por Mark Chaplin
de Nyon
Desde
que foi lançado em Setembro de 2010, o Centro de Excelência de
Arbitragem da Uefa (CORE), em Nyon, provou o seu imenso valor no treino e
preparação de árbitros de ambos os sexos para o futuro. Na sua última
sessão, o programa CORE atingiu dois marcos notáveis – a participação do
500º árbitro/assistente e do 100º treinador.
O
jovem árbitro espanhol Iñaki Vicandi Garrido é o orgulhoso detentor da
etiqueta "Mr 500", enquanto o treinador Rune Pedersen – antigo árbitro
na Noruega e que participou em jogos no Campeonato do Mundo 1998 bem
como na Uefa Champions League – foi distinguido com o "centenário".
A
cada ciclo de dois anos, as federações são convidadas a enviar para o
CORE um árbitro e dois assistentes que demonstram o seu potencial para
se tornarem árbitros da Fifa. Sob a direção do antigo árbitro de topo
David Elleray, membro do Comitê de Arbitragem da Uefa, todos os cursos
do CORE incluem dez dias de sessões introdutórias, seguidos, alguns
meses mais tarde, de mais oito de um curso de consolidação. Em
particular, é concedida aos árbitros a oportunidade de apitar jogos na
Suíça e França, amealhando uma experiência crucial.
Cada curso do
CORE envolve oito trios de arbitragem que trabalham de perto com quatro
treinadores de árbitros, dois treinadores de árbitros assistentes e
quatro de treino de aptidão. O segmento Introdutório foca-se na
aprendizagem, enquanto o subsequente curso de consolidação visa o
progresso conseguido e os objetivos atingidos pelos árbitros na sua
arbitragem, aptidão e inglês. Os árbitros mantêm contato regular com os
seus treinadores entre os cursos Introdutório e de Consolidação.
"Estamos
particularmente contentes por termos atingidos estes marcos", disse
Elleray ao Uefa.com. "Significa que chegamos a todos os países dentro da
Uefa, uma parte deles três ou quatro vezes, bem como a alguns países
fora da entidade. Chegam-nos diferentes treinadores a cada curso, mas temos
um grupo que comparece regularmente; uma parte crucial do programa CORE é
o desenvolvimento dos treinadores."
Quase 200 árbitros que
participaram no programa CORE tornaram-se árbitros da Fifa. "Através do
CORE eles ficam muito melhor preparados", disse Elleray. "A sua evolução
é muito mais rápida e os seus primeiros jogos mais bem-sucedidos porque
entendem o que é necessário possuir para terem sucesso. Têm um melhor
conhecimento dos requisitos para o futebol internacional."
Pedersen
é um experiente conselheiro da Uefa para os jovens árbitros. "Temos
debates detalhados com os árbitros, vemo-los a treinar e observamos os
seus jogos, e ajudamo-los a definir os seus objetivos – depois voltamos
em outubro e avaliamos o progresso que tiveram", explicou. "Os cursos
do CORE dão-nos tempo para trabalhar com os árbitros e partilhar com
eles todos os desafios que vão ter. Esperamos poder dar-lhes o que
aprendemos enquanto árbitros."
"Desenvolver um árbitro, hoje em
dia, é muito diferente do passado", acrescentou Pedersen. "Os jovens
árbitros estão muito preparados e com vontade de aprender. A filosofia e
estrutura do CORE foram adotadas por muitas federações. Vemos que
esses árbitros estão agora mais bem preparados para o cenário
internacional."
Iñaki Vicandi Garrido, de 28 anos, veio de Bilbau.
Tendo começado a apitar com 13 anos disse: "Enquanto os outros rapazes
na escola queriam jogar eu preferia apitar os jogos deles." Foi
promovido às categorias nacionais com 18 anos e está agora habilitado
para jogos da segunda divisão espanhola.
"É um grande desafio e
também nos confere responsabilidade", disse da sua participação no curso
do CORE. "Represento, aqui, o meu país, bem como a Uefa. Vou dar o meu
melhor – sei que sou um felizardo por estar aqui e, por isso, quero
aprender o máximo com o curso."
"Tenho aprendido muito com os
treinadores e com o David [Elleray]," acrescentou Vicandi Garrido.
"Estou ansioso por apitar na Suíça e tentar aplicar o que aprendi aqui na Espanha e começar a aplicar os ensinamentos do curso CORE, que vão,
certamente, ajudar-me a ser um árbitro melhor."
Elleray falou da
ligação especial entre os árbitros CORE. "O que temos vindo a descobrir
nos mini torneios ou em outros campeonatos é que quando os árbitros CORE se
reúnem, mesmo não sendo do mesmo curso, sentem-se parte de uma família
especial", disse. "Os observadores de árbitros dizem que sabem
distinguir quem foi um árbitro principal ou assistente do CORE através
da sua preparação profissional." Genuína prova de qualidade - outros
marcos vão acontecer no futuro num programa de árbitros da Uefa cada vez
mais forte.
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