A epígrafe acima, me veio a mente após o fim da partida Atlético/PR 1 x 1 Fluminense/RJ, com os desdobramentos lamentáveis exibidos via TV para todo o Brasil, no sábado (24), na Arena da Baixada. Explico: há um segmento que forma opinião no futebol paranaense que, assim que a CA/CBF designa via sorteio os árbitros para apitar jogos das equipes do futebol do Paraná, critica a tudo e a todos.
Se for Leandro Pedro Vuaden (RS), é criticado, porque deixa o jogo correr à vontade e não marca qualquer tipo de falta. Se os sorteados forem Gutemberg de Paula Fonseca e Marcelo de Lima de Henrique, este segmento coloca em dúvida a qualidade de ambos, porque são cariocas e o nível de lá é razoável.
Se o “laureado” for da terra da garoa, Paulo Cesar de Oliveira, o segmento formador de opinião o defenestra porque o árbitro paulista é muito rigoroso. Se o mineiro Ricardo Marques Ribeiro aportar no sorteio, é um árbitro que ainda não se firmou e suas atuações são um tanto fracas. Se os paulistas, Sálvio Spínola Fagundes e Wilson Seneme, forem os escolhidos, o histórico de equívocos de ambos contra o futebol paranaense é extenso e o segmento em tela alerta a todos para “ficar de olhos abertos”, contra eles.
Se Sandro Meira Ricci do Distrito Federal, chegar aqui, alguns por premonição ou por outra razão que desconhecemos, irão rememorar o lance de Corinthians/SP x Cruzeiro/MG, no ano passado e o imbróglio com o técnico Alexis Stival (Cuca), que é aqui de Curitiba. Ah, ia esquecendo, na semana do Atletiba, o maior clássico do futebol da terra dos pinherais, ao invés de falarem dos artistas do espetáculo, os atletas, o tema que ganha corpo é a arbitragem. Temos dois árbitros de excelência no Paraná, Evandro Rogério Romam e Heber Roberto Lopes, mas nenhum deles pode apitar o clássico e a pedida é para árbitro de outro estado.
Aí, a CA/CBF designou via sorteio, Wagner Reway (foto) - (Asp/Fifa/MT), para apitar Atlético/PR x Fluminenses/RJ. Marcou dois pênaltis incontestáveis ( o Atlético/PR desperdiçou o seu). Acrescentou cinco minutos na segunda fase, em função das seis substituições (cada substituição leva em média 30seg de acordo com a Fifa, e da entrada dos médicos das equipes para retirada dos atletas lesionados do campo de jogo), combateu a violência, puniu o antijogo, usou o bom senso, manteve-se à esquerda da bola e da jogada, praticou a arbitragem preventiva através do olhar, da fala, dos sinais, dos gestos, manteve sua autoridade sem ser autoritário, interpretou e aplicou as Regras do Jogo de Futebol em consonância com as determinações da Fifa. Fez uma arbitragem muito boa em partida de alta complexidade. Resultado: foi defenestrado ao final do jogo. Resta-me recorrer aos antropólogos, psicológos e sociólogos para equacionar o intrínseco título acima.
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