segunda-feira, 31 de outubro de 2016

"EPICENTRO DO MISERÊ DA ARBITRAGEM ESTÁ NAS FEDERAÇÕES”

                                                                   Crédito: CBF
 
O último árbitro formado pela Federação Paranaense de Futebol (FPF), que atingiu o estrelato da FIFA e conseguiu ultrapassar as fronteiras da América do Sul, foi Heber Roberto Lopes, em 1994 .Há três anos, Heber deixou o futebol paranaense, quando foi contratado pela Federação Catarinense de Futebol.

O último árbitro formado pela (FPF), que apresenta indícios qualitativos para atingir o quadro de elite da FIFA, é Rodolpho Toski Marques (Asp/FIFA/PR), formado em fevereiro de 2006, por Nelson Orlando Lehmkhul.

De lá para cá, o futebol da terra das araucárias realizou inúmeros cursos de arbitragem, mas, não produziu nenhum apito com pedigree para alcançar o escudo da FIFA. Lembro que o setor de arbitragem da (FPF), está há uma década sob a batuta de Afonso Vitor de Oliveira, que assumiu o setor em outubro de 2006,

Na Federação Catarinense de Futebol (FCF), o quadro é mais doloroso. Após Dalmo Bozzano deixar a arbitragem em 1998, a (FCF) entrou em profunda decadência - e embora tenha importado árbitros de outras federações, como Marcio Resende de Freitas, Heber Roberto Lopes, Wagner Tardelli e Sandro Meira Ricci, a entidade catarinense não consegue emplacar um árbitro na elite, formado na sua escola de arbitragem há dezoito anos. Há uma esperança surgindo após quase duas décadas: Bráulio da Silva Machado (Asp/FIFA/SC).

Na Federação Gaúcha de Futebol, o cenário mudou após Carlos Eugênio Simon e Leonardo Gaciba encerrarem suas carreiras. Ficou Leandro Vuaden na FIFA - mas, ninguém sabe dizer o que aconteceu com ele que perdeu espaço em âmbito nacional e internacional. Há dois anos surgiu um apito promissor no futebol gaúcho - Anderson Daronco. Recentemente perguntei a Carlos Simon, o mais completo árbitro de todos os tempos do futebol pentacampeão, quem é o melhor árbitro dos gaúchos e ele me respondeu taxativamente: (o alemão é imbatível) - numa referência a Leandro Vuaden.

No Rio de Janeiro houve várias apostas na última década. Dentre elas, Pericles Bassols e Marcelo de Lima Henrique. Ambos tiveram problemas técnicos, físicos, médicos e políticos o que os impediu de galgarem maiores degraus no Ranking da CBF.

Na Federação Paulista de Futebol, que num pretérito não muito distante foi considerada modelo na formação de árbitros e mantinha três árbitros de qualidade no quadro da FIFA, a situação é de penúria. O último árbitro com estofo internacional, foi Paulo Cesar de Oliveira, hoje na TV, atuando como comentarista de arbitragem.

Desde então, os paulistas que tiveram como chefe da arbitragem durante dez anos, o atual dirigente da CA/CBF Marcos Marinho, vivenciam escassez nunca antes observada no quadro dos homens de preto. Raphael Claus (FIFA/SP), o único árbitro que ainda não errou no Campeonato Brasileiro de 2016, aparece como provável esperança dos paulistas.

Na Federação Mineira de Futebol, o espectro é similar. A “seca” que solapa a confraria do apito da capital das alterosas, deu sinais que poderia acabar com a anunciação de Ricardo Marques Ribeiro (FIFA/MG). Também não se sabe o que aconteceu com o indigitado apito, que após viver temporada auspiciosa em 2015, na atual está em compasso de espera.

Nas regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste, a imagem da miséria qualitativa da arbitragem do outrora melhor futebol do mundo, se repete em amplitude similar ou até mais acentuado do que nas regiões Sul e Sudeste. Três apitos surgiram de lá nos últimos tempos: Sandro Meira Ricci (FIFA/SC), o melhor de todos, Wilton Pereira Sampaio (FIFA/GO) e Dewson de Freitas (FIFA/PA).

Sandro Ricci conseguiu se projetar, porque além de ser altamente intelectualizado, é sábio politicamente e nas competições internacionais tem-se saído muito bem. Some-se ao exposto, que Ricci deixou a origem, Brasília, e foi apitar em outras plagas.

Wiltom Sampaio, quando apareceu em determinados jogos da CBF, deu demonstração de que poderia ser um árbitro top de linha. Promovido ao quadro internacional da FIFA, teve uma recaída considerável e aos poucos vem se recuperando em âmbito nacional e internacional.

