Na
palestra que o instrutor Fifa/Conmebol Jorge Larrionda, realizou na sede da CBF
na quinta-feira (2), aos seus dirigentes, membros da comissão de arbitragem,
instrutores e delegados especiais, dirigentes dos clubes, árbitros, imprensa e atletas
de futebol, sobre o lance de bola na mão ou mão na bola no interior da área de
pênalti, expôs um conjunto de deficiências inexorável do árbitro de futebol da
Renaf. E, por consequência, revelou a anatomia do fracasso retumbante do modelo
de gestão aplicado pela CBF ao setor do apito.
Larrionda
reafirmou a seleta plateia presente ao evento na CBF, o que havia ministrado
aos setenta e dois árbitros e trinta e cinco instrutores de arbitragem do Brasil,
no curso na Granja Comary (Rio de Janeiro) - de 26 a 29 de agosto passado. Ou
seja: A regra que normatiza tocar a bola
com a mão ou os braços dentro da área
penal não sofreu nenhuma mudança.
Mas
o que me chamou a atenção foram as declarações de árbitros presentes na palestra,
e também de jogadores que afirmaram que não sabiam desta nova recomendação da
Fifa que o instrutor afirmou ter sido iniciada em 2011. O lateral Fábio Santos,
do Corinthians/SP, aprovou as explicações e admitiu que os atletas estavam
confusos com as marcações de pênaltis em diversas jogadas de bola na mão.
Tinga, do Cruzeiro/MG, disse que seus
companheiros também desconheciam o conceito antes de os pênaltis polêmicos
começarem a ser marcados no Campeonato Brasileiro. As afirmações de árbitros e
atletas, foram captadas pelo jornalista Tiago Leme da ESPN do Rio de Janeiro.
No que diz respeito aos jogadores
desconhecerem as decisões do lance em questão não me surpreende. E aqui cabe
uma defesa da CBF. Logo após a Copa do Mundo, a entidade ofereceu gratuitamente
às equipes da Série (A), instrutores de árbitros para proferirem palestras aos
atletas sobre o assunto, e esclarecer possíveis dúvidas em relação as leis do
jogo. Não houve resposta dos dirigentes dos clubes.
Contatei vários dirigentes para saber as
razões porque não aceitaram a proposta da CBF, mas, só quatro admitiram falar
em “off” sobre o problema. A resposta que vingou foi: “A CBF envia instrutores
que falam....falam......., só que no campo de jogo os juízes e bandeirinhas
mudam tudo. Não há padronização, é um rolo danado.”
Agora,
o que me deixou perplexo foi a confraria do apito “in loco” na palestra,
afirmar que para eles a situação era polêmica e acima de tudo uma novidade, e
que a Copa de 2014 acabou sendo a grande "culpada" por difundir no
país as recomendações do que deve ser considerado pênalti ou falta e do que não
deve ser apitado.
Pergunto
(1): A CBF tem uma comissão de arbitragem formada por quatro membros. Sérgio
Corrêa da Silva, Alício Pena Júnior, Nilson Monção e Antonio Pereira da Silva.
Em 7 de janeiro de 2013, foi criada a Escola Nacional de Arbitragem (Enaf), atualmente
sob a direção da ex-assistente/Fifa Ana Paula de Oliveira.
Acrescente-se
ainda que a CBF implementou e designa em todas as partidas do Campeonato Brasileiro,
um contingente “expressivo” de delegados especiais e observadores de arbitragem.
Pessoas as quais é delegada a missão precípua de acompanhar, orientar e avaliar
o desempenho do árbitro, dos assistentes, do quarto árbitro e dos árbitros
assistentes adicionais. Gente que tem o dever de possuir notório conhecimento
sobre as Regras de Futebol.
Pergunto
(2): Quais são os motivos que impediram a Comissão de Árbitros/CBF, a Enaf, os
delegados especiais e os observadores de equacionarem uma questão que depende da
capacidade cognitiva? Narro o conteúdo de um e-mail que recebi que tem a
chancela de Massimo Busacca (foto), o chefe de arbitragem da Fifa. “Os árbitros precisam
"ler a situação" e não dar falta a cada bola que toque na mão”.
"A mão faz parte do jogador. Não há como pensar em um jogador sem as mãos".
PS:
O retorno de Jorge Larrionda ao Brasil em pouco mais de quarenta dias para
dirimir um lance interpretativo me dá uma certeza: A CA/CBF, delegados
especiais e observadores de arbitragem e a esquadra que compõe a (RENAF) Relação
Nacional de Árbitros de Futebol, foram seriamente “afetados” pela “síndrome” do
fiasco de Brasil 1 x 7 Alemanha.
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