
Esse
espaço foi uma oportunidade que tive de me manifestar sobre os jogos e
as atuações dos árbitros e assistentes durante a competição. Eis que
chega o momento de fazer uma análise de algumas coisas que me chamaram
atenção neste certame. A arbitragem brasileira há algum tempo vem
passando por uma renovação. Desde que parei de apitar em dezembro de
2010, já estiveram à frente da comissão de arbitragem o atual presidente
Sérgio Correa, Aristeu Tavares e Antonio Pereira, ou seja, num curto
espaço de tempo três presidentes. Essa rotatividade acaba exercendo
influência no trabalho dos árbitros. Os três nomes citados acima são
profundos conhecedores da matéria e não paira nenhuma dúvida com relação
a competência e a honestidade dos mesmos.
"Aproveito a oportunidade para reafirmar a importância da profissionalização da arbitragem brasileira e do fim do sorteio"
Aristeu e Pereira passaram rapidamente pelo comando e pouca coisa conseguiram fazer. Sérgio Correa sempre esteve presente em diferentes cargos da CBF. Não dá pra negar a sua organização e obsessão por dados estatísticos. Assim como possui esses méritos, peca na maneira centralizadora como controla a comissão. Evidencia carência de conhecimento do que se passa na cabeça de um árbitro dentro do campo, considerando que sua carreira no apito foi apenas regular.
Aproveito a oportunidade para reafirmar a
importância da profissionalização da arbitragem brasileira e do fim do
sorteio, que há muito tempo tenho defendido.
O que vimos neste
Brasileirão, além da lambança sobre bola na mão ou mão na bola e tantos
pênaltis marcados equivocadamente, foram árbitros com pouca
personalidade. Em cada marcação de falta ou tomada de decisão acontecia
de jogadores irem para cima como se quisessem agredi-los.
Lamentavelmente houve agressão no caso Petros/Raphael Claus, em que o
árbitro foi atingido pelas costas e nada pode fazer. O Tribunal perdeu a
oportunidade de punir o jogador corintiano exemplarmente, aplicando-lhe
apenas três jogos de punição. Aqui cabe a máxima utilizada pelo
jornalista Boris Casoy: "Isso é uma vergonha!".
Outra situação de
falta de firmeza e personalidade aconteceu no jogo entre Fluminense x
Corinthians, no Maracanã quando o árbitro Fifa Wilton Sampaio excluiu
Mano Menezes do seu reservado. O técnico chamou-o, como quem diz "vem
aqui me expulsar!". E o árbitro candidamente obedeceu.
Sobre os
árbitros assistentes adicionais penso que poderiam continuar, desde que
passassem por um trabalho específico e determinando bem qual a sua
função. Não tenho dúvida que foram úteis em vários jogos, contribuindo
para que a arbitragem acertasse em decisões difíceis dentro da grande
área e na linha do gol. É um absurdo, por exemplo, não estarem usando a
tecnologia da Copa do Mundo, o Goal/Line. Isto seria mais um "legado"
deixado pela Copa do Mundo. Não entro aqui na questão financeira, porque
desde a minha época falam em cortar gastos com o futebol. Nessas
situações sempre sobra para a arbitragem. Assim, segue o dirigente
lembrando-se do árbitro só quando ele se equivoca contra sua equipe.
Enfim,
em 38 rodadas tivemos uma média de 32,6 faltas por jogo, o que a cada
temporada vem caindo e o futebol agradece. Tivemos um total de 4,5
cartões amarelos e 0,2 cartões vermelhos. Dados do site Footstas. Com o
intuito de valorizar a tão criticada arbitragem brasileira, todas as
segundas-feiras, tenho escolhido os melhores trios de arbitragem no
Expediente Futebol.
A idade chega para todos. Nesse final de
semana despediu-se do futebol o talentoso Alex, que jogou em várias
equipes, mas lamentavelmente não disputou nenhuma Copa do Mundo, pois
bola tinha para isso. O zagueiro Índio também encerra uma carreira
vitoriosa. Tive a satisfação de compartilhar bons momentos dentro do
campo com esses jogadores.
Parabenizo o Cruzeiro EC, equipe campeã, que venceu por merecimento, jogando o fino da bola.
O melhor árbitro do campeonato, na minha opinião, foi o Marcelo de Lima Henrique (FOTO/FIFA/RJ).
Assistentes: Emerson de Carvalho (FIFA/SP) e Alessandro Rocha Matos(FIFA/BA)
Revelação:
Árbitro: Thiago Duarte Peixoto (SP)
Assistente: Rafael da Silva Alves (ASP/FIFA/RS)
Aos
árbitros Anderson Daronco, Luis Flávio Oliveira, Dewson Freitas e
Raphael Claus meus cumprimentos pela promoção a árbitros FIFA/2015. Boa
sorte!
Desde já, desejo Boas Festas a todos, pois estou entrando em férias. Até o ano que vem se Deus quiser.
PS: Concordo em gênero, número e grau com o mais completo árbitro do futebol brasileiro de todos os tempos, Carlos Eugênio Simon. O melhor apito do futebol brasileiro em 2013 e 2014 foi sem sombra de dúvida Marcelo de Lima Henrique. Aliás, votei no indigitado árbitro no ano passado, bem como repeti via e-mail meu voto neste temporada, quando recebi via correspondência eletrônica da CBF, a relação dos melhores. Votar em Marcelo de Lima Henrique significa reconhecer suas qualidades de excelente apito que é, e não aceitar que árbitros medíocres continuem fazendo parte da lista internacional da Fifa.
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