Boa arbitragem
Sempre é bom quando a gente diz as coisas como elas
são, sem acolchoar as palavras. Foi muita boa a arbitragem de Adriano Milczvski
na decisão do campeonato paranaense 2012. Premido pelas circunstâncias desfavoráveis
na sua totalidade à Comissão de Árbitros e, por conseguinte, ao quadro de
árbitros da Federação Paranaense de Futebol, o nominado apito em que pese
apresentar pequeno índice de massa corpórea, perceptível sob qualquer ótica,
com o bom desempenho no Atletiba, livrou a cara da confraria do apito
paranaense, que está na UTI há um longo tempo. Mas é bom lembrar, que, isto só
foi possível até o presente momento, porque a qualidade das equipes que
disputam a principal competição da FPF é similar à arbitragem.
Tomara que a
sequência de críticas vociferadas constantemente contra os árbitros e contra os
métodos ultrapassados por eles utilizados e ao status quo vigente, que dirige
os homens de preto paranaense, com idéias e ações como se estivéssemos no século
passado, seja atingido por um "terremoto" de modernidade, de alta
intensidade e com isto surja um novo modelo de gerenciamento neste setor de
fundamental importância para o sucesso de um campeonato.
Continuísmo
ou renovação?
Há 8 anos
ininterruptos à frente da Comissão de Arbitragem da FPF, Afonso Vitor de
Oliveira, um PhD em conservadorismo, não conseguiu revelar nenhum árbitro que
preencha os requisitos básicos exigidos pela CA/CBF, para integrar o quadro de
Asp/Fifa. Dentro de poucos meses, Roberto Braatz atingirá a idade limite (45
anos) exigida pela Fifa, e se ações céleres e concretas não forem desenvolvidas
aqui no nosso futebol e perante a CBF, são enormes as possibilidades de o
estado do Paraná perder a vaga de Assistente/Fifa para outra federação. A
questão é séria e exige do presidente da entidade, Hélio Cury, uma definição
que não pode ser mais protelada. Ou perpetua Afonso Vitor de Oliveira e seu
grupo na direção dos árbitros, ou inicia um processo de substituição imediata
dos futuros membros da comissão. A "galhofa" de que não existe
pessoas com o perfil para sucedê-lo no comando do apito é no mínimo um
desrespeito à quem conhece a nossa realidade, e expõe uma prática continuísta e
atrasada que a curto prazo propiciará sérios prejuízos à arbitragem paranaense.
CA/CBF vem
aí
Nos
primeiros dias do mês de junho do ano em curso, será realizado o
"temível" teste físico com padrões Fifa para os árbitros da FPF, que
são membros do quadro de arbitragem da CBF. No ano que passou, um árbitro da
Fifa da entidade paranaense fez"forfait" no primeiro teste, reprovou
nos dois subsequentes e só conseguiu a aprovação no mês de setembro por ocasião
do quarto teste. Perguntei a um membro da Fifa se essa permissividade é
aceitável e a resposta foi negativa. Já que o presidente da CBF, José Maria
Marin, nomeou este ano um corregedor de arbitragem, seria de fundamental
importância a presença dessa personagem nos testes físicos, sobretudo em locais
onde há precedentes de árbitros reprovados. Além disso, é desejável que a
CA/CBF divulgue os locais onde serão realizados os testes para a imprensa, que
poderá acompanhar "in loco" a sua aplicação, o que na prática
significa lisura e transparência inquestionável do fato.
Vem aí um
homem da Fifa
Após o
fracasso da arbitragem na Copa do Mundo da África do Sul, a Fifa vem
desenvolvendo um série de mudanças significativas na sua Comissão de Árbitros,
objetivando aprimorar os apitos que irão atuar no Mundial de 2014, no Brasil.
Na Conmebol, foi mantido o Dr. Carlos Alarcón, o mais antigo membro da
comissão. A preparação técnica e tática dos apitos internacionais, ficou a
cargo do ex-árbitro Massimo Busacca. E a preparação física ficou sob a
responsabilidade do professor da Universidade de Louvre (Bélgica) Werner
Helsen, que é o instrutor físico dos árbitros da Uefa e da Fifa. Pois bem,
atenção senhores árbitros que integram o quadro da Conmebol e, por extensão, da
Fifa: a notícia ainda não é oficial, mas há rumores de que o homem forte da
educação física da entidade que controla o futebol no planeta, pode chegar a
qualquer momento na América do Sul. E viria acompanhado de um instrutor técnico
para aplicar teste de (Regras do Jogo de Futebol - teórico), físico, de inglês
e espanhol de surpresa nos homens que apitam as competições da Confederação
Sul-Americana de Futebol.
E a
arbitragem do Brasileirão?
No próximo
final de semana inicia o maior campeonato de futebol do mundo, o
Brasileirão/2012. Observando alguns campeonatos estaduais, sobretudo a
arbitragem neste início de temporada, o que vi foi algo similar com o samba do
crioulo doido de Stanislaw Ponte Preta (Sergio Porto). Os critérios díspares
nas tomadas de decisões, a falta de inteligência na aplicação do cartão amarelo
e na definição se a falta foi imprudente, temerária ou com uso de força
excessiva, a incapacidade de se posicionar de acordo com o gráfico contido no
livro Regras do Jogo de Futebol, e a ausência de clareza nas sinalizações,
foram as principais deficiências evidenciadas pelos árbitros. Já os
assistentes, apresentaram enorme grau de dificuldade no momento de definir se o
jogador está interferindo no jogo, interferindo num adversário ou ganhando
vantagem por estar naquela posição e acreditem se quiser, se o atacante está ou
não na mesma linha do penúltimo defensor. Quem teve a paciência de assistir os
jogos pela TV e vivenciou os erros e equívocos da arbitragem nos campeonatos
estaduais, fica com uma certeza: com raríssimas exceções, ninguém simboliza com
tamanha perfeição a indigência técnica, tática, física, psicológica e social do
árbitro de futebol brasileiro, como as malfadadas Comissões de Arbitragens das
federações estaduais.
Adriano Milczvski ao centro
PS: no momento em que os
dois principais árbitros da Federação Paranaense de Futebol, Evandro Rogério
Romam e Heber Roberto Lopes fracassaram vertiginosamente em função da má-fase
que vivenciam, inclusive foram vetados pela dupla Atletiba da partida decisiva
e as opções ficaram restritas, Adriano Milczvski (foto), com uma belíssima
atuação salvou a pátria do quadro de arbitragem e da Federação Paranaense de
Futebol. Diante do exposto, Milczvski, é na nossa opinião, o árbitro do
campeonato paranaense de 2012, porque foi o apito que melhor se aproximou
dos cinco quesitos básicos exigidos pela Fifa num árbitro que são: técnico, físico,
tático, psicológico e social.
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