segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Notícias do apito

 Foto: Apito do Bicudo
Curso compulsório (1)
Dando sequencia ao processo de aprimoramento aos árbitros pré-selecionados para o Mundial de 2014, a Fifa realizará de 4 a 8 de janeiro de 2013, mais um evento de alta propulsão, na cidade de Mendoza (Argentina). A entidade que rege o futebol no planeta, confirmou a presença no aludido curso das maiores autoridades do planeta com conhecimento e preparação no campo das arbitragens.
Curso compulsório (2)
As  personalidades da Fifa no setor do apito, que irão ministrar ensinamentos aos homens de preto, serão recepcionadas pelo expoente da arbitragem Sul-Americana, Dr. Carlos Alarcón (foto), que é  Instrutor Fifa, presidente da Comissão de Arbitragem da Conmebol e o mais antigo membro do Comitê de Arbitragem da entidade internacional.
Curso compulsório (3)
Os árbitros pré-selecionados para a Copa/2014, irão receber ensinamentos no curso em tela no período de quatro dias, de Massimo Busacca, que é o preparador técnico dos árbitros da Fifa, dos Instrutores Fifa, Oscar Ruiz e Jorge Larrionda, do membro do Comitê de Arbitragem da Fifa, Jorge Romo e dos preparadores físicos Alejo Leguizamon e Cristhian Rosen, ambos da Fifa.
Testes rigorosos (1)
Os apitos pré-selecionados, serão submetidos ao temível teste físico que reprovou há pouco mais de trinta dias, os brasileiros Leandro Pedro Vuaden e Wilson Luiz Seneme. Além disso, os candidatos a uma vaga na Copa no Brasil, terão que escrever, ler e falar fluentemente os idiomas (espanhol e inglês).  E demonstrar seus conhecimentos teóricos e práticos no campo de jogo, sobre as Regras do Jogo de Futebol.
Testes rigorosos (2)
No quesito campo de jogo, os instrutores da  Fifa idealizaram uma partida de futebol disputada entre atletas das categorias de base de uma equipe  da cidade de  Mendoza. Nessa partida, serão criadas inúmeras situações que ocorrem num jogo, e aí cada árbitro terá que intervir durante alguns minutos e exibir seus conhecimentos de acordo com o que aconteceu no lance.
Testes rigorosos (3)
E por derradeiro, será exibido uma série de vídeos com lances considerados “polêmicos”, que foram compilados pela Fifa em diferentes competições desde o final da Copa do Mundo na África do Sul. A cada lance de vídeo exibido, um árbitro será chamado a se posicionar que decisão tomaria se estivesse apitando aquela peleja.
Heber estará em Mendoza
Após anunciar o seu desligamento da Federação Paranaense de Futebol com exclusividade ao PARANAONLINE, o árbitro Heber Roberto Lopes (Fifa/SC), além do substancioso contrato celebrado com a Federação Catarinense de Futebol, foi convocado pela Fifa para o Curso de Alto Nível que acontecerá em Mendoza. Aqui um comentário:  Atribui-se a convocação do indigitado árbitro, independente das suas qualidades que são muitas,  a expressiva liderança de Delfim de Pádua Peixoto, presidente da entidade catarinense. Aliás, Peixoto é amigo de José Maria Marin e Marco Polo Del Nero.
Em tempo: de acordo com o desempenho de cada árbitro nos cursos realizados pela Fifa, nos quesitos exames médicos, nos testes físicos, teóricos, práticos e de idiomas, a entidade vai elaborando um Ranking, que servirá de abalizador para a escolha dos laureados a apitar o Mundial no território brasileiro.
Tecnologia caríssima (1)
A Fifa autorizou em março do ano que passou, que a bola usada no Mundial de Clubes teria um chip para evitar erros de arbitragem, objetivando que nenhum time fosse prejudicado na competição. O dispositivo está conectado com as traves e emitem um som quando a bola ultrapassa a linha do gol. Foi a primeira vez que esta nova tecnologia foi usada. Nos próximos dias, a Fifa divulgará um relatório minucioso do experimento. Se os testes atingiram os objetivos esperados, a prática será implantada na Copa das Confederações e na Copa do Mundo no Brasil, em 2013 e 2014 respectivamente.
Tecnologia caríssima (2)
No que se refere à Copa das Confederações e à Copa do Mundo,  disse Blatter: “Vamos assumir os custos e deixar os sistemas nos estádios do Brasil depois. Ou seja, já terão as tecnologias instaladas. Os custos na atualidade oscilam entre US$ 150 mil e US$ 250 mil por sistema instalado. Antigamente, uma TV de plasma custava € 10 mil e hoje é possível achar por € 500. Com o tempo o valor reduzirá. Mas repito, não é obrigatório”, disse o mandachuva do futebol mundial.
Sem árbitro na Copa
Me perguntam se o futebol brasileiro terá um trio de árbitros na Copa das Confederações. Respondo: Se a Fifa mantiver a postura adotada desde a primeira edição dessa competição, o Brasil e as demais seleções que disputarão o torneio, não terão árbitros e assistentes laborando.
Perguntar não ofende: a CBF continuará escalando nas suas competições como assessores de arbitragens, “os alienígenas”, que nunca apitaram ou vivenciaram situações como árbitro de futebol?  Os presidentes das entidades de classe como Marco Antonio Martins, presidente da Anaf, continuarão sendo escalados como assessores e agindo de forma antiética, ou seja, ora delatando os equívocos de arbitragem, ora defendendo-os junto a Anaf?
FELIZ 2013 A TODOS

domingo, 30 de dezembro de 2012

ESCUDOS QUE OS ÁRBITROS BRASILEIROS VÃO USAR EM 2013

capa Alberto Helder, ex-árbitro e ex-Presidente da Associação dos Árbitros de Futebol de Portugal, publicou em seu blog um belo trabalho sobre os sete escudos que vão ser utilizadas pelos árbitros e arbitras brasileiros em 2013.
Um dos homens mais importantes da história da arbitragem portuguesa conta que Sérgio Corrêa da Silva, chefe do Departamento de Arbitragem da CBF-Confederação Brasileira de Futebol e seu bom amigo fez o favor de contribuir, uma vez mais, para a única coleção de emblemas FIFA que existe no mundo, com as sete insígnias agora divulgadas e que vão ser utilizadas pelos Árbitros e Árbitras no decorrer da sua próxima época (ano de 2013).

“Foi, sem dúvida, a melhor prenda de Natal que recebi”, agradece Helder.
Confira o artigo de Alberto Helder, a quem a Anaf parabeniza e agradece pela grande contribuição à arbitragem internacional.
Para que se tenha a perspectiva do que é a grandiosidade do futebol num país de enorme dimensão (8.547.403 Km2) e população (186.770.562) – segundo dados do IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – diremos que o total de Árbitros e Árbitros Assistentes que vão estar ao serviço do desporto-rei no Brasil é de 512 (!), sendo 449 com aptidão para as provas masculinas (Séries A, B, C, D, Copa do Brasil, Copa do Nordeste e Sub-20), 188 Árbitros, 245 Árbitros Assistentes, 2 Árbitras e 14 Árbitras Assistentes e 63 para a Copa do Brasil (feminina), 10 Árbitras e 53 Assistentes. Destaque-se que no primeiro escalão todas as 27 Federações estão representadas, enquanto no seguinte só Amapá e que ainda não tem qualquer elemento no quadro feminino.


Quanto aos INSTRUTORES nacionais, num total de 29, todos eles credenciados e atualizados em 2012 para cuidar da parte técnica, mas ainda há 4 Estados que não têm estes especialistas (Acre, Amapá, Rondônia e Roraima). Brasil conta com 5 Instrutores internacionais também credenciados e atualizados anualmente pela FIFA, e que são: António Pereira da Silva, de Goiás; Aristeu Leonardo Tavares, do Rio de Janeiro; Manoel Serapião Filho, da Bahia; Milton Otaviano dos Santos, do Rio Grande do Norte e Sílvia Regina de Oliveira, de São Paulo. Os responsáveis pela parte física, também ao serviço da FIFA, são: Dionísio Roberto Domingos, de Santa Catarina e Paulo Roberto da Rocha Camello, do Rio de Janeiro. A América do Sul vai ter o próximo curso Futuro III para Instrutores FIFA a ser realizado no Brasil de 5 a 10 de Abril de 2013, evento já programado há muito.