Dewson de Freitas, surgiu com estilo diferenciado e exibiu algumas arbitragens de alto nível. Elevado ao quadro da FIFA, caiu vertiginosamente de qualidade. Caso não seja orientado, acompanhado e, sobretudo, defina um modelo de comandar jogos de alta propulsão, vai continuar utilizando o escudo da FIFA e nada mais. Até porque, na região Norte não tem ninguém para lhe fazer sombra.

Este articulado relata uma posição diminuta de uma dúzia de apitos da Relação Nacional de Árbitros de Futebol (Renaf), que é composta mais ou menos por quatrocentos e oitenta membros, divididos entre apitos e bandeiras. Apitos e bandeiras que são formados nas escolas de formação de arbitragem das federações, além da prática e da teoria e são identificados com o dom, o talento e a vocação para o labor do apito.

PS: Deixo à imaginação do leitor decifrar: “Se a CBF e o ex-dirigente da Comissão de Árbitros da entidade, Sérgio Corrêa da Silva e a Escola Nacional de Arbitragem de Futebol (Enaf) não tivessem realizado os cursos, palestras, seminários nacionais e internacionais em que estágio estaria a nossa arbitragem"?

PS (2): Diante do que se leu pergunto: O diretor da CA/CBF, Marcos Marinho, terá coragem e a independência necessária para mexer no “feudo” das federações, porque é de lá que vêm os árbitros da CBF, e realizar as mudanças estruturais que a arbitragem brasileira necessita para dar o tão sonhado salto de qualidade?






domingo, 30 de outubro de 2016

Wilson Seneme: "Queremos criar uma CONMEBOL forte, estamos trabalhando para isso"

     A ex- árbitra assistente da FIFA, Ana Paula de Oliveira participou do seminário da CONMEBOL - Foto. Conmebol.com


No sábado, 29 de outubro, no Hotel Bourbon da cidade de Luque, Paraguai terminou o curso para Instrutores e Assessores de Árbitros da CONMEBOL.

Ao longo de cinco dias de intensas palestras, debates e trabalhos de campo, terminou o curso que congregou os instrutores e assessores de árbitros dos 10 países membro da CONMEBOL.

Na ocasião, o Presidente da Comissão de Árbitros, Wilson Seneme reiterou os agradecimentos ao titular da Confederação Sul-Americana de Futebol,  Alejandro Domínguez W-S “por entender que é necessária a constante capacitação dos árbitros. Podemos trabalhar quando uma pessoa como o Presidente Domínguez pensa em coisas grandes e quer coisas grandes.

Todos anelamos que os árbitros sejam os que aproveitarão dos conhecimentos que vocês adquiriram. Queremos uma CONMEBOL como a FIFA, nisso apontamos e essa mudança depende de cada um de nós. Queremos criar uma CONMEBOL forte, estamos trabalhando e vamos seguir trabalhando para conseguir”, disse.

Por sua parte Jorge Larrionda, membro da Comissão de Árbitros felicitou “pelo trabalho duro, pelo profissionalismo, dedicação, respeito e tudo o que colaboraram para este curso. Desejo-lhes um feliz retorno aos seus países”.

O curso finalizou com a entrega de certificados aos 30 participantes e um ameno momento onde reveram, através de fotografias, todos os momentos vivenciados na semana de curso.
Fonte: CONMEBOL.com

CBF planeja lançar projeto para otimizar a arbitragem

                                                                      Crédito: CBF


Em entrevista ao periódico O ESTADO DE SÃO PAULO - clique no link a seguir e leia a matéria completa - http://esportes.estadao.com.br/noticias/futebol,projeto-preve-banir-os-maus-arbitros-ja-em-2017,10000084895 - da sexta-feira (28), o dirigente da comissão de arbitragem da CBF, Marcos Marinho, anunciou que a entidade está desenvolvendo estudos no sentido de melhorar a qualidade dos apitos e bandeiras do futebol brasileiro.
  
Na sua assertiva, Marinho identifica e fala da avalanche de erros que teem sido perpetrados pelos homens de preto do futebol pentacampeão que, laboram nas competições da CBF - porém, deixou sem resposta como será será efetivado o nominado projeto. Entendo que o projeto pode acontecer, mas, terão que ser suplantados alguns obstáculos que elenco a seguir.

1) Será que a direção da CBF almeja investir e qualificar o árbitro do futebol brasileiro? 2) A CBF dará apoio incondicional a Marinho e congêneres, para realizarem as transformações necessárias no quadro da Renaf? 3) A CBF irá convocar os presidentes das federações de futebol, de onde os árbitros e assistentes são egressos, e solicitará dessas entidades investimento financeiro na formação e nos cursos de capacitação à arbitragem? 4) A CBF está disposta a oferecer parcerias e propor mudanças profundas na composição das comissões de árbitros e na escola de formação, cujo símbolo característico é o continuísmo e o anacronismo? 5) A CBF irá disponibilizar instrutores às federações para formar professores de alto nível, já que a maioria não tem, visando a formação, orientação, requalificação dos futuros apitos e dos atuais? 6) A CBF tem intenção em dar um ultimato as indicações políticas ao quadro Renaf? 7) A CBF e as federações, terão independência pra vetar que dirigentes de associações e sindicatos de arbitragem continuem exercendo cargos e obtendo prebendas e sinecuras nessas instituições?

