Embora o futebol tenha apenas
17 regras, a maioria delas tem caráter interpretativo. E são esses lances, que
dependem da melhor análise do árbitro, que ganham uma hiperdimensão, sobretudo,
quando a TV, a maior “inimiga” dos homens de preto está presente nos jogos e, posteriormente,
exibe os equívocos do árbitro e assistentes.
A sequencia de reclamações dos
atletas, que em sua plenitude são leigos em termos de conhecimento sobre as Regras
do Jogo de Futebol, assim como são os dirigentes e boa parte da imprensa
esportiva, cai por terra se essa gente realizasse uma conta simples: o último estudo
desenvolvido por Observadores de Arbitragem da Fifa, aponta que o árbitro
realiza em cada partida de futebol profissional, em média, entre 140 e 160
tomadas de decisões (marcação de faltas, aplicação de cartões, sinalização de impedimentos
etc...). Pergunto: é justo execrar o árbitro ou o assistente que equivocou-se
em um único lance?
Entendo que é dever de todos
que desempenham a dificílima atribuição de interpretar e aplicar corretamente
as leis do jogo, que regem o futebol dentro do retângulo verde, aproximarem-se
da perfeição, mas é de fundamental importância que todos os envolvidos no
processo dêem respaldo, apoio e compreensão, quando a arbitragem se equivoca.
Mas pelo andar da carruagem os
seculares problemas que envolvem os equívocos da confraria do apito na
interpretação e aplicação das regras, estão com os dias contados. Pelo menos é
o que afirma recente estudo divulgado pelo jornal britânico The Times. O estudo
afirma que a partir de 2020, os assistentes, por exemplo, seriam substituídos
por robôs programados para identificar com precisão a posição dos jogadores no
campo de jogo. Por exemplo, se estão em impedimento.
Os árbitros, por sua vez,
receberiam auxílio de sensores de luz para sinalizar as saídas da bola e as
posições das jogadas. As medidas, de acordo com o estudo, eliminariam os erros
de arbitragem. O mesmo estudo afirma que os estádios do futuro serão totalmente
informatizados, o que vai alterar a maneira dos torcedores de acompanhar os jogos. O objetivo é diminuir
as diferenças entre a transmissão pela TV e a presença no estádio, com as
projeções dos jogos em hologramas de três dimensões.
Já os torcedores que preferirem
as arquibancadas segundo o estudo, terão em seus assentos monitores, transmitindo
imagens das porfias em vários ângulos, inclusive, o replay das jogadas. Pergunto:
A Fifa que tem se mostrado refratária a exibição de replays nos estádios onde
se realizam suas competições, irá ceder?
Mas os avanços exibidos pelo nominado estudo, deverão afetar outras áreas do
futebol, como a terapia genética – atletas contundidos passarão menos tempo em
recuperação.
E finalizando, o estudo diz que
a nanotecnologia, permitirá a fabricação de uniformes mais resistentes e rentáveis para prevenir
ferimentos e controlar a temperatura, já que sensores poderão alternar várias
logomarcas durante o transcurso do jogo. Entendo que, embora tudo seja motivo
de modernização, no futebol, como na arbitragem, a cada momento que se esteja
substituindo o homem, passa-se a viver um estágio mecânico entre ele e a
própria violentação do que o futebol tem na sua beleza natural.
Foto: Allan Costa
PS:
Leonardo Zigari Zanon (foto), o árbitro do clássico Atlético/PR 0 x 1 Paraná Clube,
teve excelente atuação na indigitada partida. Resta saber como irá se
posicionar a comissão de arbitragem da Federação Paranaense de Futebol em relação
ao jovem árbitro de 27 anos, nas
próximas rodadas. O correto seria disponibilizar uma pessoa com Know how em
arbitragem, para acompanhá-lo, orientá-lo e prepará-lo adequadamente,
objetivando torná-lo um árbitro com perspectivas de atingir o quadro da Fifa.
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