Foto: Fifa.com
A
eleição do suíço Gianni Infantino a presidência da FIFA na sexta-feira (26),
deverá provocar uma metamorfose como nunca se viu em todos os setores da
entidade que controla o futebol no planeta, desde a sua fundação em 1904. E
dentre as mudanças significativas aguardadas está inserida a arbitragem.
Se
cumprido o prometido por Infantino, de que a sua administração irá primar pela
transparência - o Comitê de Arbitragem, que é presidido atualmente pelo
espanhol Angel Maria Villar, e é composto por mais (25) membros, deverá ter
mudanças.
O
presidente eleito que ainda é secretário-geral da UEFA, foi responsável pela
triplicação das receitas financeiras de todas as competições do organismo do
Velho Continente que gere o futebol europeu. E, por extensão, pela excelente
qualidade que se vê nos árbitros que laboram nas competições da UEFA, que são
os melhores e os mais bem pagos do planeta.
O
nível de excelência alcançado pela arbitragem europeia foi possível, através de
investimentos financeiros substanciosos que foram destinados à construção do
Centro de Excelência de Formação de Árbitros (CORE) – em Nyon (Suíça) – que é
comandado pelo inglês David Elleray e uma plêiade de cientistas de referência
mundial. É no (CORE) que são formados, lapidados e requalificados a arbitragem
europeia. O que demonstra que o presidente da FIFA está acostumado com árbitros
de primeira linha e com estrutura de primeiro mundo no setor do apito.
O
nível das tomadas de decisões da confraria do apito nas Copas do Mundo da
África do Sul em 2010, no Brasil em 2014 e nos demais torneios da FIFA tiveram
queda qualitativa acentuada. O que explicita que as futuras indicações da
arbitragem para as próximas competições devem sofrer alterações consideráveis.
É
necessário a implementação de um novo paradigma pré-seletivo de árbitros e
assistentes para laborarem nos torneios da FIFA. Processo que deve
ter a chancela de instrutores neutros designados pela FIFA e não pelos seus
filiados. Em assim agindo, a FIFA impede o tradicional “corporativismo” que
grassa na indicação da arbitragem.
O
próximo passo é a renovação dos instrutores internacionais de arbitragem, que
ministram cursos pelo mundo afora. A FIFA deveria iniciar um processo seletivo na
escolha de novos instrutores, para ministrar cursos com nova metodologia a
partir da didática e dos costumes. Há muitos anos são as mesmas pessoas que
desenvolvem esse mister - daí termos um continuísmo com resultados que não tem
atingido os objetivos.
PS:
Ao mundo do futebol resta esperar os próximos dias e torcer para que as
transformações prometidas na entidade internacional pelo sr. Gianni Infantino,
se concretizem. Como por exemplo: destinar verba financeira às associações, confederações e federações desenvolverem projetos na formação e capacitação continuada à arbitragem.
PS (2): Quanto a profissionalização do árbitro de
futebol, assunto que não abordei acima, entendo ser inviável em função das
diferentes legislações trabalhistas existentes no mundo acoplada a grave crise
econômica que atravessa o planeta. A Inglaterra profissionalizou o árbitro -
mas lá foi desenvolvido um projeto por pessoas sérias com duração de curto, médio e longo prazo e num momento econômico que era possível fazê-la.
No futebol brasileiro, meia dúzia de “galhofeiros” vivem
alardeando que é possível a profissionalização do homem de preto, mas são os
mesmos que até hoje não conseguiram criar a Federação Brasileira dos Árbitros
de Futebol.
Nenhum comentário:
Postar um comentário