonato Brasileiro, na Conmebol e no Mundial Sub-20 da Fifa na Nova Zelândia foi excelente. Ao mudar a postura, tornou-se candidatíssimo ao troféu de melhor árbitro do Brasileirão de 2015, ao lado de Anderson Daronco e Heber Roberto Lopes     

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Zidane revela a Beau Jeu como bola oficial do EURO

Azul, branca e vermelha, simbolizando as três cores de França, a Beau Jeu, traduzida como "Jogo Bonito", foi anunciada como a bola oficial da fase de grupos do UEFA para a Eurocopa de 2016.
Zidane revela a Beau Jeu como bola oficial do EURO
Beau Jeu é a bola de jogo oficial da fase de grupos da UEFA EURO 2016 ©adidas
Beau Jeu, que traduzido significa "Jogo Bonito", incorpora o azul, branco e vermelho da bandeira tricolor da nação anfitriã, a França. Detém ainda destaques prateados em referência ao troféu do Campeonato da Europa da UEFA, com as letras E-U-R-O e os números 2-0-1-6 visíveis no desenho da bola.

Desenvolvida ao longo de 18 meses pela adidas, a Beau Jeu inclui os melhores elementos da Brazuca, bola oficial do Campeonato do Mundo de 2014, bem como melhorias feitas no domínio da tensão e visibilidade da sua trajetória. A Beu Jeau será oficialmente entregue a todas federações no final de Novembro de 2015 para proporcionar a todos os jogadores seis meses de treino e jogo antes do início da competição, a 10 de Junho do próximo ano.

Jogadores de alto nível de toda a Europa ajudaram à concepção da bola. O avançado do País de Gales, Gareth Bale, afirmou: "Testei a Beau Jeu em treino com remates de longa distância, passes e em versão acelerada. Teve um desempenho brilhante. Estou ansioso pelo início da competição."

Mais tarde nesta quinta-feira, Zidane, Xavi Hernández e Per Mertesacker estarão no centro das atenções, com a Beau Jeu, no primeiro estádio digital do mundo, denominado "FUTURE ARENA", em Saint-Denis, Paris.

A FUTURE ARENA é um campo de cinco-contra-cinco com um estádio de futebol digital projetado e delineado para permitir aos jogadores experimentar a sensação de estar perante 50.000 adeptos. A FUTURE ARENA vai estar aberta até domingo, dia 15 de Novembro, e permitirá aos mais jovens a possibilidade de experimentarem a Beau Jeu.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Os melhores do Brasileirão 2015.


Segundo Collina, um árbitro top de linha tem que ter: excelente equilíbrio, forte mentalização e extrema frieza nos momentos de ingente tensão
Num ano em que a arbitragem esteve no olho do “furacão” em função de vários erros de interpretação e aplicação das Regras de Futebol, acoplado ao desleixo de um segmento minoritário dos homens de preto, que contribuíram para a audiência significativa da Tv e proporcionaram deleite aos “leigos” e aos comentaristas  da televisão, três árbitros e dois assistentes da Relação Nacional de Árbitros de Futebol (Renaf), se destacaram no atual Campeonato Brasileiro da CBF.

No apito, Anderson Daronco (Fifa/RS), Heber Roberto Lopes (Fifa/SC) e Ricardo Marques Ribeiro (Fifa/MG), em que pese as inúmeras dificuldades que enfrentaram em todas as partidas que comandaram ao longo desta temporada, demonstraram capacidade, frieza, imparcialidade, conhecimento e com isto atingiram os objetivos dos quatro pilares exigidos pela Fifa dos árbitros top de linha.

A trempe em tela, no pilar físico cumpriu o preceituado pelo P.h.D. em Educação Física da Uefa e da Fifa, professor/Doutor da Universidade de Louvre (Bélgica), Werner Helsen. Ou seja, seus deslocamentos no campo com a bola em jogo, nas jogadas de pequena, média e alta velocidade em relação a distância da jogada e da bola, atingiram as determinações do Dr. Helsen.

No pilar técnico, conhecimento e interpretação das Regras de Futebol, Daronco, Lopes e Marques, cometeram pequenos equívocos que não interferiram nos resultados dos confrontos que dirigiram. Alguns do equívocos sequer foram notados, já que para a percepção dos mesmos, é imperativo ser um notório conhecedor das leis do jogo. 