Entretanto, a seguir se dá conta da distribuição dos Árbitros por categorias:

CBF-2: destinada aos que ingressam na CBF-Confederação Brasileira de Futebol, via Federações.

CBF-1: composto por, até 1/3 dos mais bem classificados entre os CBF-2 e CBF-1 da temporada anterior.

ASPIRANTE FIFA: destinada aos Árbitros promissores que estejam bem classificados entre os integrantes da categoria CBF-1, em fase técnica que justifique a indicação pela CA; que tenham no máximo 37 (trinta e sete) anos, até 31 de dezembro do ano de ingresso nesta categoria; sejam aprovados nas avaliações teóricas e físicas (categoria 1). Obs.: A Comissão de Arbitragem da CBF poderá, de forma excepcional, promover à categoria ASPIRANTE FIFA Árbitros/assistentes que comprovadamente sejam promissores da categoria CBF-2, todavia limitado a 20% do número de vagas (no caso, até 2 promissores).  As promoções são feitas com base nas observações da CA-CBF, nas iversas competições da CBF, ao longo da temporada da sua potencial promoção. Se o Aspirante não for promovido à FIFA, o mesmo passa a integrar a categoria Especial, desde que existam vagas, do contrário, retorna à categoria CBF-1.

A CATEGORIA ESPECIAL foi criada para recepcionar os Árbitros que deixam a lista FIFA antes da idade limite, por reprovação física, por licença, por não ser aproveitado nas competições internacionais e quando isto ocorre apenas na função de Quarto-Árbitro, cuja idade impossibilite a ida a uma Copa ou Competições Internacionais. Neste caso abre-se vagas para jovens promissores. Esta categoria abriga os que deixam a FIFA antes do limite de 45 anos e os ASPIRANTES FIFA que cheguem a idade limite de 37 anos. Em ambos os casos, eles perdem as insígnias, mas não o respeito que se lhes deve, isto é, nunca serão esquecidos.

Os internacionais brasileiros (20 Árbitros e 20 Assistentes) usarão, naturalmente, os escudos FIFA nos jogos que dirigirem quer realizados no Brasil quer no estrangeiro.
Fonte: http://albertohelder.blogspot.com.br/Anaf

sábado, 22 de dezembro de 2012

De férias em Natal, Héber Roberto Lopes realiza teste 'surpresa' da Fifa

Árbitro paranaense foi submetido a teste físico nesta quinta-feira. 'Acredito
que um soldado sempre deve estar preparado para a guerra', declarou

Por Tiago Menezes Natal

Árbitro Heber Roberto Lopes realiza teste físico da Fifa em Natal (Foto: Augusto Gomes/GLOBOESPORTE.COM)                                                                        Héber Roberto Lopes realiza teste físico em Natal
(Foto: Augusto Gomes/GLOBOESPORTE.COM)
O árbitro paranaense Héber Roberto Lopes, que integra o quadro da Fifa desde 2002, foi submetido nesta quinta-feira a um teste físico em Natal. Pré-selecionado para compor o trio de arbitragem brasileiro que participará da Copa das Confederações, em 2013, e da Copa do Mundo, em 2014, ele teve de interromper as férias na capital potiguar para realizar o exame de rotina da Federação Internacional de Futebol.
Atendendo solicitação da Confederação Brasileira de Futebol, a Federação Norte-rio-grandense de Futebol foi a responsável por organizar o teste, realizado na pista de atletismo do Caic, no bairro de Lagoa Nova, zona Sul da cidade. Ao todo, Héber percorreu cerca de 4,5 quilômetros. Ele deu seis "tiros" de 40 metros, e depois mais 24 de 150 metros.
Árbitro Heber Roberto Lopes realiza teste físico da Fifa em Natal (Foto: Augusto Gomes/GLOBOESPORTE.COM)Comissão de Arbitragem do RN coordenou teste de Héber (Foto: Augusto Gomes/GLOBOESPORTE.COM)
- O Héber tinha que percorrer a distância de 40 metros em, no máximo, 6.2 segundos. E a distância de 150 metros em até 30 segundos, com apenas 35 segundos de descanso entre um 'tiro' e outro. O detalhe é que ele não pode parar entre um pique e outro. É preciso se manter em movimento, caminhando - disse o presidente da Comissão de Arbitragem da FNF, coronel Ricardo Albuquerque.
Durante a realização do exame, Héber Roberto Lopes se mostrou bem preparado fisicamente. Ele concluiu o teste sem maiores problemas, e foi até além do exigido pela Fifa. O árbitro deu 24 piques de 150 metros, superando os 20 regulamentares. Ao final da atividade, o paranaense comemorou o bom desempenho e se mostrou otimista com a possibilidade de apitar jogos da Copa das Confederações e da Copa do Mundo.
Árbitro Heber Roberto Lopes realiza teste físico da Fifa em Natal (Foto: Augusto Gomes/GLOBOESPORTE.COM)Héber Roberto teve a companhia do potiguar Ítalo Medeiros (Foto: Augusto Gomes/GLOBOESPORTE.COM)
- Estava de férias em Natal, onde fui muito bem recebido por todos, quando fui informado desse teste surpresa. Mas acredito que um soldado sempre deve estar preparado para a guerra, e na mesma hora me dispus a participar do exame. Acredito que me saí bem, e agora é esperar pelos resultados e torcer para voltar aqui em 2014 para trabalhar na Copa do Mundo - destacou.
De olho na Copa do Mundo
Recentemente, os árbitros Leandro Pedro Vuaden e Wilson Luiz Seneme, das Federações Gaúcha e Paulista, respectivamente, foram reprovados em testes semelhantes ao realizado por Héber Roberto em Natal. Os três serão reavaliados em janeiro de 2013 na cidade de Mendoza, na Argentina. Caso Vuaden e Seneme sejam novamente reprovados, Héber Roberto Lopes deve ser confirmado como árbitro central do Brasil na Copa das Confederações e também no Mundial de 2014.


- Fico feliz com a possibilidade de apitar torneios tão importantes, como é o caso das Copas das Confederações e do Mundo. Mas, por outro lado, fico triste pelos companheiros que não conseguiram passar no teste. Vamos para a Argentina em janeiro, e vou torcer para que eles realizem o exame com sucesso. Agradeço ao pessoal da FNF que me ajudou hoje (quinta-feira), e já deixo um recado para a moçada que está começando agora na arbitragem: invistam na preparação física, porque isso aqui não é brincadeira - disse.
O presidente da comissão de arbitragem da FNF, coronel Ricardo Albuquerque, informou que já nesta sexta-feira encaminhará o resultado do teste de Héber Roberto para a comissão da CBF.

