segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Apita o árbitro, fim de papo!! Depois de 38 rodadas termina o Brasileirão



O melhor árbitro do campeonato, na minha opinião, foi o Marcelo de Lima Henrique (Gettyimages)
Esse espaço foi uma oportunidade que tive de me manifestar sobre os jogos e as atuações dos árbitros e assistentes durante a competição. Eis que chega o momento de fazer uma análise de algumas coisas que me chamaram atenção neste certame. A arbitragem brasileira há algum tempo vem passando por uma renovação. Desde que parei de apitar em dezembro de 2010, já estiveram à frente da comissão de arbitragem o atual presidente Sérgio Correa, Aristeu Tavares e Antonio Pereira, ou seja, num curto espaço de tempo três presidentes. Essa rotatividade acaba exercendo influência no trabalho dos árbitros. Os três nomes citados acima são profundos conhecedores da matéria e não paira nenhuma dúvida com relação a competência e a honestidade dos mesmos. 

"Aproveito a oportunidade para reafirmar a importância da profissionalização da arbitragem brasileira e do fim do sorteio"

Aristeu e Pereira passaram rapidamente pelo comando e pouca coisa conseguiram fazer. Sérgio Correa sempre esteve presente em diferentes cargos da CBF. Não dá pra negar a sua organização e obsessão por dados estatísticos. Assim como possui esses méritos, peca na maneira centralizadora como controla a comissão. Evidencia carência de conhecimento do que se passa na cabeça de um árbitro dentro do campo, considerando que sua carreira no apito foi apenas regular.
Aproveito a oportunidade para reafirmar a importância da profissionalização da arbitragem brasileira e do fim do sorteio, que há muito tempo tenho defendido.
O que vimos neste Brasileirão, além da lambança sobre bola na mão ou mão na bola e tantos pênaltis marcados equivocadamente, foram árbitros com pouca personalidade. Em cada marcação de falta ou tomada de decisão acontecia de jogadores irem para cima como se quisessem agredi-los. Lamentavelmente houve agressão no caso Petros/Raphael Claus, em que o árbitro foi atingido pelas costas e nada pode fazer. O Tribunal perdeu a oportunidade de punir o jogador corintiano exemplarmente, aplicando-lhe apenas três jogos de punição. Aqui cabe a máxima utilizada pelo jornalista Boris Casoy: "Isso é uma vergonha!".
Outra situação de falta de firmeza e personalidade aconteceu no jogo entre Fluminense x Corinthians, no Maracanã quando o árbitro Fifa Wilton Sampaio excluiu Mano Menezes do seu reservado. O técnico chamou-o, como quem diz "vem aqui me expulsar!". E o árbitro candidamente obedeceu.
Sobre os árbitros assistentes adicionais penso que poderiam continuar, desde que passassem por um trabalho específico e determinando bem qual a sua função. Não tenho dúvida que foram úteis em vários jogos, contribuindo para que a arbitragem acertasse em decisões difíceis dentro da grande área e na linha do gol. É um absurdo, por exemplo, não estarem usando a tecnologia da Copa do Mundo, o Goal/Line. Isto seria mais um "legado" deixado pela Copa do Mundo. Não entro aqui na questão financeira, porque desde a minha época falam em cortar gastos com o futebol. Nessas situações sempre sobra para a arbitragem. Assim, segue o dirigente lembrando-se do árbitro só quando ele se equivoca contra sua equipe.
Enfim, em 38 rodadas tivemos uma média de 32,6 faltas por jogo, o que a cada temporada vem caindo e o futebol agradece. Tivemos um total de 4,5 cartões amarelos e 0,2 cartões vermelhos. Dados do site Footstas. Com o intuito de valorizar a tão criticada arbitragem brasileira, todas as segundas-feiras, tenho escolhido os melhores trios de arbitragem no Expediente Futebol.
A idade chega para todos. Nesse final de semana despediu-se do futebol o talentoso Alex, que jogou em várias equipes, mas lamentavelmente não disputou nenhuma Copa do Mundo, pois bola tinha para isso. O zagueiro Índio também encerra uma carreira vitoriosa. Tive a satisfação de compartilhar bons momentos dentro do campo com esses jogadores.
Parabenizo o Cruzeiro EC, equipe campeã, que venceu por merecimento, jogando o fino da bola.
O melhor árbitro do campeonato, na minha opinião, foi o Marcelo de Lima Henrique (FOTO/FIFA/RJ).
Assistentes: Emerson de Carvalho (FIFA/SP) e Alessandro Rocha Matos(FIFA/BA)
Revelação:
Árbitro: Thiago Duarte Peixoto (SP)
Assistente: Rafael da Silva Alves (ASP/FIFA/RS)
Aos árbitros Anderson Daronco, Luis Flávio Oliveira, Dewson Freitas e Raphael Claus meus cumprimentos pela promoção a árbitros FIFA/2015. Boa sorte!
Desde já, desejo Boas Festas a todos, pois estou entrando em férias. Até o ano que vem se Deus quiser.

PS: Concordo em gênero, número e grau com o mais completo árbitro do futebol brasileiro de todos os tempos, Carlos Eugênio Simon. O melhor apito do futebol brasileiro em 2013 e 2014 foi sem sombra de dúvida Marcelo de Lima Henrique.  Aliás, votei no indigitado árbitro no ano passado, bem como repeti via e-mail meu voto neste temporada, quando recebi via correspondência eletrônica da CBF, a relação dos melhores. Votar em Marcelo de Lima Henrique significa reconhecer suas qualidades de excelente apito que é, e não aceitar que árbitros medíocres continuem fazendo parte da lista internacional da Fifa.   

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