quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Psicologia do árbitro (2)

Devido as distintas pressões do meio ambiente e dos diversos processos internos (motivação, stress etc..) aos quais está submetido o ser humano é que, às vezes, a capacidade de percepção se vê influenciada. A análise de uma mesma situação, às vezes, não é idêntica. Observamos variabilidade e postulamos estabilidade, e sentimos desestruturação (caos) e sintetizamos estrutura e sentido. Esse sistema de codificação nos permite aprender a conhecer o universo que nos rodeia, mas essa percepção tem suas falhas (Rusch e Zimbardo).

Exemplo denominado na psicologia como percepção subjetiva que, expressado de outra forma, assim figura: o mundo físico e o mundo percebido não coincidem, não concordam entre si.

Erros de percepção

Como exemplo mais claro temos os denominados transformações ou enganos óticos. Por exemplo, quando vemos as vias férreas unidas no horizonte. Muller-Lyer nos apresenta uma série de figuras que induzem ao erro ótico.

Aparentemente a linha (a) é menor que a (b), no entanto, elas são absolutamente iguais. Use uma régua se tiver dúvida.
São famosos os jarros de Rubinstein


O apreciador pode apreciar um jarro branco sobre um fundo negro ou dois perfis de figuras em negro sobre um fundo branco. Os exemplos acima evidenciam a importância das cargas emocionais, frente as tomadas de decisões.

Definições

Percepção: Entrada na consciência de uma impressão sensorial, chegada previamente dos centros nervosos. As impressões sensoriais não são vivenciadas em forma separada, mas sim como um todo.

Percepção subjetiva: Influência exercida sobre a percepção pelos fatores sociomotivacionais.
Motivação: Processos impulsores e orientadores que resultam em determinantes para a eleição e para a intensidade da utilização das tendências da conduta.

Utilizando a metáfora do exemplo de Myller-Lyer, vemos que o árbitro inseguro votaria inconscientemente a favor do conjunto que lhe dá mais proteção, mais segurança. Isto significa, em futebol, que dita votação representa a equipe local. Estatísticas demonstram que o local leva a vantagem de poder cometer mais faltas que seu rival, com o lógico benefício tático que isto representa. Os árbitros que apresentam este comportamento são denominados, na linguagem popular, como “localistas” ou “caseiros”. A solução para este problema é a conscientização dos árbitros, através de uma formação psicológica, para que não cometam o erro de deixar-se levar, de influenciar-se pelas emoções e simpatias para o “local”.

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