No que concerne ao pilar tático, posicionamento com a bola em jogo e fora de jogo, o triunvirato acima nominado, em razão da ótima condição física que propicia ao árbitro raciocinar e se  se movimentar com maior rapidez, também saiu-se a contento.

Quanto ao pilar psicológico, a tríade mencionada independente das inúmeras situações que vivenciou nos jogos neste ano, exibiram as três principais características de um árbitro profissional sob forte pressão, segundo Pierluigi Collina, eleito o melhor árbitro do planeta por seis temporadas consecutivas que são: o equilíbrio, forte mentalização e extrema frieza no momento de decidir. O que significa estar consciente dos acontecimentos e tomar decisões de acordo com as regras.

No que diz respeito aos árbitros assistentes, nenhum profissional desta área superou Alexandro Rocha Matos (FIFA/BA)  e Bruno Boschilia (FIFA/PR). O dueto em tela, teve um comportamento próximo da uniformidade no posicionamento e ações na assistência, nos deveres e responsabilidades, no posicionamento e trabalho em equipe, no posicionamento durante as partidas com a bola em jogo e fora de jogo, no tiro de meta, quando os goleiros soltaram as bolas com as mãos, no tiro penal, nas situações de gol ou não gol, no tiro de canto, nos tiros livres, nas infrações fora e dentro da área penal, nos sinais com as mãos ou gestos, na técnica de deslocamento, na utilização do sinal de “bip”, que é um sinal complementar a ser usado somente quando necessário, para atrair a atenção do árbitro central (pág. 57 – manual das Regras de Futebol).
    
Além do exposto, Boschilia e Matos se consolidaram como modelos  no item sinais dos assistentes conforme está explicitado no livro REGRAS DE FUTEBOL (págs. 58 e 59).

PS: Independente das opiniões dos diversificados segmentos que acompanham o futebol brasileiro, as quais respeito - externo neste espaço a nossa opinião em conformidade com o que vivenciamos desde 1979, quando iniciamos nossa trajetória na arbitragem. 

PS (2): Acrescento ainda que, os conceitos aqui efetivados estão substanciados nos estudos, pesquisas e o que vemos diariamente - na leitura e na interação que fazemos com os mestres Amelio Andino, Carlos Alarcón, Carlos Eugênio Simon, Hugh Dallas (UEFA), José Mocelin, Roberto Perassi, Sálvio Spínola, Sérgio Corrêa da Silva e na interpretação das regras e diretrizes da Fifa e (IFAB).

PS (3): Dentre os árbitros promissores que se destacaram nas competições da CBF neste 2015, Marielson Alves da Silva (CBF-1/BA) e Rodolpho Toski Marques (CBF-1/PR), apoiados no belíssimo trabalho desenvolvido pela Escola Nacional de Arbitragem de Futebol (Enaf), foram os destaques.   

domingo, 8 de novembro de 2015

Não existiu “Fair Play”

