segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Precisamos de mágicos no apito

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É um mal crônico que atinge o futebol paranaense e isso já vem de tempos remotos: a falta de um movimento revolucionário no setor de arbitragens. Mudam os cartolas, embora o futebol da terra dos pinherais permaneça no seu nível de sempre. Sobretudo no que tange a ala da arbitragem, que renitentemente caminha a passos de cágado, a ponto de afirmar-se que nos anos mais recentes, apenas três membros da confraria do apito do nosso futebol, num universo de mais de trezentos e cinqüenta árbitros, inscritos na Federação Paranaense de Futebol, conseguiram projeção em âmbito local e nacional.

Parece coisa "preparada", a omissão que se observa neste âmbito, que é quase entregue ao desinteresse geral. Digo isso, porque pelo sétimo ano consecutivo, o departamento de árbitros da FPF não consegue emplacar um árbitro ou um assistente com as devidas qualificações para integrar o quadro da Fifa. Para não ser injusto, destaco a jovem promessa Bruno Boschilia, que se for lapidado por especialistas, poderá ser o eventual substituto de Roberto Braatz.

Embora pareça que estejamos produzindo uma proporção crítica severa sobre a matéria, a verdade é que os nossos propósitos convergem no sentido de construir. Construir uma comissão de arbitragem forte e que venha ser a fonte geradora de homens que possam acompanhar a tarefa no que a mesma consiste, pela sua grande importância no futebol.

Sem querer remontar um passado mais remoto, é verídico que nos últimos anos conquistamos o mínimo, isto é: Evandro Rogério Romam, Heber Roberto Lopes e Roberto Braatz. Fora os nomes nominados, não se cogita ninguém com substancia para atuar nos grandes jogos da CBF, e tudo isso se deve a inércia que já virou costume ou mesmo tradição.

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Mais do que nunca e em regime de urgência, os responsáveis pela nossa "arbitragem", necessitam edificar esse setor para que venha a ser um gerador de árbitros do futuro, e para tanto colocando em seu comando, pessoas com notório conhecimento não só em relação as Regras do Jogo de Futebol, mas, que tenham a capacidade de construir uma linha evolutiva com o escopo de descobrir árbitros com vocação e talento, e se tornarem os mágicos do apito.

Ainda que saibamos que os nossos brados estejam "trovejando", na verdade, a insistência deriva de uma política que já não pode mais ser postergada.

Cria-se facilmente um bom produto, desde que haja uma eficiente produção. Mas para que isso aconteça, os cartolas maiores devem possuir discernimento suficiente, e fixarem-se na
filosofia de que há muito estamos encampando, a criação de uma Escola de Formação de Árbitros, composta por pessoas com reconhecido conhecimento no setor e o conseqüente afastamento dos incapazes.

Acredito que com as palavras acima esgotamos o assunto. Caso as mesmas tenham ecoado no sentido de advertência, melhor para todos. Sendo a tendência o contrário, restará apenas chorar pela madura incompreensão de uma cartolagem parca em termos evolutivos.

PS: apenas para argumentar: no dia 29 de julho de 2010, na pista da PUC em Goiânia (GO), no teste seletivo efetivado pela CA/CBF, para o quadro de Asp/Fifa, nenhum árbitro do Paraná participou do teste, em função de não existirem candidatos, que preenchessem os requisitos básicos exigidos pela Fifa.

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