Já pensou em criar um filho que fique com você durante oito meses do ano e após esse período vá para a casa da mãe passar os outros quatro meses? Pois é, caso não haja sintonia e critério na educação, quando voltar para seu convívio, seu filho terá adquirido hábitos diferentes!
Para quem acha que estou ficando louco falando de filhos num blog esportivo, a arbitragem brasileira é “criada” exatamente neste modelo! Durante os campeonatos regionais, os árbitros ficam sob a batuta de seus estados (salvo as raras saídas na Copa do Brasil); durante o Brasileirão, sob o comando da comissão de arbitragem da CBF.

Caso não haja sintonia entre as comissões, teremos total falta de critério para chegar a uma padronização! Infelizmente, alguns estados acham, na figura de seus diretores, que podem impor seus estilos desconsiderando as orientações da entidade maior do futebol: a Fifa!
Aliás, da própria Fifa já nasce um grande problema. A regra do futebol é interpretativa, portanto, dependendo do “capitão” que está no comando do barco, as orientações são trocadas ano a ano. Isso gera confusão e dúvidas, não só para os árbitros que aplicam a lei, como, em especial, para quem assiste a futebol. Vou dar um pequeno exemplo: durante o perído em que atuei como árbitro, por quatro vezes foi trocada a interpretação/orientação sobre o que fazer caso um torcedor utilizasse apito na arquibancada e influenciasse na partida! Em 2008, fiz uma prova teórica e já não me recordava o que estava valendo! Hoje, caso um atleta pegue uma bola dentro da área por influência de apito na arquibancada, o árbitro deve marcar bola ao chão onde aconteceu o fato. Mas outrora deveria marcar pênalti!
Enquanto a arbitragem não for vista como um grande EMPRESA MULTINACIONAL, os problemas seguirão existindo. Ou seja, mesmo que não concordemos com as normas e interpretações determinadas pela diretoria que está no comando da arbitragem mundial, temos que segui-las para resguardar o espírito da lei. Muitas vezes não concordei com os critérios da Fifa (cartão por subir no alambrado, por exemplo) mas sempre apliquei suas leis, afinal, árbitros APLICAM A LEI, não FAZEM A LEI!
Vejamos quem apita no Brasil. 43 árbitros de 16 Estados já apitaram no Brasileirão 2011 (228 jogos).

Analise o quadro abaixo:
Algumas deduções são óbvias nesta tabela. São Paulo e Rio de Janeiro, por ser os estados com maior tradição no futebol Brasileiro fornecem mais árbitros para a competição. Regionais fortes, árbitros mais experientes!

Mas, os árbitros, dependendo de seu estado de origem, têm características individuais diferentes ou a formação influencia em seus critérios?
Vejam os dados da próxima tabela, separamos os principais estados e somamos as médias de advertências e expulsões na competição até o momento.
São dados interessantes. Os árbitros paulistas têm a menor média de advertências e a segunda menor em expulsões. Os do Rio de Janeiro são os que mais expulsam (em média) e têm a segunda maior média de cartões amarelos. Baianos são os que usam o cartão amarelo mais vezes na partida. Gaúchos e mineiros têm a menor média de expulsões.
E aí, para você, estes dados são coincidências ou retratam características diferentes dos árbitros? Divida conosco sua opinião!
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