HEBER
ROBERTO LOPES
Heber
brilha em Santa Catarina
Há poucos meses do final
do ano de 2012, o ex-árbitro da Federação Paranaense de Futebol (FPF), Heber
Roberto Lopes, hoje Fifa (SC), atilado como sempre foi, reuniu-se com sua
família e colocou na mesa uma discussão. Continuar laborando na arbitragem
paranaense, que vivencia uma decadência sem precedentes nos seus anais há
vários anos, ou então mudar de ares e vislumbrar dias melhores para sua
carreira, cuja trajetória teve início em 1994.
Naquela oportunidade,
Lopes comunicou aos seus familiares que havia recebido um substancioso convite
da Federação Catarinense de Futebol (FCF), via o Dr. Delfim de Pádua Peixoto, e
que, uma mudança de federação iria alavancar a sua vida profissional e lhe
proporcionar novas conquistas.
Colocado em discussão o
tema, a decisão foi unânime pela mudança para a FCF. Ato contínuo, Lopes
contatou o presidente Delfim Peixoto e confirmou via fone, que estava aceito o
convite para a partir deste ano, dirigir jogos do campeonato catarinense de
futebol.
Confirmada a notícia de
que Heber iria atuar no futebol do estado vizinho, o efeito foi similar a de
uma bomba da magnitude de Hiroshima, nos diferentes segmentos futebolísticos do
Estado do Paraná, menos na Casa Gêneris Calvo, sede da Federação Paranaense de
Futebol. É que além do indigitado árbitro anunciar que estava deixando a terra
dos pinherais, no ano que passou, o
quadro de arbitragem da FPF sofreu duas baixas expressivas.
Evandro Rogério Romam, por
motivos particulares perdeu o escudo da Fifa, e Roberto Braatz, por ter
atingindo a idade limite de 45 anos imposta pela entidade internacional, também
deixou o quadro de assistentes. Resumindo: Em 2012, numa tacada só o Paraná
perdeu as três vagas (dois árbitros e um
assistente) no quadro da entidade que controla o futebol no planeta. É bom
lembrar, que pela ausência de um planejamento responsável, o futebol do Paraná
ficou sem representante no quadro da Fifa.
Feito o preambulado acima,
no domingo (17) fui a Manchester catarinense, a belíssima Joinvile, observar o
desempenho de um dos melhores apitos do futebol brasileiro de todos os tempos,
atualmente contratado pela FCF, no emocionante clássico Joinvile 4 x 3 Criciúma.
Heber tomou cento e
oitenta e oito decisões ao longo da referida partida. Foi uma aula de cátedra sem qualquer contestação.
Cinquenta minutos após o encerramento do jogo, me dirigi a uma sala da Arena
Joinvile, e lá estava Heber Roberto Lopes se exercitando com vistas ao teste da
CA/CBF, que está sendo realizado em Goiânia (GO) nesta semana e da Fifa, que
acontecerá de 9 a 12 de abril próximo em Assunção (Paraguai). Durante quarenta
minutos falamos da mudança de federação, das futuras perspectivas, de Copa do
Mundo e outros assuntos inerentes à arbitragem. Leia, a seguir, os principais
trechos da entrevista.
Quais
foram os motivos da sua saída repentina da FPF, após dezoito anos de brilhantes
serviços prestados ao futebol do Paraná?
Heber
Roberto Lopes – Antes de mais nada, quero deixar claro
que sou grato a FPF. Porém, diante de uma série de acontecimentos que prefiro
não entrar no mérito, não me sentia motivado a continuar no quadro de árbitros
da entidade.
Como
surgiu o convite da FCF?
Heber
Lopes – Ao longo da minha carreira recebi alguns convites para
atuar em outras federações, mas dado o fato de ser paranaense (Londrina), ter
familiares lá e até por gratidão por tudo que consegui na arbitragem sempre
recusei. Mas de repente, recebi uma proposta irrecusável do presidente da Federação
Catarinense, Delfim de Pádua Peixoto. Irrecusável, porque veio com um arcabouço
de valorização profissional e com um panorama que permitirá conquistas
expressivas a curto prazo.
Qual
foi a receptividade que encontrou ao chegar em Santa Catarina?
Heber
Lopes – Foi comovente. Fiquei surpreso com tamanha demonstração
de afeto dos dirigentes, dos clubes, da imprensa, da direção da arbitragem
local, dos meus colegas de apito e, sobretudo, do Dr. Delfim, que me recebeu
como se eu fosse um filho.
Você
está pré-selecionado para a Copa de 2014. Como está sendo o treinamento?
Heber
Lopes – Estou seguindo um manual que foi prescrito por uma
trempe: fisiologista, nutricionista e preparador físico. Corro em média de doze
a quinze quilômetros por dia e mantenho uma alimentação equilibradíssima. Além
disso, estudo diariamente inglês, espanhol e o livro Regras de Futebol, que se
tornou meu companheiro inseparável. Faço
em média de dois a quatro treinamentos no campo de jogo semanalmente -
(simulações de jogadas que possam ocorrer no transcurso de uma partida).
Isto
basta para um árbitro que almeja apitar
Copa do Mundo?
Heber
Lopes - Não. Como pretendo estar inserido entre os nomes
escolhidos pela Fifa para o mundial de 2014, participo de todos os testes da
FCF, da CA/CBF, da Conmebol, da Fifa e leio suas respectivas resoluções. Não obstante o exposto, faço uma leitura de
cada jogo que vejo pela TV, objetivando dirimir dúvidas. Estudo o regulamento
das competições que vou apitar, dos atletas no campo de jogo e o comportamento
dos membros da área técnica. E, por derradeiro, traço um planejamento com meus
companheiros de trabalho a cada jogo que sou escalado. Em síntese: Procuro não
cair na rotina.
Como
está o seu relacionamento com a CBF e a
Comissão de Arbitragem?
Heber
Lopes – Minha relação com
todas as pessoas da alta direção da entidade, sempre foi pautada no
princípio da hierarquia. Sou árbitro de futebol da CBF e devo cumprir todas as
suas determinações. Sou grato ao
presidente José Maria Marin, ao Dr. Marco Polo Del Nero, ao presidente da
comissão de árbitros, Aristeu Tavares, o Sérgio Corrêa da Silva e ao Dr. Edson
Resende.
E
na Conmebol?
Heber
Lopes - No mesmo
patamar da CBF. Sempre recebi e tenho recebido da Conmebol, que é presidida pelo Dr. Nicolas
Leoz e da Comissão de Arbitragem, Dr. Carlos Alarcón, todo o apoio necessário
para desenvolver minha atividade de árbitro.
O Heber merece apitar a Copa de 2014 porque é o melhor árbitro brasileiro a muito tempo, tem o melhor currículo e está preparado.
ResponderExcluirRoberto Lopes - Boa Vista - Roraima