       Ricardo Marques Ribeiro (FIFA/MG), é candidato a receber o troféu de melhor apito do Brasileirão/2015.
Fair Play (em português: Jogo Limpo)- é uma filosofia adotada em esportes que prima pelo jogo limpo. A expressão nasceu em 1896, durante as primeiras Olimpíadas da Era Moderna, de Atenas. Barão de Coubertin, o organizador dos jogos, idealizou a filosofia por meio da frase: “Não pode haver jogo sem fair play. O principal objetivo da vida não é a vitória, mas a luta”.
No futebol, a filosofia é adotada por meio do Fair Play Campaign (Também chamada de FIFA Fair Play) - que é uma campanha criada pela entidade que controla o futebol no planeta (FIFA), que visa beneficiar o cumprimento das regras, do bom senso e do respeito aos atletas, árbitros, equipes adversárias, imprensa e  torcedores.
Mas o Fair Play ganhou robustez da Fifa, a  partir da Copa de 1986 no México, quando o maior atleta do futebol argentino, Diego Maradona, utilizou a mão para a confecção de um gol contra a Inglaterra. Antes do episódio em tela, a partir de 1978, a Fifa concedia o troféu Fair Play à seleção que cometesse o menor número de faltas durante o Mundial.
Desde 1997, como parte da Fair Play Campaign, a FIFA dedica uma semana do seu calendário internacional, quando celebra e promove eventos, onde é solicitado às federações nacionais a organizarem atividades para realçar a importância da aplicação do Fair Play dentro e fora de campo. O Fair Play não consta nas Regras do Jogo da Fifa e não há nenhuma determinação do International Board (IFAB) a seu respeito.
Em abril deste ano em reunião na sede da CBF, os técnicos de futebol das equipes que disputam as competições da entidade, acordaram entre eles as condições para a utilização do Fair Play.
Ficou decidido que: “quando um atleta da equipe adversária apresentasse algum tipo de contusão que necessitasse de atendimento médico, a esquadra que estava com a bola colocaria a pelota para fora do campo de jogo. No reinício da partida, a equipe que foi beneficiada com a paralisação, devolveria a bola à equipe que colaborou e aí entraria o Fair Play”.    
Diante do exposto acima, o lance ocorrido aos 42’ da segunda etapa, em que o jogador Biro-Biro, da equipe de Campinas cai ao solo alegando cãibra na panturrilha, e o seu companheiro Alexandro toca a bola para fora do campo pela linha lateral não exigiu o Fair Play. Quem estava na posse da bola era a Ponte Preta.
Inteligentemente o Internacional executou a cobrança do arremesso lateral, e após exatos quatorze toques, o time do treinador Argel confeccionou o gol que lhe deu a vitória pelo placar de 1 x 0.
Portanto, é improcedente qualquer tipo de culpa contra o árbitro Ricardo Marques Ribeiro (FIFA/MG), que teve uma atuação tranquila, num confronto de altíssima dificuldade.
PS: “Estranhamente, Biro-Biro que saiu do campo de jogo alegando câibra, retornou incontinenti num pique de fazer inveja a um velocista de prova de cem metros rasos”. 

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Arbitragem: “Credibilidade zero”

Aproveitei o feriado do dia 2 de novembro acoplado ao dia do funcionário público e na companhia de familiares rumei à Foz do Iguaçu (PR). Já nas dependências do aeroporto internacional de São José dos Pinhais (PR), o assunto assim que sou identificado é arbitragem. Durante o voo, o tema árbitro e assistentes e suas performances equivocadas dão o norte da conversa.

Posteriormente, nos diferentes passeios turísticos que faço junto com a família na cidade da tríplice fronteira, sou abordado por torcedores do estado Paraná e de outros estados do País que são parentes dos paranaenses - e os questionamentos são os desempenhos dispares dos juízes e bandeirinhas como  pronunciam os torcedores.

No dia seguinte em Puerto Iguazu (Argentina), imaginei: hoje ninguém vai me perguntar nada sobre arbitragem. Ledo engano. Novamente, na “feirinha” da indigitada cidade, assim que sou reconhecido, sou instado a responder sobre os motivos de a arbitragem brasileira não ter critérios próximos da uniformidade, quando da ocorrência das faltas dentro e fora da área penal.

Diante dos questionamentos que ouvi e vi, apesar de a maioria dos torcedores ter se declarado leigo no que tange às REGRAS DE FUTEBOL, na última noite antes de retornar à Curitiba, com a cabeça reclinada ao travesseiro não tive dúvidas: a credibilidade das tomadas de decisões do árbitro do futebol que atua nas competições da CBF e nas federações de futebol, assim que a bola rola na relva é “zero”.

Ressalto que apesar de ser um grupo restrito e do tempo escasso que com eles convivi, o Raio-X que o principal consumidor do futebol no Brasil passou à este colunista, não só a respeito da credibilidade dos homens de preto, mas dos dirigentes que comandam o futebol pentacampeão é de total desalento.

PS: Espero que o texto em tela que não é uma pesquisa, sirva de reflexão à direção da CBF e demais segmentos do futebol brasileiro. E que sejam desenvolvidas ações eficazes para  capacitar os apitos e bandeiras, cuja credibilidade atual é considerada pífia.

