terça-feira, 10 de novembro de 2015

Os melhores do Brasileirão 2015.


Segundo Collina, um árbitro top de linha tem que ter: excelente equilíbrio, forte mentalização e extrema frieza nos momentos de ingente tensão
Num ano em que a arbitragem esteve no olho do “furacão” em função de vários erros de interpretação e aplicação das Regras de Futebol, acoplado ao desleixo de um segmento minoritário dos homens de preto, que contribuíram para a audiência significativa da Tv e proporcionaram deleite aos “leigos” e aos comentaristas  da televisão, três árbitros e dois assistentes da Relação Nacional de Árbitros de Futebol (Renaf), se destacaram no atual Campeonato Brasileiro da CBF.

No apito, Anderson Daronco (Fifa/RS), Heber Roberto Lopes (Fifa/SC) e Ricardo Marques Ribeiro (Fifa/MG), em que pese as inúmeras dificuldades que enfrentaram em todas as partidas que comandaram ao longo desta temporada, demonstraram capacidade, frieza, imparcialidade, conhecimento e com isto atingiram os objetivos dos quatro pilares exigidos pela Fifa dos árbitros top de linha.

A trempe em tela, no pilar físico cumpriu o preceituado pelo P.h.D. em Educação Física da Uefa e da Fifa, professor/Doutor da Universidade de Louvre (Bélgica), Werner Helsen. Ou seja, seus deslocamentos no campo com a bola em jogo, nas jogadas de pequena, média e alta velocidade em relação a distância da jogada e da bola, atingiram as determinações do Dr. Helsen.

No pilar técnico, conhecimento e interpretação das Regras de Futebol, Daronco, Lopes e Marques, cometeram pequenos equívocos que não interferiram nos resultados dos confrontos que dirigiram. Alguns do equívocos sequer foram notados, já que para a percepção dos mesmos, é imperativo ser um notório conhecedor das leis do jogo. 


No que concerne ao pilar tático, posicionamento com a bola em jogo e fora de jogo, o triunvirato acima nominado, em razão da ótima condição física que propicia ao árbitro raciocinar e se  se movimentar com maior rapidez, também saiu-se a contento.

Quanto ao pilar psicológico, a tríade mencionada independente das inúmeras situações que vivenciou nos jogos neste ano, exibiram as três principais características de um árbitro profissional sob forte pressão, segundo Pierluigi Collina, eleito o melhor árbitro do planeta por seis temporadas consecutivas que são: o equilíbrio, forte mentalização e extrema frieza no momento de decidir. O que significa estar consciente dos acontecimentos e tomar decisões de acordo com as regras.

No que diz respeito aos árbitros assistentes, nenhum profissional desta área superou Alexandro Rocha Matos (FIFA/BA)  e Bruno Boschilia (FIFA/PR). O dueto em tela, teve um comportamento próximo da uniformidade no posicionamento e ações na assistência, nos deveres e responsabilidades, no posicionamento e trabalho em equipe, no posicionamento durante as partidas com a bola em jogo e fora de jogo, no tiro de meta, quando os goleiros soltaram as bolas com as mãos, no tiro penal, nas situações de gol ou não gol, no tiro de canto, nos tiros livres, nas infrações fora e dentro da área penal, nos sinais com as mãos ou gestos, na técnica de deslocamento, na utilização do sinal de “bip”, que é um sinal complementar a ser usado somente quando necessário, para atrair a atenção do árbitro central (pág. 57 – manual das Regras de Futebol).
    
Além do exposto, Boschilia e Matos se consolidaram como modelos  no item sinais dos assistentes conforme está explicitado no livro REGRAS DE FUTEBOL (págs. 58 e 59).

PS: Independente das opiniões dos diversificados segmentos que acompanham o futebol brasileiro, as quais respeito - externo neste espaço a nossa opinião em conformidade com o que vivenciamos desde 1979, quando iniciamos nossa trajetória na arbitragem. 

PS (2): Acrescento ainda que, os conceitos aqui efetivados estão substanciados nos estudos, pesquisas e o que vemos diariamente - na leitura e na interação que fazemos com os mestres Amelio Andino, Carlos Alarcón, Carlos Eugênio Simon, Hugh Dallas (UEFA), José Mocelin, Roberto Perassi, Sálvio Spínola, Sérgio Corrêa da Silva e na interpretação das regras e diretrizes da Fifa e (IFAB).

PS (3): Dentre os árbitros promissores que se destacaram nas competições da CBF neste 2015, Marielson Alves da Silva (CBF-1/BA) e Rodolpho Toski Marques (CBF-1/PR), apoiados no belíssimo trabalho desenvolvido pela Escola Nacional de Arbitragem de Futebol (Enaf), foram os destaques.   

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