- Encaminharei os resultados para a CBF amanhã (sexta-feira) mesmo. Mas acredito que o Héber passou sim, pois ele se saiu muito bem. Esse teste não é moleza, mas todo árbitro de ponta precisa mostrar que está preparado para apitar jogos em alto nível - ressaltou.
Fonte: Globo Esporte/RN

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Fifa divulga a lista de árbitros e assistentes internacionais 2013

 A Comissão de Arbitragem da CBF divulgou nesta sexta-feira, dia 21 de dezembro, a lista elaborada pela Fifa com os árbitros que fazem parte do quadro da entidade internacional. Ao todo foram selecionados pela entidade máxima do futebol internacional mais de 30 árbitros brasileiros entre assistentes, juízes de beach soccer e futsal, mulheres e árbitros de campo. A principal novidade fica por conta do nome de Wilton Pereira Sampaio, de Goiás, que substitui Evandro Rogério Roman, do Paraná. Ainda no campo, em relação aos auxiliares, saem Dibert Pedrosa, Carlos Berkenbrock e Roberto Braatz para as entradas de Rodrigo Figueiredo Correa, Kleber Lucio Gil e Fabio Pereira.
Confira os árbitros Fifa em 2013:

- Péricles Bassols/RJ
- Marcelo de Lima Henrique/RJ
- Heber Roberto Lopes/SC
- Ricardo Marques Ribeiro/MG
- Francisco Carlos do Nascimento/AL
- Paulo César de Oliveira/SP
- Sandro Meira Ricci/PE
- Wilton Pereira Sampaio/GO
- Wilson Luiz Seneme/SP
- Leandro Pedro Vuaden/RS
Confira os auxiliares Fifa em 2013:

- Emerson de Carvalho/SP
- Rodrigo Figueiredo Correa/RS
- Kleber Lucio Gil/SC
- Altemir Hausmann/RS
- Alessandro Rocha Matos/BA
- Fabio Pereira/MG
- Rodrigo Pereira Joia/RJ
- Márcio Eustáquio Santiago/MG
- Marcelo Carvalho Van Gasse/SP
- Fabricio Vilarinho da Silva/GO
Fonte: Justiça Desportiva

PS:
A Federação  Paranaense de Futebol, dada a incompetência, a arrogância, o anacronismo e, sobretudo, a ausência de um projeto de formação e  renovação no quadro de árbitros da entidade nos últimos oito anos, não terá nenhum árbitro ou assistente na próxima temporada no quadro da entidade que controla o futebol no planeta. Pelo contrário, o futebol do Paraná perdeu as três vagas que um dia pertenceram a Evandro Rogério Romam, Heber Roberto Lopes e Roberto Braatz. Pobre arbitragem paranaense!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Notícias do apito

Faltas serão limitadas?
A próxima reunião do International Board, que acontecerá na Escócia, no período de 1 a 3 de março/2013, poderá discutir uma proposição que há muito tempo vem sendo postergada pela Fifa. O limite de faltas numa partida de futebol. O objetivo da proposição, é impedir que atletas com menor talento se sobreponham aos craques e propiciar um maior tempo de bola em jogo e tornar o futebol num espetáculo de entretenimento, como almeja a entidade internacional. A medida se colocada em prática, será uma das maiores inovações que o futebol já viveu desde o dia em que sua prática foi iniciada. Para os atletas esse fato novo vai tirar o sono por muito tempo, pois a mecânica do futebol, pelas suas características e natureza não poderá ser teatro ou espetáculo sem que em cada 90 minutos ocorram multiplicadas infrações às regras do jogo. Isso acontecerá caso o boleiro se transforme num anjo, o que é impossível no mundo da bola.
Desastroso ensino

Me perguntam o porquê, da ausência de professores qualificados e a didática sofrível, que vem sendo empregada na formação dos cursos de arbitragem nas federações estaduais, causa principal da péssima qualidade dos árbitros na atualidade. Se os presidentes das federações, tivessem um mínimo de comprometimento com o futebol e as entidades de classe, associações e sindicatos, que afirmam "representar" os árbitros não fossem apelegadas, a situação seria diferente.
Sai ou não sai?

Acompanhando os sites das associações, confederações e federações de futebol em âmbito mundial, observo a expectativa dos homens preto no que concerne a nova lista de árbitros de futebol da Fifa, que deverá ser publicada entre o Natal e o Ano Novo. Em alguns países mesmo sem a divulgação oficial, já são conhecidos os futuros nomes daqueles que não farão parte da nominada lista e dos futuros laureados com o escudo internacional. Onde já correu a notícia oficiosa do desligamento do árbitro ou assistente, o fato gerou cizânias e em alguns casos até ameaça de agressão física, contra o presidente da entidade e contra o presidente da Comissão de Árbitros local. Já pensaram se a moda pega?
Prestígio em alta (1)

Assim que anunciou sua saída da Federação Paranaense de Futebol, e, seu posterior ingresso na Federação Catarinense, Heber Roberto Lopes, além de ser notícia em todo o Brasil e em vários jornais da América do Sul, foi convocado pelo mais longevo membro do Comitê de Árbitros da Fifa, Carlos Alarcón, para se apresentar no próximo dia 4 de janeiro na cidade Mendonza (Argentina).
Prestigio em alta (2)

Lá, irá acontecer mais um Curso de Alto Nível aos árbitros Sul-Americanos, que continuam pré-selecionados para a Copa das Confederações em 2013 e do Mundial de 2014 no Brasil. Heber Lopes, chegou a figurar entre os pré-selecionados, mas em função da ausência de representatividade do futebol paranaense junto a CBF, seu nome foi deixado de lado e substituído por outras opções. Após mudar de ares, Heber, voltou a figurar entre os pré-selecionados e assim que colocar os pés na cidade de Mendonza, será submetido ao temível teste físico da Fifa, que reprovou no meio de semana que passou em Assunção, os árbitros Leandro Pedro Vuaden e Wilson Luiz Seneme.
Fim da linha para Vuaden e Seneme?

Nunca é demais lembrar que Vuaden e Seneme, eram os dois árbitros indicados pela CA/CBF, para a próxima Copa do Mundo. Diante do insucesso de ambos e da aprovação de Sandro Meira Ricci no referido teste e da convocação de Heber Roberto Lopes, o que se deduz é que a indigitada dupla "bailou", em termos de Mundial.
Hawk-Eye ou GoalRelf? (1)

A Fifa testou no recém findado Mundial de Clubes no Japão, dois sistemas (bola com chip), que apontam se a bola ultrapassou na sua plenitude ou não a linha de meta. O vencedor da tecnologia da bola inteligente, deve ser anunciado nos próximos dias, já que é pensamento de Joseph Blatter, em função do alto custo financeiro da tecnologia, usar apenas um sistema na Copa das Confederações e na Copa do Mundo.
Hawk-Eye ou GoalRelf? (2)

Mas há um grupo de dirigentes na Fifa, que pensam diferente de Blatter e são favoráveis a implementação dos dois sistemas nas próximas competições da entidade, desde que os resultados da bola com chip sejam cem por cento. O problema dessa tecnologia é o seu alto custo financeiro e a consequente manutenção.
Bateu na trave

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado rejeitou o substitutivo inserido no (PLS 294/2001), que versa sobre a profissionalização do árbitro de futebol no Brasil. O órgão desconsiderou as alterações feitas no projeto original, já aprovado pelo Senado e também pela Câmara dos Deputados (substitutivo). Na outra ponta, a (Anaf) Associação Nacional de Árbitros de Futebol, contesta a decisão e afirma que o projeto original continua a tramitar normalmente. A decisão da CCJ do Senado foi pela reprovação do substitutivo da Câmara dos Deputados. Mas o que eu não entendi até o presente momento, foi a ausência de Marco Antonio Martins, presidente da Anaf na sessão que deliberou pela rejeição do substitutivo na quarta-feira (12), em Brasília na votação de tão importante tema.
Presidente ou assessor de arbitragem?

