terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Vítimas da cartolagem

O tema desta coluna é questão que temos abordado constantemente. O leitor sabe perfeitamente o nosso entendimento sobre tão importante matéria. E estamos felizes por isso, pois o cartola-mor do futebol mundial Joseph Blatter, tem essa consciência, contudo não estamos querendo afirmar que ele está nos plagiando, pois se trata, na nossa maneira de pensar, de uma coincidência muito feliz e de relevância indiscutível.

O Brasil, como se diz mundialmente, é o império do futebol técnico, sempre relegou a plano inferior o árbitro de futebol, lamentavelmente desconhecendo a sua importância quanto aos interesses da comunidade nacional no seu todo considerado.

E vamos logo para uma verdade que não pode ser contestada: No nosso país o árbitro de futebol é vítima de uma cartolagem dirigente de todas as entidades, inserindo-se nessas a CBF, as federações estaduais e as ligas amadoras. Como também aqueles que dirigem campeonatos de futebol de forma "pirata", pois sem qualquer vinculação com as entidades desse esporte.

Neste país de Deus são minados no nascedouro os movimentos que tem por objetivo conceder uma nomenclatura profissional aos árbitros. Quando muito, temos entidades que administram os árbitros aos quais se configuram como associações e sindicatos ou outros, mas a maioria esmagadora são frágeis e por incrível que pareça seus dirigentes são sabujos e fazem o "jogo" da cartolagem de forma direta, prejudicando sobremaneira a confraria do apito.

Um exemplo líquido e certo e o que acontece no futebol do Paraná, onde a Federação Paranaense de Futebol, em 2009 solicitou 2/3 da taxa de inscrição dos árbitros, que desde 1988 pertenceu à associação dos árbitros e em 2010, os árbitros foram obrigados a pagar essa taxa de (R$ 170.00 per capita), ou seja, na sua totalidade à FPF. Traduzindo: para apitar as competições da entidade mater do futebol paranaense em 2009/2010, os árbitros tiveram que pagar, divergindo-se de todas as demais federações de futebol do Brasil. É o fim da picada! Pobre arbitragem paranaense!

O presidente Blatter ao afirmar na sede da Fifa nesta semana, que em 2014, somente árbitros profissionais podem dirigir jogos da Copa do Mundo no Brasil, deixou a CBF de "saia justa", pois ressaltou a certeza de que nenhum apito brasileiro vai dirigir jogos do mundial sem a profissionalização. É sabido que interesses escusos vem matando na fonte qualquer propósito de profissionalizar a atividade do árbitro no Brasil, pois até o legislativo concorre para que se neutralize eventual existência de relação de emprego do árbitro com entidades ou associações futebolísticas.

Embora o próprio árbitro esteja comprometido nessa filosofia, pois o seu propósito único é o de formular a política de ser escalado, visto que correm aos locais onde se fixam os editais dos jogos para observar se na rodada resgatam a vil pecúnia que equivocadamente é denominada de taxa de arbitragem, quando na verdade é um salário, pois o árbitro é um trabalhador igual aos demais e devia ou deverá ser privilegiado com as normas que o saudoso Getulio Vargas, deixou no legado a chamada CLT. Pois, entendemos ter quase esgotado o assunto. Mas existe muito mais a dizer para o futuro, embora tenhamos a certeza, que estamos pregando no deserto!

PS: A pedido de vários árbitros de futebol de diferentes partes do país e, sobretudo, do futebol paranaense, estamos republicando a matéria em tela, que causou ingente repercussão em diversificadas regiões do Brasil no seio da confraria do apito. Mas, o impacto maior ocorreu no Paraná, onde os árbitros foram obrigados a pagar para apitar as competições da Federação Paranaense de Futebol na temporada 2009/2010.
Diante do exposto, os homens do apito do nosso estado, aguardam com ansiedade o compromisso da nova diretoria da Associação Profissional dos Árbitros do Paraná, que prometeu equacionar o imbróglio desta cobrança que só acontece na Federação Paranaense de Futebol, o que na nossa opinião é um absurdo.
Não obstante o exposto, a revolta dos apitadores paranaenses faz sentido, porque além de pagarem para apitar, a FPF está anunciando um novo curso para árbitros de futebol, quando é sabido que a entidade não tem calendário para os árbitros que aí estão, e um novo curso vai encher a "prateleira" da arbitragem do Paraná que é uma das mais deficitárias do Brasil. Resumindo: Há excesso de quantidade e pouquíssima qualidade.

Valdir Bicudo-bicudoapito@hotmail.com

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