Foto: Refereetip
O árbitro
Pedro Proença, que dirigiu as finais da Liga dos Campeões e do
Campeonato da Europa de futebol de 2012, admitiu este sábado, no Porto,
que não se sente o melhor do Mundo e que fica aborrecido quando erra.
"Infelizmente,
a vida dos árbitros é feita de muitos erros e muitos lapsos",
reconheceu Pedro Proença, admitindo que "gostaria de mudar algumas
mentalidades" no sentido de fazer ver às pessoas que dão sempre "o
melhor que podem e que sabem".
Pedro
Proença falava à margem de uma homenagem de que foi alvo, juntamente com
Jorge de Sousa, Duarte Gomes, Ricardo Santos e Bertino Miranda, tendo
como promotora a Associação de Futebol do Porto (AFP).
Após ter
dirigido no mesmo ano a final da Liga dos Campeões, entre o Chelsea e o
Bayern de Munique, e do Euro2012, entre a Espanha e a Itália, Proença
disse não se sentir o melhor árbitro do Mundo e promete apenas continuar
a trabalhar.
"Sou mais
um árbitro. Felizmente de uma boa geração de árbitros portugueses e
sinto-me satisfeito por isso", referiu o lisboeta, que recordou a linha
ténue que separa o êxito do insucesso.
Proença
afirmou que irá continuar a trabalhar para continuar a manter o mesmo
nível e recordou que "o sucesso ou insucesso está à beira de uma grande
penalidade bem ou mal marcada".
"Tendo a
noção disso, resta continuar a fazer o nosso trabalho, porque os clubes e
as pessoas merecem o nosso respeito e continuar a dar o nosso melhor",
adiantou.
O árbitro
recordou ainda que "os árbitros dão sempre o seu melhor dentro de um
contexto absolutamente amador, porque é essa a sua realidade, dentro de
uma realidade profundamente profissional".
Proença
escusou-se ainda a comentar as polémicas que marcaram o inicio de época,
envolvendo, nomeadamente, o castigo ao treinador Jorge Jesus, dizendo
que se preocupa mais com a sua atividade do que com a lateralidade do
que se diz.
Quanto ao
castigo aplicado pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de
Futebol, Proença reafirmou o que já tinha dito do "capitão" do Benfica,
considerando que, enquanto profissional, merece os maiores elogios.
O
presidente da Associação de Futebol do Porto, Lourenço Pinto, referiu
que o objetivo da homenagem "é muito simples" e visa reconhecer o mérito
por atos que nem sempre são reconhecidos.
"Nós temos
em Portugal pessoas que enaltecem de forma enormíssima o nosso de país
e, em particular o desporto nacional, que por vezes não são compensadas
com as distinções que lhes são devidas", explicou.
Segundo
Lourenço Pinto, "estas equipas de arbitragem tiveram uma atuação
brilhante em dois acontecimentos únicos no futebol ao longo deste ano, e
não foi só a participação e o desempenho foi o facto de arbitrarem as
finais".
"Os seus
desempenhos foram apreciados por todos e para termos uma ideia do
brilhantismo destas atuações a final da Liga dos Campeões foi seguida
por 300 milhões de pessoas", adiantou Lourenço Pinto.
Para
Lourenço Pinto, "dirigir um acontecimento desta dignidade e desta
grandeza tem que ser louvado. Temos que ter consciência de que mesmo em
momentos difíceis, a honra ou mérito é um dever que a nossa sociedade
tem".
"Estas
atuações vão fazer parte da história do desporto português. Temos de ter
a consciência de que a história não pode apagar os factos relevantes de
uma sociedade e um homem sem memória é um homem sem história", disse.
Lourenço
Pinto destacou o serviço relevante prestado por estas equipas de
arbitragem ao país e sobretudo aos emigrantes que, mesmo sem ouvir o
hino, viram nas finais uma equipa portuguesa a dirigir as outras duas
intervenientes.
"Não
ouvimos o hino, mas ouvimos seguramente o nome de Portugal e este é o
mérito que eles têm e essa é dignidade que eles têm e é esta a honra ao
mérito que nós pretendemos enaltecer neste momento", frisou.
O
presidente da AFP reafirmou que esta homenagem irá marcar o programa do
centenário da associação, que encerrará com um jogo de futebol entre
dois grandes clubes e que cujas receitas vão reverter para obras de
caridade.
Fonte: JN/Refereetip
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