segunda-feira, 14 de maio de 2012

Notícias do apito


Boa arbitragem
Sempre é bom quando a gente diz as coisas como elas são, sem acolchoar as palavras. Foi muita boa a arbitragem de Adriano Milczvski na decisão do campeonato paranaense 2012. Premido pelas circunstâncias desfavoráveis na sua totalidade à Comissão de Árbitros e, por conseguinte, ao quadro de árbitros da Federação Paranaense de Futebol, o nominado apito em que pese apresentar pequeno índice de massa corpórea, perceptível sob qualquer ótica, com o bom desempenho no Atletiba, livrou a cara da confraria do apito paranaense, que está na UTI há um longo tempo. Mas é bom lembrar, que, isto só foi possível até o presente momento, porque a qualidade das equipes que disputam a principal competição da FPF é similar à arbitragem.
Tomara que a sequência de críticas vociferadas constantemente contra os árbitros e contra os métodos ultrapassados por eles utilizados e ao status quo vigente, que dirige os homens de preto paranaense, com idéias e ações como se estivéssemos no século passado, seja atingido por um "terremoto" de modernidade, de alta intensidade e com isto surja um novo modelo de gerenciamento neste setor de fundamental importância para o sucesso de um campeonato.
Continuísmo ou renovação?
Há 8 anos ininterruptos à frente da Comissão de Arbitragem da FPF, Afonso Vitor de Oliveira, um PhD em conservadorismo, não conseguiu revelar nenhum árbitro que preencha os requisitos básicos exigidos pela CA/CBF, para integrar o quadro de Asp/Fifa. Dentro de poucos meses, Roberto Braatz atingirá a idade limite (45 anos) exigida pela Fifa, e se ações céleres e concretas não forem desenvolvidas aqui no nosso futebol e perante a CBF, são enormes as possibilidades de o estado do Paraná perder a vaga de Assistente/Fifa para outra federação. A questão é séria e exige do presidente da entidade, Hélio Cury, uma definição que não pode ser mais protelada. Ou perpetua Afonso Vitor de Oliveira e seu grupo na direção dos árbitros, ou inicia um processo de substituição imediata dos futuros membros da comissão. A "galhofa" de que não existe pessoas com o perfil para sucedê-lo no comando do apito é no mínimo um desrespeito à quem conhece a nossa realidade, e expõe uma prática continuísta e atrasada que a curto prazo propiciará sérios prejuízos à arbitragem paranaense.
CA/CBF vem aí
Nos primeiros dias do mês de junho do ano em curso, será realizado o "temível" teste físico com padrões Fifa para os árbitros da FPF, que são membros do quadro de arbitragem da CBF. No ano que passou, um árbitro da Fifa da entidade paranaense fez"forfait" no primeiro teste, reprovou nos dois subsequentes e só conseguiu a aprovação no mês de setembro por ocasião do quarto teste. Perguntei a um membro da Fifa se essa permissividade é aceitável e a resposta foi negativa. Já que o presidente da CBF, José Maria Marin, nomeou este ano um corregedor de arbitragem, seria de fundamental importância a presença dessa personagem nos testes físicos, sobretudo em locais onde há precedentes de árbitros reprovados. Além disso, é desejável que a CA/CBF divulgue os locais onde serão realizados os testes para a imprensa, que poderá acompanhar "in loco" a sua aplicação, o que na prática significa lisura e transparência inquestionável do fato.
Vem aí um homem da Fifa
Após o fracasso da arbitragem na Copa do Mundo da África do Sul, a Fifa vem desenvolvendo um série de mudanças significativas na sua Comissão de Árbitros, objetivando aprimorar os apitos que irão atuar no Mundial de 2014, no Brasil. Na Conmebol, foi mantido o Dr. Carlos Alarcón, o mais antigo membro da comissão. A preparação técnica e tática dos apitos internacionais, ficou a cargo do ex-árbitro Massimo Busacca. E a preparação física ficou sob a responsabilidade do professor da Universidade de Louvre (Bélgica) Werner Helsen, que é o instrutor físico dos árbitros da Uefa e da Fifa. Pois bem, atenção senhores árbitros que integram o quadro da Conmebol e, por extensão, da Fifa: a notícia ainda não é oficial, mas há rumores de que o homem forte da educação física da entidade que controla o futebol no planeta, pode chegar a qualquer momento na América do Sul. E viria acompanhado de um instrutor técnico para aplicar teste de (Regras do Jogo de Futebol - teórico), físico, de inglês e espanhol de surpresa nos homens que apitam as competições da Confederação Sul-Americana de Futebol.
E a arbitragem do Brasileirão?
No próximo final de semana inicia o maior campeonato de futebol do mundo, o Brasileirão/2012. Observando alguns campeonatos estaduais, sobretudo a arbitragem neste início de temporada, o que vi foi algo similar com o samba do crioulo doido de Stanislaw Ponte Preta (Sergio Porto). Os critérios díspares nas tomadas de decisões, a falta de inteligência na aplicação do cartão amarelo e na definição se a falta foi imprudente, temerária ou com uso de força excessiva, a incapacidade de se posicionar de acordo com o gráfico contido no livro Regras do Jogo de Futebol, e a ausência de clareza nas sinalizações, foram as principais deficiências evidenciadas pelos árbitros. Já os assistentes, apresentaram enorme grau de dificuldade no momento de definir se o jogador está interferindo no jogo, interferindo num adversário ou ganhando vantagem por estar naquela posição e acreditem se quiser, se o atacante está ou não na mesma linha do penúltimo defensor. Quem teve a paciência de assistir os jogos pela TV e vivenciou os erros e equívocos da arbitragem nos campeonatos estaduais, fica com uma certeza: com raríssimas exceções, ninguém simboliza com tamanha perfeição a indigência técnica, tática, física, psicológica e social do árbitro de futebol brasileiro, como as malfadadas Comissões de Arbitragens das federações estaduais.
                                  Adriano Milczvski ao centro
PS: no momento em que os dois principais árbitros da Federação Paranaense de Futebol, Evandro Rogério Romam e Heber Roberto Lopes fracassaram vertiginosamente em função da má-fase que vivenciam, inclusive foram vetados pela dupla Atletiba da partida decisiva e as opções ficaram restritas, Adriano Milczvski (foto), com uma belíssima atuação salvou a pátria do quadro de arbitragem e da Federação Paranaense de Futebol. Diante do exposto, Milczvski, é na nossa opinião, o árbitro do campeonato paranaense de 2012, porque foi o apito que melhor se aproximou  dos cinco quesitos básicos exigidos pela Fifa num árbitro que são: técnico, físico, tático, psicológico e social.

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