segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A arbitragem brasileira pede socorro

Foto: Allan Costa - Marcelo de Lima Henrique
Não se pode aceitar que um árbitro seja obrigado a ter um emprego para sobreviver, levando a arbitragem como um subemprego. Num futebol em que milhões de dólares estão envolvidos, essa realidade é bizarra. Será que os donos do espetáculo não se atentaram ainda da importância de ter juízes capacitados nos jogos?  
Por Fábio Salgueiro

Passou da hora da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) encarar o problema da arbitragem de frente e partir para a profissionalização dos árbitros no Brasil. O futebol atual é de ponta, disputado em altíssima velocidade, porém os árbitros ainda são amadores. E não por culpa deles. A realidade é cruel para os homens de preto daqui, que veem o mundo da bola se modernizar, porém as condições de trabalho que os cercam seguir precária. É muito fácil atacar a arbitragem a cada rodada do Brasileirão. Os erros se sucedem e a moda é criticar os árbitros, na maioria das vezes duvidando de sua moral, acusando o profissional de mal-intencionado e por aí vai. Uma leviandade sem tamanho.

O futebol atual exige muito do árbitro. O jogador de futebol tem algumas paradas no jogo, sobretudo quando a bola não está em seu setor, podendo de certa forma poupar o fôlego para alguns lances de mais velocidade na sequência. Já o árbitro, não! Este precisa estar em cima do lance a todo o momento e em condições físicas boas para poder interpretar de forma correta cada infração na partida.
Foto: Apito do Bicudo - Evandro Rogério Roman
Diante deste quadro é que eu cobro a profissionalização da arbitragem brasileira. Não se pode aceitar mais que um árbitro seja obrigado a ter um emprego para sobreviver, levando a arbitragem como um subemprego. Num futebol atual em que milhões de dólares estão envolvidos, essa realidade é bizarra. Será que os donos do espetáculo não se atentaram ainda da importância de ter árbitros capacitados nos jogos?

Os erros no futebol vão acontecer. Isso é fato e por um simples motivo: os árbitros são seres humanos e passíveis de erros. No entanto as falhas nos jogos podem ser minimizadas com profissionais capacitados para exercer a função. O futebol brasileiro só dará um salto de qualidade na arbitragem quando os homens de preto puderem se doar ao esporte 24 horas por dia, fazendo da arbitragem sua primeira e única profissão.
 Foto: Futebol Paranaense  - Paulo César de Oliveira
No último final de semana, dois erros grosseiros deixaram explícitos o mau momento da arbitragem no Brasil. Nos jogos entre Cruzeiro x Corinthians e Palmeiras x Fluminense, os juízes marcaram penalidades inexistentes, em lances bisonhos e que ambos estavam mal colocados até pela falta de um melhor treinamento ou talvez uma condição física melhor para acompanhar os lances de perto.

As críticas vieram à tona, é claro, afinal lances assim podem determinar nesta altura do campeonato um campeão ou um time rebaixado. No entanto poucos aceitam colocar o dedo na ferida e debater o drama que vive a arbitragem no Brasil. Já passou da hora dos clubes, CBF e Federações se unirem e buscarem a profissionalização dos homens do apito.

Neste caso, sentar em cima do problema ou varrê-lo para debaixo do tapete é uma atitude burra, que só trará prejuízo a todos os envolvidos e ao futebol brasileiro.
Foto: Allan Costa - Héber Roberto Lopes



Fonte: Blog Salgueiro FC/Safergs 

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