
Insatisfeito com a arbitragem no futebol brasileiro, o presidente da CBF José Maria Marin, resolveu criar dois cargos na entidade para melhorar o desempenho dos homens de preto do futebol pentacampeão do mundo. Por Valdir Bicudo, do Paraná Online.
O ex-árbitro e ex-comentarista da Globo José Roberto Wrigth (foto), vai exercer a função de ouvidor da CBF. Ficará responsável por receber todas as reclamações contra os árbitros. O delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro João Batista Byron, será o corregedor - responsável por investigar e punir os maus árbitros. Não acredito em grandes transformações na arbitragem nacional com a implementação dos dois cargos. Mas já que foi anunciado, sugiro respeitosamente algumas medidas, que se forem adotadas pelo ouvidor e pelo corregedor com profissionalismo, poderão propiciar melhora auspiciosa na qualidade do árbitro no Brasil.
1) Dar uma geral nas 26 federações estaduais e no Distrito Federal, objetivando averiguar a composição das Comissões Estaduais de Arbitragem dessas entidades, que em alguns casos é formada por pessoas semi-analfabetas na língua portuguesa e, por extensão, nas Regras do Jogo de Futebol. Comissão de Arbitragem tem que ser formada por ex-árbitros e ponto final.
2) Indicações de árbitros para a Renaf (Relação Nacional de Árbitros de Futebol). As indicações atualmente são feitas pelos presidentes das federações em "consonância" com os presidentes das comissões de árbitros. Isso tem proporcionado que árbitros com talento e vocação sejam preteridos em detrimento daqueles que não possuem as condições necessárias. Resultado: há uma legião de árbitros malformados nas federações, que ao serem indicados para a CBF, fracassam vertiginosamente e expõe ao ridículo a nossa arbitragem. Sugestão: mudar os critérios de indicação e, sobretudo, indicar um delegado especial neutro para acompanhar a evolução técnica, tática, física, psicológica e social dos árbitros e assistentes que possuem talento e vocação.
3) Reativar com força total a Escola Brasileira de Futebol, no que diz respeito a arbitragem e lá realizar a cada trimestre, palestras, painéis, seminários, congressos, visando o aprimoramento dos membros do quadro nacional de árbitros.
4) Convidar para esses eventos, personagens de alta propulsão no ramo do apito, como Angel Maria Llona Villar, Carlos Alarcón, Pierluigi Collina, Amelio Andino, Horacio Elizondo, Ernesto Filippi, Hugh Dallas, Ivan Cornu , Marc Bata e Oscar Ruiz. Além disso, formar novos instrutores de arbitragem, já que o futebol brasileiro é carente nesse setor.
5) Extirpar das competições sob a jurisdição da CBF, os Observadores de Arbitragem indicados pelos presidentes de federações que nunca exerceram a atividade de árbitro de futebol profissional. Esta função deve ser exercida por ex-árbitros com notório conhecimento sobre as Regras do Jogo de Futebol, diz a Fifa. Há na atualidade no futebol brasileiro, um contingente expressivo de "alienígenas" exercendo esse mister. Essa permissividade humilha o árbitro de futebol e, por conseguinte, o futebol brasileiro.
6) Estabelecer uma nova metodologia nos testes realizados pela CA/CBF. Por exemplo: dar um basta no famoso "jeitinho" naqueles árbitros e assistentes, que no dia do teste físico e teórico, ou se ausentam ou então são reprovados. Os que forem reprovados, tem 30 dias para se prepararem para novo teste e ponto final. No ano que passou, um árbitro Fifa do Paraná, não compareceu ao primeiro teste em fevereiro em Londrina (PR). Posteriormente, reprovou em dois testes seguidos, vindo a conseguir a aprovação na quarta tentativa no início de setembro.
7) E, por derradeiro, se as condições aqui elencadas forem implantadas, acredito que os senhores José Roberto Wright e João Batista Byron alcançarão seus objetivos. Do contrário: "ne varietur". Ou seja: nada será mudado.
PS: apesar das linhas acima terem sido enunciadas com o propósito de cooperar com o setor de arbitragem, na verdade pura, um árbitro de futebol pela sua importância numa partida e por que é a estrela máxima de qualquer jogo - não pode ser alvo de ensinamentos além daqueles que já aprendeu, pois isso representa a invasão do cartola em âmbito que não lhe diz respeito. Existe apenas esta alternativa em relação aos árbitros: ou ele conhece o ofício na palma da mão ou é um estranho no mundo do apito. Sendo assim, o corregedor e o ouvidor nem deveriam ser aceitos para as funções referidas, pois é critério certo, em face da grandeza da profissão, que somente podem ser aceitos os que sabem tudo. Tudo mesmo. Os que nada sabem ou pouco sabem tem que ser lhes mostrado o cartão vermelho.