Aliás, é aguardada com expectativa pela confraria do apito brasileiro, qual será a função que Marco Antonio Martins, presidente da Anaf irá exercer no ano que vem. O descontentamento com a duplicidade de funções que exerce Martins na atualidade, vem desagradando a categoria dos homens de preto. Explico: escalado como assessor de arbitragem pela CA/CBF, o dirigente em tela é obrigado a elencar no seu relatório os prós e os contra do quarteto de arbitragem nas competições da entidade. Já como presidente da Anaf, embora tenha "dedurado" o árbitro, o assistente ou o quarto árbitro, se vê na obrigação de defendê-los a posteriori. Em suma: Marco Antonio Martins deve decidir se deseja defender a classe que o elegeu, ou deseja continuar faturando a bela grana como assessor e servindo a dois senhores, o que é incompatível.
Arbitragem meia-boca

Me perguntam como ficará a qualidade do quadro de árbitros da Federação Paranaense de Futebol (FPF), com as ausências de Evandro Rogério Romam, Heber Roberto Lopes e Roberto Braatz. Respondo: como não há um projeto na FPF de renovação com vistas a preparar árbitros promissores, corre-se o risco de termos um desempenho meia-boca no próximo campeonato paranaense.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Notícias do apito

                                         Heber Roberto Lopes - Foto: Apito do Bicudo
Seneme não dá no  couro 
Direto de Assunção, recebo a  notícia que vai estremecer os tentáculos do comando da arbitragem brasileira. Submetidos ao rigoroso teste físico da Fifa na terça-feira que passou, em Assunção (Paraguai) os árbitros Leandro Pedro Vuaden (Fifa/RS) e Wilson Luiz Seneme (Fifa/SP) foram reprovados. Ambos estavam pré-selecionados para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Sendo que Seneme, já havia reprovado no mesmo teste, no último mês de setembro, em Zurique (Suíça). Pelo andar da carruagem, Seneme está alijado da Copa das Confederações e da Copa do Mundo. Já o gaúcho Leandro Vuaden, vai depender do relatório que será encaminhado pelo Dr. Carlos Alarcón a Fifa para continuar no processo. 
Ricci salvou a pátria
 
Além de Seneme e Vuaden, a CBF indicou para o teste em Assunção, o árbitro Sandro Meira Ricci (Fifa/PE), pré-selecionado para a Copa como  terceira opção. Sabem o que aconteceu:  Ricci foi o único a obter êxito no referido teste. A reprovação dos indigitados árbitros, revela de forma irretocável a falência do modelo de gestão e a didática que vem sendo  aplicada pela CBF no setor do apito. É chegado o momento de José Maria Marin e Marco Polo Del Nero, darem um basta em toda e qualquer ingerência no setor de arbitragens da CBF, e, solicitarem  ao presidente da Comissão de Árbitros, Aristeu Tavares, um novo modelo de gestão para a arbitragem brasileira a partir de 2013. Do contrário, os nossos homens de preto irão proporcionar um dos maiores fiascos no Mundial de 2014. 
Fifa chama Heber (1)
Depois de alcançar sucesso nacional e internacional, pelo que realizou no futebol paranaense, e que vai continuar realizando em Santa Catarina em 2013, Heber Roberto Lopes (foto), recebeu honroso convite da Fifa. Na manhã de hoje (14), Heber foi comunicado pelo Dr. Carlos Alarcón, membro do Comitê de Árbitros da entidade que controla o futebol no planeta, que deverá se apresentar para os testes teóricos, físicos, médicos, na cidade de Mendonza (Argentina) no próximo dia 4 de janeiro.
Fifa chama Heber (2)
Se continuasse no futebol paranaense, dificilmente Heber Roberto Lopes seria convocado para tão importante missão. Sua chamada pela Fifa, expõe a fragilidade e ausência de prestígio da nossa cartolagem junto a CBF, Conmebol e na Fifa. Aliás, fragilidade que pode ser comprovada no link de estatísitca de arbitragem da CBF. (
http://www.cbf.com.br/Arbitragem/Informa%C3%A7%C3%B5es/Departamento/Comunicados/2012/12)   
Cenário preocupante (1) 
 O ano de 2012 está indo embora e dentro de poucos dias iniciamos 2013. Já mencionei aqui neste espaço que o desempenho dos homens de preto a partir dos campeonatos estaduais deixou a desejar. Foi horrível, sobretudo nas competições da CBF, onde a TV expôs de forma irretocável as inúmeras deficiências da arbitragem brasileira. 
 Cenário preocupante (2)  
Em que pese todos os esforços da CA/CBF, que realizou vários cursos de aprimoramento, orientou, ministrou treinamentos, objetivando o aperfeiçoamento técnico, tático, físico e psicológico dos homens do apito, não foi possível reduzir os erros de interpretação e aplicação das leis que regem o futebol dentro do retângulo verde.  
Cenário preocupante (3)  
Por mais redundante que pareça, a origem do problema está nas federações estaduais, de onde a CBF empresta os árbitros para atuarem no Campeonato Brasileiro.  
Cenário preocupante (4) 
 Desprovidas de critérios adequados para a formação dos futuros árbitros e de professores com notório conhecimento sobre as Regras do Jogo de Futebol, as federações vem realizando reiteradamente um curso após outro sem um mínimo de acuidade. Resultado: observamos uma legião de árbitros mal formados em todo o País.  
Cenário preocupante (5) 
 É louvável a realização de cursos de arbitragem para oxigenar e fazer sombra aos que já apitam. Mas não é aceitável fazê-los apenas para angariar a pecúnia e pecúnia altíssima, que é cobrada por essas entidades. O presente aviso é destinado mais aos futuros árbitros do que às próprias federações. Explico: estas nada têm a perder, visto que os que serão realmente prejudicados quando escalados ao se defrontarem com as inúmeras nuances que ocorrem numa partida, são os candidatos da profissão do apito, face a carência de mão-de-obra inadequada para aplicar a profissão.  
 O custo da tecnologia é inviável (1)
  Aos que defendem a implementação da tecnologia como meio de auxiliar a arbitragem a dirimir lances que fujam do campo de observação dos homens do apito num cotejo, uma má notícia: a bola com chip, que está sendo utilizada no mundial de Clubes do Japão, custa US$ 4.000.00, a unidade.
 O custo da tecnologia é inviável (2) 
 O altíssimo valor financeiro da bola inteligente como é chamada a nominada esfera impede o seu uso em âmbito planetário, sobretudo nos falidos campeonatos estaduais, realizados no futebol brasileiro.  
O custo da tecnologia é inviável (3)
  A Fifa determina que um prélio de futebol deve ter oito bolas. Duas atrás de cada meta, duas nas laterais e duas na mesa do delegado da partida, onde fica o quarto árbitro. Isto significa US$ 32.000.00 por jogo só de bola. 
 O custo da tecnologia é inviável (4)  
Em se tratando do futebol brasileiro, além dos Estaduais, a bola em tela não poderia ser usada nas Séries B, C e D do Brasileirão. Tenho ouvido reclamações veladas de que em alguns jogos o quarteto de arbitragem não tem recebido a taxa estipulada pela CBF. Reclamam os árbitros que em várias situações a renda  está “penhorada” pela Justiça, ou então o público presente ao evento não conseguiu cobrir  as despesas.  
O custo da tecnologia é inviável (5) 
 Dos dois sistemas que estão utilizados no Mundial de Clubes, o Hawk-Eye (olho de falcão e GoalRelf), apenas um será usado na Copa das Confederações e, por extensão, na Copa de 2014. A boa notícia para o futebol brasileiro da bola com chip surgiu lá em Yokohama (Japão). A Fifa estuda a possibilidade de deixar nas doze sedes onde será disputado o Mundial no Brasil o sistema vencedor instalado, e caberia à CBF arcar com os custos de manutenção após a realização da Copa.  
Teste derradeiro (1) 
 Os árbitros Sul-Americanos pré-selecionados para a Copa de 2014 no Brasil, que reprovaram no teste físico em Zurique no último mês de setembro, realizam na tarde de hoje em Assunção (Paraguai), o teste final da temporada 2012. O teste será coordenado por Carlos Alarcón, membro do Comitê de Arbitragem da Fifa.  
Teste derradeiro (2)  
Em Zurique, foram reprovados Diego Abal (Fifa/Argentina), Wilson Luiz Seneme (Fifa/Brasil) e Roberto Silvera (Fifa/Uruguai). Quem rodar hoje está alijado do Mundial.  
Teste derradeiro (3) 
 Precavida com o acontecido em Zurique, a Fifa convocou além de Seneme, Leandro Pedro Vuaden (Fifa/RS) e Sandro Meira Ricci (Fifa/PE). Um insucesso do árbitro paulista elevará Leandro Vuaden ao processo pré-seletivo da Copa, que será efetiva em território brasileiro.  
 Não tem moleza (1) 
 Terminada a sessão de hoje, os árbitros Sul-Americanos que continuarem no processo da Copa ganham uma folga para festejar o Natal e o Ano Novo. Nos primeiros dias de janeiro do ano que vem, por determinação da Fifa, todos deverão se apresentar em Mendonza (Argentina). Lá, durante uma semana, serão submetidos a um Curso de Alto Nível, incluindo testes físicos (de inglês, ler, escrever e falar) e aprimoramento técnico, tático, psicológico, além de vídeos com lances que ocorrem nas denominadas “zonas negras” do campo de jogo. 
 Não tem moleza (2)  
Logo a seguir, em Abril, em Assunção, a Fifa realizará o último Curso de Alto Nível antes da Copa das Confederações, no Brasil. Nesse curso, haverá uma revisão de tudo o que a Conmebol e a Fifa ministraram até então aos homens pré-selecionados para a maior competição do planeta. E antes de anunciar os árbitros, assistentes e os quartos árbitros Sul-Americanos, para a Copa das Confederações.

