Os ingleses inventaram o
futebol, depois algumas regras que normatizaram o esporte. Logo a seguir, as
quatro associações britânicas que praticavam o futebol, decidiram se unir e uniformizar
as regras. Mas para isto, criaram o (IFAB) International Board em 1882, o único
organismo com poderes para autorizar experimentos ou modificações nas Regras de
Futebol em todo o planeta.
Para se ter uma ideia da
importância do (IFAB), que é formado pela Escócia, Inglaterra, Irlanda e País
de Gales, nem a Fifa que integra o Board, com direito a quatro votos nas
reuniões desse órgão, pode autorizar experiências ou alterar as leis que regem
o futebol dentro das quatro linhas sem a sua anuência.
Posteriormente, os britânicos
vieram com outra novidade. O famoso “high balls into the área” ou “chuveirinho”
como é comumente chamado pelos brasileiros. O que significa levantar a bola
alta na área, o que tornou os atletas ingleses exímios marcadores de gols de
cabeça.
A seguir os inventores do
esporte das multidões demoliram, construíram e reformularam com arquitetura de
ponta, os estádios onde desfilam os atletas e acomodam o torcedor. Quem vê as
partidas da Premier League sabe do que estamos falando. Cadeiras almofadadas e
gramados impecáveis.
Pelo que li por ocasião da Copa
do Mundo no Brasil de alguns arquitetos, a Inglaterra possui os estádios com as
mais belas arquiteturas. Só há dois casos similares aos ingleses no futebol: A
Arena da Baixada em Curitiba (PR) e a Arena das Dunas em Natal (RN).
A última etapa do planejamento
e transformação que tornou a Premier League a mais disputada, a segunda melhor
média de público (a primeira é a Bundesliga (Alemanha), a que tem os maiores
patrocinadores, suas competições são transmitidas para 202 países através de 80
emissoras de TV, os melhores atletas e os melhores técnicos de futebol, atingiu
a arbitragem.
Em 2001, a (The FA), a Premier
League e a Football League (segunda divisão) – se uniram e fundaram via uma
legislação específica - a PGMOB - Professional Game Match Officials Bord,
empresa que captou recursos e implantou a profissionalização do árbitro. Essa
entidade é responsável pela seleção dos futuros apitos que são convocados aos
16 anos, formação, capacitação, treinamento, atendimento médico, remuneração e
designação da arbitragem em todas as competições do futebol inglês.
O primeiro gerente da PGMOB foi
o ex-árbitro Keith Hacket e na atualidade é dirigida pelo ex-árbitro Mike
Riley. O processo da profissionalização da arbitragem lá, começou com a
contratação de vinte e um árbitros denominados de elite e outros quarenta e
nove, que atuavam nas divisões intermediárias.
De 2001 para cá a PGMOB agigantou-se,
evoluiu e hoje dada a organização, planejamento e, sobretudo, seriedade da sua
diretoria, maneja centenas de árbitros e assistentes profissionais, que
dedicam-se exclusivamente à arbitragem. Inclusive exporta Know-how para as
federações Asiática e da Concacaf.
E, por derradeiro, enquanto a
CBF ignora a (TGL) tecnologia na linha do gol, que tem como objetivo auxiliar a
arbitragem a dirimir lances que fujam do seu campo visual, a Premier League tornou-se
a partir de 2013, a primeira liga de futebol do mundo a introduzi-la nos vinte
estádios da primeira divisão. Enquanto a
Fifa utiliza o sistema GoalControl, os ingleses optaram pelo sistema Hawk Eye
(Olho de falcão).
PS (1): Diferentemente da
Inglaterra, o “status quo” inepto que desmanda no futebol brasileiro, além de
nunca darem um único passo na direção da melhora qualitativa do homem de preto,
ainda fazem “vistas grossas” e fogem da profissionalização do árbitro, como o
diabo foge da cruz.
PS(2): Mas o que me surpreende
é que os maiores interessados no reconhecimento e na implementação da
profissionalização, a confraria do apito brasileiro, não demonstra o menor
interesse em viabilizar mecanismos para uma conquista que irá beneficiar a
todos.
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