segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Arbitragem nota dez no último Gre-Nal

O colunista do Diário Gaúcho Adroaldo Guerra Filho (Guerrinha) escreveu que Simon saiu de campo como o craque do clássico Gre-Nal. No final do confronto, o técnico Renato Portaluppi foi ao meio do gramado, abraçou Simon e disse que a arbitragem mereceu nota dez. O jogo terminou empatado em 2 a 2.



Nesta atmosfera de aprovação e sentimento de dever cumprido, a equipe de arbitragem do Gre-Nal 383, o clássico de despedida de Carlos Simon, chegou ao restaurante na zona norte da Capital gaúcha, pouco depois das 21h. O principal árbitro da CBF, da Federação Gaúcha de Futebol e o 31º colocado no ranking mundial de árbitros, estava acompanhado de Altemir Hausmann e Roberto Braatz, os assistentes FIFA e companheiros de Copa da África do Sul, Jean Pierre Lima e Alexandre Kleiniche, os árbitros reservas, além do delegado especial da CBF e instrutor da FIFA, o carioca Aristeu Leonardo Tavares, e do presidente do SAFERGS, Ciro Camargo. Em seguida, ex-árbitros e assistentes, além de servidores da Federação, se juntaram ao jantar de confraternização, por conta do último Gre-Nal apitado por Carlos Simon.



O primeiro presidente eleito pelo voto direto no SAFERGS, Ingor Kronbauer, os atuais diretores, Adão Alípio e José Roberto Raach, Carlos Kruse, ex-assistente, colunista do jornal Marca da Cal, instrutor técnico do SAFERGS e de árbitros pela CBF e CONMEBOL, mais Tatiana Freitas, assistente de destaque na atual temporada, também marcaram presença no evento.



Em seu pronunciamento, Aristeu disse que estava envaidecido, sentindo-se honrado por ter trabalhado no maior clássico gaúcho e a arbitragem sair "absolutamente ilesa". Depois de informar que foram 13 faltas para o Grêmio e 19 para o Inter, um cartão amarelo para cada equipe e uma expulsão inquestionável, o delegado especial da CBF parabenizou o quinteto da arbitragem pelo trabalho irretocável. "O Renato Gaúcho abraçou o Simon e o cumprimentou pela arbitragem nota dez. Seu gesto e suas palavras, materializaram o sentimento de todos nós", finalizou.



O assistente FIFA Braatz dirigiu palavras de agradecimento aos gaúchos, "sempre me prestigiaram e fico muito orgulhoso de fazer parte dessa história, um história de trabalho, dedicação e seriedade quando o assunto é arbitragem. Altemir Hausmann, por sua vez, lembrou que seu primeiro Gre-Nal havia sido com Simon, em 1996. "Muitos jogos se passaram, clássicos, decisões e Copa do Mundo que trabalhamos juntos. Destas experiências com Simon, guardo dele o exemplo do apito preventivo, estudado e aplicado de acordo com as regras do jogo", acentuou.

Também marcando presença na confraternização e falando em nome da Comissão de Arbitragem da Federação Gaúcha de Futebol, o ex-assistente Flávio Abreu sustentou que Simon "voltou melhor ainda depois da Copa do Mundo". Ele lembrou que o ex-árbitro Sidrack Marinho dizia que o bom árbitro trabalha com alegria. "O Simon está apitando assim, sorrindo, leve, de bem com a vida e dando shows em campo", afirmou. Já o presidente do SAFERGS, Ciro Camargo, destacou o trabalho em equipe realizado no Gre-Nal e ressaltou a valorização da arbitragem gaúcha no plano nacional. "Foi uma semana de pressão de todos os lados e Simon soube responder com muita categoria", apontou. "Ele mostrou que está muito à frente de todos e faz tempo. Pelé é o rei da bola e nós temos o Simon que é um rei no apito", afirmou o presidente do Sindicato.
Em seu discurso Simon agradeceu as homenagens recebidas e reconheceu que, de fato, havia sido uma semana muito difícil, nervosa e cheia de expectativas. Citando Martin Luther King, "devemos nos preocupar não com os gritos dos inocentes, mas com o silêncio dos inocentes", Simon, depois de narrar os sofrimentos da arbitragem como os xingamentos das torcidas, o racismo, a falta de respeito por parte de dirigentes e setores da imprensa, a carência de estrutura nos estádios e investimentos na formação, sustentou que o árbitro é um abnegado. "Se tem alguém que ama o futebol, esse alguém é o árbitro de futebol", afirmou.

Pare ele, o árbitro não pode ficar calado e precisa levantar as suas bandeiras, defender seus interesses, se colocar como um profissional e ser respeitado e bem remunerado por isso. "Somos todos iguais. Não pode haver discriminações contra pessoas, seja por cor de pele ou por origem social e religiosa. Mas é preciso lutar juntos, como fazemos no Sindicato, caso contrário não teremos avanços, nem na arbitragem e nem na sociedade", disse. Sobre o jogo Simon resumiu: "o abraço e as palavras do Renato me comoveram. Penso que nossa atuação no jogo foi aprovada por todos os lados. Demos uma demonstração a eles porque fomos a três Copas do Mundo", desabafou.

Legenda/foto: Simon recebe placa homenageando sua carreira vitoriosa das mãos do prefeito da Capital, José Fortunati.

Foto: Daniel Boucinha

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