Turco será o árbitro da final entre Chelsea e Corinthians

A Federação Internacional de Futebol (Fifa) anunciou nesta sexta-feira que o turco Cuneyt Cakir (foto) será o árbitro da final do Mundial de Clubes. A partida será entre Chelsea e Corinthians, no próximo domingo, em Yokohama, a partir das 8h30 (de Brasília).
Cakir, 36 anos, foi o árbitro do jogo das quartas de final do Mundial, entre o mexicano Monterrey e o sul-coreano Ulsan Huyundai, vencido por 3 a 1 pelo time campeão da Concacaf.
O turco também apitou a partida de volta das semifinais da Liga dos Campeões entre Chelsea e Barcelona, no Camp Nou, na qual o empate de 2 a 2 classificou o time londrino para a final. No jogo aconteceu uma polêmica, já que John Terry, do Chelsea, foi expulso por uma suposta agressão a Alexis Sánchez. O zagueiro inglês está lesionado e por isso não disputa o Mundial de Clubes.
O currículo do árbitro tem ainda a semifinal da Eurocopa de 2012, entre Espanha e Portugal, em Kiev, na qual a seleção espanhola garantiu vaga na final após a disputa de pênaltis.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Simon: “Chegar à Copa é o maior sonho, mas árbitro não é jogador frustrado”

Presente em três Mundiais, o gaúcho fala da dificuldade para atingir o objetivo, reafirma o amor à atividade, admite erros e defende a profissionalização da arbitragem
Quando o mundo se rendia à Seleção Espanhola na África do Sul, em 2010, o coração de Carlos Eugênio Simon doía um pouco. Afinal, ele chegou a ser cotado para apitar a final, e isso não ocorreu. Mas o gaúcho da cidade de Braga tinha outros motivos para comemorar: encerrava ali uma trajetória histórica. Simon é o árbitro brasileiro recordista em participações em Mundiais: tem no currículo três Copas do Mundo (2002, 2006 e 2010).
Histórias não faltam a quem teve de advertir David Beckham por jogar no chão uma bandeirinha de escanteio durante partida no Japão, passou aperto de perder o ônibus para a preparação física na Alemanha e teve de ser revistado antes de um jogo que poderia ser alvo de Osama Bin Laden, na África do Sul.
Com 27 anos de carreira, Simon afirma que começou por acaso e repudia a visão de que juiz é jogador frustrado. Nessa entrevista ao Portal da Copa, fala do amor à atividade, admite erros e defende a profissionalização do que considera o lado mais fraco do futebol. Atualmente trabalhando como comentarista de televisão, ele mostra outra visão do esporte: a de quem comanda o jogo e está sempre no centro de críticas e polêmicas, mas é peça igualmente necessária.
Confira os principais trechos:
Início ao acaso

Eu morava no interior e queria ser jogador de futebol. Quando cheguei a Porto Alegre, com 17 para 18 anos, até fiz testes no Grêmio, no Internacional, mas é muito difícil chegar e entrar direto com essa idade. Depois tentei outras equipes, consegui, mas como trabalhava e estudava, deixei o futebol de lado.
No primeiro ano do segundo grau, em 1984, teve um campeonato organizado pelo grêmio estudantil e minha equipe saiu da competição. Só que não tinha quem apitasse a decisão. Sugeriram meu nome e acabei aceitando. Foi um sábado pela manhã, fiz o cartão amarelo de papelão, o cartão vermelho de papelão e apitei, com os conhecimentos mínimos que tinha.
O professor de educação física Luiz Cunha Martins, na época árbitro da federação gaúcha e da CBF, veio atrás de mim e disse: “Simon, vi você apitando e você leva jeito. Por que não faz um curso na federação?” Fiz. Isso me permitiu apitar em Porto Alegre e na região metropolitana. Em 1986, fiz outro curso para apitar em todo o estado. E de lá para cá não parei mais.
Estudo, trabalho e arbitragem

Fiz vestibular para jornalismo, entrei na faculdade em 1988 e me formei em 1992.  Foi difícil conciliar, porque eu trabalhava, estudava e apitava, e isso me custou vários anos da minha juventude. Às vezes saía para apitar no interior do estado na sexta e só voltava na segunda. Fiquei anos no futebol amador, de 1984 a 1990. Isso me deu uma experiência boa. O futebol amador é aguerrido, disputado, o árbitro tem que ter muito jogo de cintura.
Primeiras competições importantes

Em 1991 comecei a apitar o campeonato gaúcho. Apitava segunda divisão, depois primeira e comecei a crescer Na arbitragem. Eu levava vantagem porque gostava de jogar futebol. Eu evitava conflito com jogador, levava na boa, conversava, não dava bola para as questões pequenas. O árbitro tem que se preocupar com as questões grandes e com as médias. Não tem que entrar em campo de lupa, não tem que procurar pelo em ovo. Essas coisas pequenas têm que passar batido.
Árbitro FIFA

Em 1995, fui nomeado árbitro aspirante à FIFA e fui convidado para apitar o campeonato paulista. Em 1997, consegui atingir o quadro da FIFA.  Mas aí já estava apitando no Brasil todo, decisão de campeonatos regionais. Apitei minha primeira final de Brasileiro em 1998. Foram dois dos três jogos: a primeira partida de Cruzeiro e Corinthians no Mineirão e depois o terceiro jogo no Morumbi. Isso me deu projeção nacional.
Aí comecei a me preparar melhor. Fui deixando meus empregos e só continuei na TV Guaíba, em Porto Alegre, no programa Pergunte ao Simon. As pessoas faziam perguntas e eu respondia uma vez por semana, para manter um salário.  A partir de 2000 não dava mais. Fui apitar a Olimpíada na Austrália, já era requisitado no Brasil e no exterior e passei a viver praticamente da arbitragem.

Frame de vídeo
Frame de vídeo#"A Copa é o evento máximo. Você deixa de ser o Simon do Rio Grande do Sul, passa a ser o Carlos Simon do Brasil"
"A Copa é o evento máximo. Você deixa de ser o Simon do Rio Grande do Sul, passa a ser o Carlos Simon do Brasil"
Copa 2002 – Coreia do Sul e Japão
Naquela época havia grandes árbitros: o Antônio Pereira, o Oscar Godói, era uma disputa fraterna. Eu era o mais jovem, mas até pelo meu desempenho na Olimpíada veio o convite. Aí fui chamado para participar dessa maravilha que é a Copa do Mundo, que para o árbitro também é o maior sonho.
A Copa é o evento máximo, você está lá representando o país. Deixa de ser o Simon do Rio Grande do Sul, passa a ser o Carlos Simon do Brasil.
Quando está tocando o hino dos países, naqueles segundos que antecedem o jogo, passa um filme da sua vida: saí lá do Braga e hoje estou aqui no centro mundial do futebol, e milhões de pessoas estão assistindo. A responsabilidade de comandar o jogo é tua.
E logo a primeira partida foi um clássico europeu: Inglaterra 1 x 1 Suécia, um negócio de louco. Teve uma cena engraçada. O Beckham foi bater escanteio, tirou a bandeirinha e colocou no chão. Não pode! Aí fui lá e adverti o Beckham e pedi para ele colocar de volta. Os marmanjos vieram falar que afinei para o Beckham e as moças reclamaram. O importante é lembrar que a regra é igual, não interessa valores que eles recebem nem as potências que estão ali. Você está ali para apitar a regra.
Depois apitei Itália 1 x 1 México... Até essa Copa a FIFA tinha uma regra que se seu país passasse de fase, você voltava pra casa. Mas tive a felicidade de ficar e acompanhar até o final da competição, embora o Brasil tenha chegado à final. Foi um orgulho enorme.
Novas exigências

