A Fifa determina através da Circular nº 763, que as Comissões de Arbitragem de Futebol das Confederações, das Associações Nacionais e das Federações devem ser compostas por ex-árbitros, com notório conhecimento sobre as Regras do Jogo de Futebol e que um dos membros seja especialista em educação física, e com ampla experiência na questão da arbitragem, contratado em tempo integral para desenvolver projetos nessa área.
Dentre os projetos, a entidade que controla o futebol no planeta, vaticina que sejam desenvolvidos cursos de educação física para os árbitros; cursos para os assistentes; cursos para novos árbitros, preparação psicológica, e realizem seminários, painéis etc..., e exercitem seus quadros de arbitragem ao menos uma vez por mês. Dito isso, se o organismo máximo do futebol brasileiro, no caso a CBF, decidir realizar um pente fino nas Federações Estaduais, no que tange a indigitada Circular, verá que a maioria esmagadora das suas filiadas, as Federações Estaduais, estão em descompasso com as normas da Fifa. A pergunta que fica é: por que a CBF não fiscaliza e exige que as federações cumpram o conteúdo constante nesta Circular, objetivando alcançar melhorias na qualidade na arbitragem nacional?
Audiência pública
Sob a batuta da (Anaf) Associação Nacional dos Árbitros de Futebol, um grupo de árbitros e ex-árbitros, participaram de uma audiência pública na Câmara dos Deputados em Brasília, no mês passado, visando regulamentar a profissionalização do árbitro de futebol. Aliás, o Projeto de Lei 6405/2002, está “dormindo” há muito tempo numa das gavetas do Congresso Nacional, por pura inércia das últimas diretorias da Anaf, e, sobretudo, dos maiores interessados, os árbitros, que não manifestaram nos últimos anos, o menor interesse na sua movimentação e conseqüente aprovação.
Pessoalmente, entendo ser muito difícil a regulamentação da atividade do árbitro de futebol no Brasil, porque a questão esbarra em vários óbices, como: quem vai pagar os árbitros e os encargos sociais? A CBF, os clubes, as Federações Estaduais, a Tv, já que os árbitros poderão pedir remuneração a titulo de direito de imagem, similar aos atletas de futebol? É importante destacar, que recentemente houve uma reunião dos grandes clubes do futebol brasileiro, onde foi discutido todas as questões aqui elencadas e não houve consenso de onde virá o dinheiro para pagar os gastos com a arbitragem se a profissão for reconhecida. A grande verdade é uma só: CBF, Federações Estaduais, clubes e a TV, são unidos e juntos formam um bloco de resistência intransponível. Enquanto isso, os árbitros são autofagistas e suas entidades de classe na sua maioria são caudatárias das federações e da CBF. O resto é trololó!
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