PS (2): Não me surpreendi com o descrédito dos torcedores em relação à arbitragem. A CBF é a única entidade de futebol no planeta que conheço, que adota a prática de aceitar a indicação de presidente de associação e/ou sindicato de árbitros de futebol para exercer a função de assessor e delegado de arbitragem nos seus campeonatos. Infestada desse tipo de "pelego", que são transformados posteriormente em "capachos", é clarividente que a qualidade do árbitro de futebol só tende a piorar.   

domingo, 1 de novembro de 2015

Tecnologia será objeto de observação e análise do IFAB e FIFA

No dia 9 de outubro do ano em curso, a Fifa e o The International Football Association Board (IFAB), convocaram as empresas que desenvolvem tecnologia com vistas ao futebol a apresentarem no próximo dia 16 deste mês, os mais recentes estudos desenvolvidos não só na área da Tecnologia na Linha do Gol (TGL) - como também os relacionados com o árbitro de vídeo e nos movimentos e deslocamentos dos atletas no campo de jogo.

Uma Comissão de excelência formada por ex-árbitros, ex-atletas, técnicos de futebol, dirigentes, membros da Fifa e do (IFAB), irá ouvir e observar a exibição dos inúmeros estudos realizados nessa área, pelas gigantes da tecnologia como a alemã GoalControl, pelo sistema Hawk-Eye (Olho de Falcão) do Reino Unido e as potentíssimas câmeras da suíça, Photonfocus.

A Tecnologia na Linha do Gol (TLG) da GoalControl e as câmeras da Photonfocus, já demonstraram sua eficácia no Mundial de Clubes da Fifa do Marrocos, na Copa das Confederações em 2014, e na última Copa do Mundo no Brasil. Ambas atuaram em conjunto nos (12) estádios onde foram realizados os jogos - juntas podem gravar quinhentas imagens por segundo e o árbitro é notificado no relógio que carrega no pulso se a bola ultrapassou totalmente a linha de meta em um segundo.

A (TLG) da Goal Control, custou à época 250.000 euros (US$ 338.300) por estádio - após o Mundial a empresa deixou o equipamento de graça à CBF que deveria arcar apenas com a manutenção. Porém, na contramão da evolução e demonstrando que a arbitragem é “filigrana” à entidade brasileira, o equipamento foi devolvido sob a alegação de que a manutenção tinha custo elevado.
O Olho de (Falcão), é usado na atualidade no Tênis, no Rugby e no Críquete. Já no futebol, a Premier League (Inglaterra) e a Federação Holandesa de Futebol (KNVB), utilizam o Hawk-Eye há três temporadas.
A tecnologia vem sendo implementada gradativamente em diferentes modalidades esportivas e o retorno tem sido excelente. No Tênis, através de um sistema que une câmeras e um programa de computador, cada atleta pode desafiar as marcações do árbitro três por vezes por set. Se a imagem mostrar que ele está correto, mantém o número de desafios, do contrário perde.
No Vôlei, os árbitros utilizam o vídeo (replays) para equacionar lances duvidosos (toque na rede ou invasões), mas já há tecnologia similar à do tênis que mostra em uma tela, para o árbitro, se a bola caiu fora ou dentro da quadra.
Já no Atletismo, câmeras filmam a linha de chegada e enviam as imagens para um computador, que as divide em trechos que indicam visualmente em pequenos intervalos de tempo quem chegou na frente.
O Futebol Americano dá direito aos treinadores dos times desafiar as sinalizações do árbitro, que então pede para especialistas, postados estrategicamente fora do campo, analisarem a imagem que causou polêmica e ato contínuo emitem o veredito a respeito do lance questionado.
No recém-findado Mundial de Handebol do Qatar, foram utilizadas câmeras no travessão para confirmar se a bola havia entrado no gol ou não. Uma outra câmera exibia o jogo e era consultada por um árbitro que ficava fora da quadra.
Acredito que dada a diferenciação do futebol em relação aos esportes aqui nominados, a Fifa e o (IFAB) irão ouvir e observar as várias tecnologias que serão mostradas no próximo dia 16. Já a decisão de implementar ou não mais uma tecnologia, penso que será cuidadosamente analisada por pessoas com notório conhecimento sobre a arbitragem e, posteriormente, testadas exaustivamente nas competições das categorias de base dos seus filiados.

PS: Massimo Busacca à esquerda, atual diretor de arbitragem da Fifa, Pierluigi Collina à direita, diretor de árbitros da Uefa e o brasileiro Manoel Serapião Filho, irão participar do evento e dado o Know-how extraordinário que possuem a respeito do tema, serão convidados a opinar sobre o fato.