A FIFA mudou tudo em 2004. A comissão de arbitragem, os testes. Foi um processo mais difícil. Começou a exigir conhecimento de outro idioma e é difícil papagaio velho aprender a falar. Cheguei a ficar um mês em Toronto para estudar focado nas regras do jogo. A FIFA preparou uma prova, com 25 questões em Inglês, eu acertei as 25.  A exigência física aumentou muito, o árbitro tinha que ser atleta. Tive que treinar muito.
Copa 2006 - Alemanha

A idade já começava a cobrar, mas com sacrifício passei nas provas. Nessa Copa, fui acompanhado do Aristeu Leonardo Tavares e do Edimilson Corona, porque o árbitro passou a indicar os assistentes, antigamente era a confederação que indicava. Se um assistente não passa no teste físico, o trio está fora, então é uma responsabilidade imensa. Mas os dois passaram e fomos.
A pontualidade e o preciosismo dos alemães chamaram a atenção. Teve um episódio interessante. Fazíamos aulas com psicólogos das 8h às 8h45 e, na sequência, saía o ônibus para o treinamento físico. Um dia atrasou um pouco a aula. Aí, quando a gente chegou ao  hotel procurando o ônibus, ele já tinha saído. Foi com um cara só. Perguntaram para o motorista e ele falou: “Disseram que era para sair 9h e eu saí”. Aí teve reunião e sobrou para os psicólogos, porque lá horário é horário.
Apitei Itália 2 x 0 Gana, Espanha 3 x 1 Tunísia, e uma partida de oitavas de final no estádio mais bonito que conheci até hoje (Allianz Arena, em Munique): Alemanha 2 x 0 Suécia. Deu um frio na barriga, era a poderosa Alemanha, ainda marquei um pênalti contra a Alemanha, mas faz parte. Você tem que saber da sua responsabilidade.
Copa 2010 – África do Sul

Eu já tinha 44 anos. O corpo cobrava ainda mais. A FIFA pré-selecionou dois, eu e o Sálvio Fagundes. Aí teve aquela competição toda, teste físico, teórico. Fui apitar o Mundial de Clubes de 2009, apitei jogo do Barcelona e fui apitando jogos decisivos. Fiquei no olho do furacão.
O pessoal só vê os tombos que você leva, não vê as pingas que você toma. Mas fui trabalhando com respeito, sabendo as minhas responsabilidades, debatendo o futebol, tomando posição. Isso tudo pesa nesse contexto. Aí acabei indo para a Copa de 2010, minha última.
Apitamos dois jogos – eu, Altemir Hausmann e Roberto Braatz  –, que foram Inglaterra 1 x 1 Estados Unidos e Alemanha 1 x 0 Gana. Esse primeiro foi um jogo em que havia temor no ar, porque o Osama Bin Laden chegou a ameaçar jogar uma bomba no estádio. Eram duas potências inimigas dele reunidas. Foi a primeira vez que fomos vistoriados. Cruzei com o vice-presidente dos EUA no corredor.  Com o bom trabalho, fomos inclusive cotados para a final. Acabamos não apitando, ficou um pouquinho de frustração, mas foi um Mundial muito bom.
"A falibilidade faz parte do ser humano. Perfeito, só o patrão lá de cima"
Bicudo e Simon, em recente encontro em Porto Alegre.
 Satisfação
São indescritíveis os momentos que você vive, o que o fato de ser árbitro de futebol te proporciona. Não tem nada a ver essa história de que árbitro é jogador frustrado. Tentei ser jogador, não deu, mas fui árbitro e tive uma carreira vitoriosa. Sempre entrei em campo com paixão e sempre desfrutava muito. E ser árbitro te possibilita estar em campo com um Messi, um Ronaldo Nazário, um Zidane, um Romário, os grandes astros.
Fim da carreira

Terminei a carreira no fim de 2010. Eu tinha 45 anos, idade-limite para árbitro da FIFA. Apitei a final da Copa do Brasil ente Santos e Vitória, a final da Supercopa (Estudiantes x LDU) na Argentina e o jogo decisivo do Brasileiro, entre Fluminense e Guarani. Não apitei a final da Sul-americana porque tinha equipe brasileira envolvida e a final da Libertadores também.  Então veja, você terminar uma carreira com 1.198 jogos apitando três decisões, podendo apitar cinco, realmente é um orgulho enorme.
Profissionalização

Sempre fui defensor fervoroso da profissionalização da arbitragem. É um absurdo que no futebol – que envolve milhões e milhões de dólares – o lado mais fraco seja o árbitro. E no Brasil ainda tem o sorteio. Sou totalmente contra. Acho que tem que ser bancada a responsabilidade da indicação. A aprovação na Câmara da regulamentação da profissão do árbitro é o primeiro passo (o projeto ainda volta ao Senado). É inadmissível que o árbitro ainda seja uma figura amadora, embora seja cobrado como profissional.
É fundamental dar apoio e incentivar o árbitro, porque não é fácil. O torcedor não quer saber se o árbitro é jornalista, advogado ou desempregado. O torcedor quer saber por que ele não deu aquele pênalti, porque não marcou o impedimento.
Erros

Se voltasse atrás, claro que mudaria atitudes. A falibilidade faz parte do ser humano. Já reconheci erros publicamente, mas toda profissão está sujeita a erro. Perfeito só o patrão lá de cima. O árbitro é o lado mais fraco da engrenagem do futebol, então é muito mais fácil o dirigente, o técnico colocar a culpa na arbitragem, a imprensa também. A crítica é muito maior. Quem defende o árbitro? Só a família dele.
Tecnologias no futebol

Sou favorável às tecnologias que já existem até agora: a bandeira eletrônica, o ponto eletrônico, o placar eletrônico dos acréscimos e agora a tecnologia da linha do gol – ou a bola com o chip ou a outra das câmeras - desde que seja 100% confiável e instantânea. Se foi gol, tem que ser dado. Humanamente é impossível ver. O árbitro ou o assistente não têm essa percepção.
Quanto à questão de você olhar no vídeo e tomar decisão, não sou favorável. Aconteceu comigo: jogo decisivo, em 2008, valia vaga na Libertadores, Cruzeiro x Flamengo. O Diego Tardelli do Flamengo pisa na bola e cai aos 93 minutos na área. O zagueiro do Cruzeiro, Fortunato, não encosta nele. Pelas câmeras de televisão, era pênalti. Eu não dei o pênalti. Ele pisou na bola e caiu, eu estava a três metros do lance. O jogo foi 3 x 2 para o Cruzeiro. E a emissora não tinha essa imagem.
No dia seguinte, outra emissora mostrou um ângulo invertido. E aquela imagem mostrava. Imagina se eu paro o jogo para olhar no monitor e vejo que é pênalti. No dia seguinte, olho outro ângulo e vejo que não é. Não dá. E, mesmo assim, olhando outros lances, para mim é pênalti, para ti não é. Quando é matéria interpretativa, não tem que ter tecnologia, tem que ficar a critério do árbitro.
Visão de comentarista

Sou jornalista, pós-graduado em Educação Física e tive vivência de 27 anos como árbitro, o que me dá essa condição. Evidentemente estou aprendendo com os mais experientes. E quando comento arbitragem, procuro ver o lado do árbitro. Existe o jogo do campo e o jogo da televisão. Tem que comentar o jogo que o telespectador está vendo. Se a televisão mostrou que é pênalti, é pênalti. Por que o árbitro não deu? Aí entra a minha experiência. Ele estava mal posicionado, cansado, fora de forma... sempre com tranquilidade, analisando o lado profissional, jamais o pessoal. Estou adorando a experiência.