PS (1): Se as medidas aqui mencionadas se concretizarem, acredito numa metamorfose nas tomadas de decisões da confraria do apito brasileiro no campo de jogo. E, dependendo das pessoas que irão desenvolver o projeto, possamos ter no futuro uma arbitragem com níveis de excelência. Caso contrário, será mais um trololó para amenizar as insurreições dos cartolas, atletas, imprensa e torcedores do nosso futebol. 

PS (2): Após um longo silêncio, armada de tacape e borduna, tal qual uma tribo indígena quando vai à guerra, a Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf), anunciou na sexta-feira (28), uma série de medidas na Justiça Comum e no (STJD), contra àqueles que teem vociferado impropérios verbais contra seus filiados. Pelo andar da carruagem, a Anaf só tem um diretor: Marco Antonio Martins, que é o “CARA”.

PS (3): No intuito de dar credibilidade as reivindicações da categoria dos homens que manejam o apito e as bandeiras, a Anaf deveria vir a público e esclarecer que: “No que tange a arbitragem, há quatro sindicatos que são detentores da [CARTA SINDICAL) – CEARÁ, PARANÁ, RIO. G do SUL e SÃO PAULO. Os demais estados não conseguiram preencher os requisitos exigidos pelo ministério do Trabalho e Emprego (MTE) - e,portanto, não podem ser denominados de sindicato.

sábado, 29 de outubro de 2016

CBF testa árbitro de vídeo no IFAB, em Zurique

Crédito: CBF

O projeto do árbitro de vídeo, criado pela CBF e incorporado pelo International Football Association Board (IFAB), passou por mais uma bateria de testes práticos, entre os dias 26 e 28 deste mês, em Zurique, na Suíça. O diretor da Escola Nacional de Árbitros de Futebol (ENAF), Manoel Serapião (foto), foi o representante da CBF no workshop.

Além de Serapião, participaram das atividades 34 representantes da FIFA, do IFAB e dos países que já manifestaram interesse na aplicação do árbitro de vídeo: Austrália, Bélgica, França, Alemanha, Itália, México, Holanda, Portugal, Qatar e Estados Unidos.

Foram feitos exercícios dentro e fora de campo, simulando o funcionamento do árbitro de vídeo. Os testes foram feitos com Sandro Schärer, árbitro local da FIFA, e os árbitros suíços Jonas Erni e Bekim Zogaj.

Atualmente, há uma discussão mundial sobre qual modelo será aplicado. No projeto da CBF, o árbitro de vídeo fica em uma cabine, no estádio, e tem acesso às imagens (disponibilizadas, rapidamente, por um editor) para auxiliar o árbitro principal em quatro situações fundamentais.

– Nossa prioridade é reduzir os equívocos e manter a dinâmica do futebol, algo que faz parte da nossa cultura. O árbitro de vídeo atuaria em lances de erros claros nos casos de gol, pênalti, cartão vermelho e identificação de jogadores – explicou o coordenador do Projeto de Desenvolvimento e Implementação do Árbitro de Vídeo, Sérgio Corrêa, que trabalha para viabilizar os testes no Brasil.

O grupo reunido em Zurique discutiu os procedimentos de implementação e configurações de tecnologia do projeto, incluindo a logística no estádio. O IFAB decidiu realizar novos estudos para ter uma análise científica independente sobre a influência do árbitro de vídeo nos resultados de arbitragem e os efeitos na dinâmica do jogo.

– Nós entendemos que os lances de interpretação não deveriam fazer parte do protocolo, pois o jogo teria que parar para o próprio árbitro principal examinar as imagens. É algo usado em outros esportes, mas acreditamos que não seja o método mais adequado para a cultura do futebol – afirmou Serapião.

O IFAB, órgão responsável pelas Leis do Futebol, supervisionará cada novo teste, com o apoio do Departamento de Inovação Tecnológica do Futebol da FIFA.

A CBF criou o projeto pioneiro e testou o árbitro de vídeo de maneira offline (sem comunicação com árbitro), na final do Campeonato Carioca deste ano. A entidade já manifestou o interesse de utilização na Série A do Brasileirão 2017, mas precisa da autorização do IFAB.

A decisão sobre a introdução definitiva do árbitro de vídeo nas regras do futebol pode ser tomada até 2019, mas o uso autorizado em competições específicas, apontadas pelo IFAB, deve ocorrer antes desse prazo.

Fonte: CBF