Foto: Safergs
O ex-árbitro e ex-comentarista da Globo José Roberto Wrigth (foto), vai exercer a função de ouvidor da CBF. Ficará responsável por receber todas as reclamações contra os árbitros. O delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro João Batista Byron, será o corregedor - responsável por investigar e punir os maus árbitros. Não acredito em grandes transformações na arbitragem nacional com a implementação dos dois cargos. Mas já que foi anunciado, sugiro respeitosamente algumas medidas, que se forem adotadas pelo ouvidor e pelo corregedor com profissionalismo, poderão propiciar melhora auspiciosa na qualidade do árbitro no Brasil.
1) Dar uma geral nas 26 federações estaduais e no Distrito Federal, objetivando averiguar a composição das Comissões Estaduais de Arbitragem dessas entidades, que em alguns casos é formada por pessoas semi-analfabetas na língua portuguesa e, por extensão, nas Regras do Jogo de Futebol. Comissão de Arbitragem tem que ser formada por ex-árbitros e ponto final.
2) Indicações de árbitros para a Renaf (Relação Nacional de Árbitros de Futebol). As indicações atualmente são feitas pelos presidentes das federações em "consonância" com os presidentes das comissões de árbitros. Isso tem proporcionado que árbitros com talento e vocação sejam preteridos em detrimento daqueles que não possuem as condições necessárias. Resultado: há uma legião de árbitros malformados nas federações, que ao serem indicados para a CBF, fracassam vertiginosamente e expõe ao ridículo a nossa arbitragem. Sugestão: mudar os critérios de indicação e, sobretudo, indicar um delegado especial neutro para acompanhar a evolução técnica, tática, física, psicológica e social dos árbitros e assistentes que possuem talento e vocação.
3) Reativar com força total a Escola Brasileira de Futebol, no que diz respeito a arbitragem e lá realizar a cada trimestre, palestras, painéis, seminários, congressos, visando o aprimoramento dos membros do quadro nacional de árbitros.
4) Convidar para esses eventos, personagens de alta propulsão no ramo do apito, como Angel Maria Llona Villar, Carlos Alarcón, Pierluigi Collina, Amelio Andino, Horacio Elizondo, Ernesto Filippi, Hugh Dallas, Ivan Cornu , Marc Bata e Oscar Ruiz. Além disso, formar novos instrutores de arbitragem, já que o futebol brasileiro é carente nesse setor.
5) Extirpar das competições sob a jurisdição da CBF, os Observadores de Arbitragem indicados pelos presidentes de federações que nunca exerceram a atividade de árbitro de futebol profissional. Esta função deve ser exercida por ex-árbitros com notório conhecimento sobre as Regras do Jogo de Futebol, diz a Fifa. Há na atualidade no futebol brasileiro, um contingente expressivo de "alienígenas" exercendo esse mister. Essa permissividade humilha o árbitro de futebol e, por conseguinte, o futebol brasileiro.
6) Estabelecer uma nova metodologia nos testes realizados pela CA/CBF. Por exemplo: dar um basta no famoso "jeitinho" naqueles árbitros e assistentes, que no dia do teste físico e teórico, ou se ausentam ou então são reprovados. Os que forem reprovados, tem 30 dias para se prepararem para novo teste e ponto final. No ano que passou, um árbitro Fifa do Paraná, não compareceu ao primeiro teste em fevereiro em Londrina (PR). Posteriormente, reprovou em dois testes seguidos, vindo a conseguir a aprovação na quarta tentativa no início de setembro.
7) E, por derradeiro, se as condições aqui elencadas forem implantadas, acredito que os senhores José Roberto Wright e João Batista Byron alcançarão seus objetivos. Do contrário: "ne varietur". Ou seja: nada será mudado.

PS: apesar das linhas acima terem sido enunciadas com o propósito de cooperar com o setor de arbitragem, na verdade pura, um árbitro de futebol pela sua importância numa partida e por que é a estrela máxima de qualquer jogo - não pode ser alvo de ensinamentos além daqueles que já aprendeu, pois isso representa a invasão do cartola em âmbito que não lhe diz respeito. Existe apenas esta alternativa em relação aos árbitros: ou ele conhece o ofício na palma da mão ou é um estranho no mundo do apito. Sendo assim, o corregedor e o ouvidor nem deveriam ser aceitos para as funções referidas, pois é critério certo, em face da grandeza da profissão, que somente podem ser aceitos os que sabem tudo. Tudo mesmo. Os que nada sabem ou pouco sabem tem que ser lhes mostrado o cartão vermelho.
Foto: Safergs
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