Fonte: Carol Delmazo – Portal da Copa

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Árbitro mexicano conhecido como "Pequeno Drácula" apita estreia do Corinthians

Bruno Freitas e Bruno Thadeu - Do UOL, em Nagoya (Japão)

  • Árbitro Marco Antonio Rodríguez, que apita jogo do Corinthians diante do Al Ahly, nesta quarta-feira Árbitro Marco Antonio Rodríguez, que apita jogo do Corinthians diante do Al Ahly, nesta quarta-feira.
A Fifa designou o árbitro mexicano Marco Antonio Rodríguez para a partida de estreia do Corinthians no Mundial de Clubes da Fifa, diante do Al Ahly, nesta quarta-feira. Em seu país o juiz é conhecido pelo apelido de "Pequeno Drácula", em razão de seu penteado, com os cabelos para trás.
O apelido de "Chiquidracula" de Rodríguez se dá em menção a um famoso personagem da televisão mexicana.
Esportivamente, Rodríguez carrega em seu país a reputação de ser um árbitro enérgico. Esta fama o ajudou na indicação para apitar duas Copas do Mundo, 2006 e 2010, na Alemanha e África do Sul, respectivamente.
Rodríguez tem experiência no torneio de clubes da Fifa e apitou a decisão dentre Milan e Boca Juniors em 2007, quando a equipe italiano se sagrou campeã.
Corinthians e Al Ahly se enfrentam no Toyota Stadium ás 8h30 ( de Brasília) desta quarta-feira. O vencedor assegura uma vaga na decisão contra o ganhador da semifinal entre Chelsea e Monterrey.

Iluminação ruim e celular podem afetar tecnologia

Novo sistema de câmeras é mais preciso que chip na bola; ambos são testados no Mundial de Clubes

BERNARDO ITRI DO PAINEL FC/FOLHA DE SÃOPAULO A Fifa testa no Mundial de Clubes dois sistemas que prometem acabar com a dúvida corrente no futebol sobre a bola ter entrado ou não no gol. As tecnologias, porém, têm suas imprecisões.
O sistema mais conhecido, com sensores dentro da bola e antena acoplada às traves, é o mais preocupante.
As antenas que ficam na baliza são instaladas em uma estrutura de acrílico de aproximadamente 25 cm, que pode ser atingida pela bola ou pelo goleiro. Um toque na antena pode prejudicar sua captação e descalibrar o sistema.
Segundo especialistas, há ainda a possibilidade de haver interferência causada por sinais de celulares, rádio, entre outros, o que pode atrapalhar o resultado do sistema.
Além disso, essa tecnologia não dá provas de quem está certo: não produz imagens que comprovem que a decisão tomada foi a correta. Procurada pela reportagem para comentar as deficiências, a empresa que produz o sistema não respondeu até a conclusão dessa edição.
O problema de não criar provas de que a decisão indicada foi certa não existe no caso da segunda tecnologia, testada no Mundial de Clubes, a com câmeras instaladas na cobertura do estádio.
São 14 câmeras monitorando o campo inteiro. O sistema capta 500 imagens por segundo, as analisa em tempo real e detecta a bola quando ela fica próxima ao gol.
Quando a bola passa pela linha do gol, um software recebe a informação e envia um sinal para o relógio do árbitro do jogo. Esse processo demanda cerca de um segundo.
Há, no entanto, a possibilidade de o sistema não captar a passagem da bola pela linha, mas não por falha do sistema tecnológico.
A má iluminação do estádio é um fator que atrapalha a captação das imagens. Outra dificuldade pode acontecer caso a bola fique escondida de alguma maneira e passe da linha do gol. Por exemplo, caso um goleiro abrace a bola, sem deixar que ela apareça, e entre no gol com ela.
No mais, a tecnologia das câmeras é, segundo especialistas, mais eficiente do que a com sensores na bola.
Hoje, há três empresas no páreo para fornecer as tecnologias. A Hawk-Eye (com câmeras) e a GoalRef (com sensores na bola), que já estão sendo testadas no Japão, e a GoalControl (com câmeras), que será analisada no início da próximo ano.
Cada tecnologia tem um preço diferente. O sistema com sensores custa US$ 150 mil (cerca de R$ 312 mil), e o com câmeras varia entre US$ 190 mil e US$ 250 mil.
O sistema que mais agradar a Fifa deverá ser posto em prática na Copa das Confederações de 2013. E, possivelmente, na Copa-2014.
Câmeras já podem detectar impedimento
DO PAINEL FC O sistema com câmeras instaladas na cobertura do estádio, se for o escolhido pela Fifa, poderá ainda extrapolar sua função e detectar impedimentos e se a bola tocou na mão do atleta.
Já há um conceito pronto para que o sistema faça essas leituras, mas a federação ainda não permite que a tecnologia seja utilizada para estes fins.
A ideia das empresas é que, após ser adotado, o sistema com câmeras amplie sua atuação futuramente, chegando a identificar até o impedimento.
Tanto as imagens para ver se a bola entrou no gol como as do impedimento poderão ser passadas para as TVs que transmitem as partidas, para servir como uma espécie de tira-teima.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Ano Novo, árbitros velhos (1)



Evandro Rogério Romam, deixou o quadro da Fifa, porque segundo informações, não conseguia conciliar suas atividades profissionais e a arbitragem.  Além de Romam, o futebol paranaense foi sacudido dias atrás com a notícia de que o outro Fifa, Heber Roberto Lopes, insatisfeito com o modelo de gestão vigente no setor do apito da Federação Paranaense de Futebol, decidiu mudar de ares. Heber, vai laborar na Federação Catarinense de Futebol em 2013. Acrescente-se a perda dos dois árbitros da Fifa, a saída do assistente Roberto Braatz, que completou no último mês de outubro, a idade limite imposta pela entidade internacional (45) anos.
Ano Novo, árbitros velhos (2)
É importante destacar, que a Federação Paranaense de Futebol, através do setor responsável pelas arbitragens, apesar de estar há oito anos consecutivos no comando de tão importante órgão, com as mesmas pessoas não se preocupou em preparar substitutos para a trempe de árbitros acima mencionada. O que significa que a FPF a partir de janeiro do ano que vem, não terá nenhum árbitro e assistente no quadro da Fifa.
Ano Novo, árbitros velhos (3)
Pois bem, no sábado que passou, encontrei num estabelecimento comercial, o presidente da Federação Paranaense de Futebol, Helio Cury. E a pergunta que lhe fiz assim que o cumprimentei, foi: Com a perda irreparável dos três mais importantes membros da nossa arbitragem, como ficará o cenário num setor de tamanha relevância como é o apito para o ano que vem, sobretudo no campeonato Paranaense, que começa no próximo dia 20 de janeiro?
Ano Novo, árbitros Velhos (4)
Cury, revelou-me que o torcedor, a imprensa, os clubes, os atletas, podem ficar tranquilos. Quando a bola começar a rolar na relva por ocasião do Campeonato Paranaense/2013, não veremos nenhuma novidade no apito. Quem saiu, saiu. E os árbitros que ficaram são “bons”, afirmou. Tanto é verdade que a decisão deste ano foi dirigida por um árbitro que não é da Fifa. E desde que assumi a FPF, nunca concordei em buscar árbitro ou bandeira de outra federação, para dirigir nossos campeonatos.
Ano Novo, árbitros velhos (5)
Encerrada a questão em âmbito estadual, ponderei com o presidente de que nas competições da CBF,dado o modelo de gestão arcaico implementado pela Comissão de Arbitragem da FPF, (não revelou ninguém ao longo de oito anos), nossos apitos não aparecem na maioria esmagadora dos jogos da Série A da CBF. E, quando são escalados, de vez em quando, é comum vê-los na Série B, C e D.
Ano Novo, árbitros velhos (6)
 Helio me disse que a FPF formou recentemente cento e setenta e oito novos árbitros. E que de cada turma de formandos, o máximo que se consegue tirar é um ou dois árbitros com futuro. Nada mais lhe perguntei e nada mais me disse.    
Falta gestão a comissão
Ouvi atentamente Helio Cury e respeito seu ponto de vista.  Mas discordo com veemência do modelo de gestão arcaico empregado por Afonso Vitor de Oliveira, na condução do quadro de arbitragem da Casa Gêneris Calvo. Modelo de gestão, que tem a chancela do presidente da FPF. Acredito que para termos novamente um árbitro ou assistente na Fifa, levará uma década ou mais. Perder de forma pueril três vagas no quadro  internacional da entidade que controla o futebol no planeta, num ano, é sinal inequívoco de incompetência, de atraso, de pequenez e de descaso para com o futebol do Paraná.  
PS: Diante do que se leu, os dirigentes dos clubes que disputarão o Campeonato Paranaense do próximo ano, se almejam alguma mudança no setor dos homens de preto, que o façam antes do seu início e não a posteriori. Até porque, estão sendo avisados antecipadamente pelo mandatário do nosso futebol, que não haverá nenhuma mudança.  Qualquer arguição no futuro sobre o assunto, perderá sua legitimidade.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Do apito à ciência: brasileiro ajuda na preparação física dos árbitros da Itália

juliano capa              Júlio Cancellier (Anaf)
Berço do Renascimento Italiano, Firenze é um importante centro dos estudos das técnicas e métodos usados no treinamento e na preparação física de indivíduos e equipes para competições esportivas. Em um dos mais avançados laboratórios da Itália, um pesquisador da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) ajuda a prevenir lesões em árbitros de elite do futebol italiano.
O árbitro catarinense, categoria CBF-2, Juliano Fernandes da Silva – doutorando do Programa de Pós-Graduação em Educação Física e membro do Laboratório de Esforço Físico (LAEF) da Universidade Federal de Santa Catarina – realiza parte do seu doutorado na Itália junto ao Laboratório de Metodologia de Treinamento e Biomecânica Aplicada ao Futebol do Centro Técnico Federal (CTF) da Federação Italiana de Futebol, localizado em Coverciano, Firenze, na região Toscana.
Laboratorio di Metodologia dell’allenamento e Biomeccanica applicata al calcio
O CTF é o local de treinamento de todas as categorias da Seleção Italiana de futebol, assim como dos árbitros das séries A e B. O Laboratório de Metodologia de Treinamento e Biomecânica Aplicada ao Futebol é coordenado pelo professor doutor Carlo Castagna que é uma das principais referências no mundo na área de metodologia do treinamento e avaliação de atletas de futebol, e, principalmente no que se refere a treinamento e avaliações de árbitros de futebol.
Atualmente o professor Carlo é responsável pelo treinamento e avaliação de todos os árbitros e árbitros assistentes da Série A e B da Itália, assim como é um profissional que atua junto a FIFA para realização dos testes físicos da entidade máxima do futebol mundial, em Zurique, ou em competições, como ocorreu na última Olimpíada em Londres.
Juliano, que no dia 16 de janeiro de 2013 completa 30 anos de idade, está na Itália por uma bolsa de estudos da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), órgão do governo federal, onde ele desenvolve o projeto intitulado “Validade do Pico de Velocidade no teste de Carminatti (T-CAR) para predição da performance e para a prescrição de treinamento em jogadores de Futebol”, que se trata de um estudo de validação de um teste de campo desenvolvido em Florianópolis pelo professor Lorival José Carminatti para a avaliação física específica de atletas de futebol.
Treinamento dos árbitros em Coverciano
Porém, a cada 15 dias, Juliano participa como preparador físico convidado dos encontros dos árbitros italianos da série A e B. Nesses encontros são realizados treinamentos e avaliações altamente específicas para a prática da arbitragem, com testes em sua maioria desenvolvidos pelo professor Castagna, o qual possui 25 artigos publicados em revistas científicas internacionais, sobre avaliação e treinamento de árbitros.
Atualmente são desenvolvidos dois estudos com árbitros das séries A e B no respectivo laboratório, sendo o primeiro sobre a avaliação da força isocinética dos músculos flexores e extensores do joelho, que é repetida a cada dois meses, que tem como objetivo criar um perfil individual do estado dos respectivos músculos dos árbitros, auxiliando na prescrição de treinamento e principalmente prevenção de lesões.
O segundo estudo se refere à uma bateria de avaliações fisiológicas de árbitros iniciantes, procurando realizar um perfil destes árbitros que ainda não são de elite, visto que estes tem um perfil fisiológico diferente daqueles que atual no alto nível.

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Em anexo observa-se algumas fotos do trabalho de Juliano na Itália no que se refere ao seu projeto de doutorado onde vem realizando a avaliações de jovens jogadores de futebol, com auxílio de aparelhos de elevada tecnologia com GPS e cardiofrequencimetros, que permitem observar-se de forma online o desempenho dos atletas. E principalmente algumas imagens da atuação de Juliano nas avaliações e treinamentos dos árbitros Italianos.

Juliano participa de pesquisas para prevenir lesões em árbitros de elite
Árbitro CBF-2, Juliano Fernandes da Silva é doutorando do Programa de Pós-Graduação em Educação Física e membro do Laboratório de Esforço Físico da Ufsc
Juliano Fernandes da Silva faz parte de um projeto de pesquisa desenvolvido pelos setores técnicos da Associação Italiana de Árbitros (AIA), Federação Italiana de Futebol (FIGC) e FIFA. O programa tem como objetivo examinar os fatores úteis para a prevenção de lesões em árbitros de elite.
“Na itália, participo a cada 15 dias dos treinamentos dos árbitros no Centro Técnico. Como a Itália é um país pequeno eles reúnem os árbitros por 2 a 3 dias, duas vezes no mês, para treinos e discussões”, explica Juliano.
Sobre o funcionamento da associação dos árbitros naquele país que levará à Copa do Mundo de 2014 dois trios de arbitragem, o pesquisador brasileiro afirma: “Aqui também tem uma Associação Nacional dos Árbitros, como a ANAF. Trata-se da AIA (Associação Italiana de Árbitros). Porém ela faz parte da Federação Italiana, é um pouco diferente do nosso sistema”.
Brasileiro colabora com avaliações de árbitros italianos

Gianluca Rocchi: árbitro italiano selecionado para a Copa 2014
Em setembro de 2012, durante a reunião da Comissão de Árbitros da Série B (CAN B), realizada em Coverciano, todos os árbitros foram submetidos à avaliação da força isocinética dos músculos flexores e extensores do joelho. A avaliação será repetida durante a temporada do Calcio italiano, a fim de criar um perfil individual do estado dos músculos motores do joelho dos árbitros.
As avaliações foram realizadas no Laboratório de Metodologia e Biomecânica Aplicada ao Futebol de Coverciano (Setor Técnico da FIGC) sob a direção do prof. Carlo Castagna, coordenado pela Dra. Elena Castellina e com a colaboração de Juliano Fernandes da Silva.
Testes utilizam sotware inovador

Professor Dr. Carlo Castagna
No dia 12 de outubro de 2012, o laboratório de Firenze realizou um teste físico, cujo objetivo foi avaliar a resistência e a capacidade de repetir sprint (5x30m).
A experiência foi coordenada pelo brasileiro e contou com a colaboração da sociedade US Settignanese e dos treinadores das categorias de base.
Após a administração de testes de campo, foram disputados jogos simulados e os batimentos cardíacos dos atletas monitorados através de GPS equipado com software inovador para o jogo-análise (K-Sport, 10Hz).
Prof. Ddo. Juliano Fernandes da Silva

 
Graduado em Educação Física pela Universidade Federal de Santa Catarina. Mestre em Educação Física pela Universidade Federal de Santa Catarina (2006), onde atualmente também realiza o doutorado em Educação Física. Professor colaborador da Universidade para o Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina (UDESC), Centro de Ciências de Saúde e do Esporte (CEFID). Professor responsável pela disciplina metodologia do futebol (Bacharelado e Licenciatura). Membro do grupo de pesquisa do Laboratório de Esforço Físico (LAEF/UFSC) estudando variáveis da fisiologia do exercício relacionadas a performance e a saúde. Tem experiência em avaliação e treinamento de atletas de modalidades intermitentes, principalmente futebol.
Fonte: Julio Cancellier/Anaf